O Hamas divulgou hoje um vídeo de propaganda contra o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no qual se ouve a voz de um dos reféns israelitas que ainda permanecem na Faixa de Gaza.
Embora o vídeo não a identifique, os familiares da refém confirmaram que se trata de Noa Argamani, de 26 anos, que foi sequestrada num festival de música durante os ataques de 07 de outubro de 2023.
Inicialmente, os familiares pediram aos meios de comunicação social que não reproduzissem o vídeo, no qual a jovem pode ser ouvida a pedir aos israelitas que se manifestassem em Telavive para exigir um acordo para a libertação dos reféns, mas posteriormente permitiram que o vídeo fosse divulgado.
A plataforma que representa os familiares dos reféns convocou para sábado uma manifestação em Telavive, como vem fazendo há meses, para pedir ao Governo que chegue a um acordo de tréguas que permita a libertação dos restantes reféns que ainda permanecem no enclave palestiniano.
"O Governo israelita deve ouvir os pedidos e agir de forma decisiva, sem a necessidade de quaisquer vídeos de propaganda do Hamas, para chegar rapidamente a um acordo para trazer os reféns de volta", afirmou o grupo num comunicado.
A plataforma acusou esta manhã as autoridades israelitas de "sacrificar deliberadamente os reféns", depois de terem mantido, na quinta-feira, uma reunião com o conselheiro de segurança nacional, Tzachi Hanegbi.
Além dos protestos dos familiares dos reféns, centenas de pais de soldados do Exército israelita enviaram hoje uma carta às autoridades apelando ao fim da guerra e manifestaram-se em frente à residência do ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant.
Gallant criticou a falta de planos pós-guerra e alertou Netanyahu de que não apoiará uma ocupação militar indefinida de Gaza.
Por seu lado, o grupo islamita Hamas continua a insistir que está pronto para chegar a um acordo para libertar os reféns em troca de prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas, desde que Israel ponha fim à guerra na Faixa de Gaza.
Sobre o futuro a seguir ao fim do conflito, o líder do braço político do Hamas, Ismail Haniye, garantiu que a população de Gaza não os substituirá, uma vez terminada a ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza e sublinhou a importância de se conseguir uma liderança nacional unificada, com a participação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
"Aqueles que falam do dia seguinte têm de compreender que o povo palestiniano não aceitará outra opção que não seja a resistência do Hamas", disse Haniye, que esclareceu que "os grandes sacrifícios devem ser investidos a favor da causa palestiniana para levar a cabo um plano para a libertação e regresso da população" local à área.
O líder do Hamas aproveitou para agradecer às autoridades libanesas o apoio prestado ao longo deste período e reconheceu que "continua a defender a causa palestiniana e o seu povo, com a ajuda de grupos de resistência como o Hezbollah".