Haiti. Violência de gangues provocou mais de 2.400 mortos desde o início do ano
Mais de 2.400 pessoas morreram desde o início do ano com o aumento da violência protagonizada por bandos armados no Haiti, adiantaram esta sexta-feira as Nações Unidas.
"De 24 de abril a meados de agosto, mais de 350 pessoas foram linchadas pela população local e grupos de autodefesa. Entre os mortos contam-se 310 suspeitos de pertencerem a gangues, 46 membros do público e um polícia", acrescentou Ravina Shamdasani.
30 mortos em ataque a bairros de Port-au-Prince
Cerca de 80 por cento da capital haitiana, Port-au-Prince, é controlada por bandos armados. A criminalidade é uma constante. O país vive mergulhado há vários anos numa crise económica, política e de segurança, que levou ao reforço do domínio dos bandos.
Desde o início da semana que os ataques constantes contra os habitantes de um bairro de Port-au-Prince fizeram 30 mortos, entre os quais dois polícias, e mais de uma dezena de feridos. Pelo menos quatro pessoas estão desaparecidas, de acordo com um balanço provisório de uma organização de defesa dos Direitos Humanos.
Milhares de habitantes fugiram a pé, em motas ou amontoadas em carros do bairro de Carrefour-Feuilles, na capital do Haiti, uma zona estratégica para os bandos armados. Entre eles havia "mulheres, crianças e idosos", acrescentou Jerry Chandler.
Apelo internacional da ONU
"Os Direitos Humanos do povo haitiano devem ser protegidos e o seu sofrimento aliviado", sublinhou Volker Türk, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que visitou o país em fevereiro.
Face à vaga de violência crescente que o país tem vivido, entre 11 e 15 de agosto, as Nações Unidas apelam à adoção de medidas urgentes para proteger os Direitos Humanos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou mesmo à formação de uma força multinacional para ajudar as autoridades haitianas a lidar com a insegurança.