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Guterres e Costa em Bruxelas defendem "sistemas multilaterais"

por Cristina Sambado - RTP
Olivier Matthys - EPA

O presidente do Conselho Europeu e o secretário-geral das Nações Unidas, António Costa e António Guterres, apelaram esta quinta-feira em Bruxelas ao reforço do multilateralismo e à defesa da posição da ONU perante o atual cenário internacional e garantiram que vão trabalhar juntos em momentos chave.

Neste mundo multipolar é cada vez mais importante reforçar os nossos sistemas multilaterais e a posição das Nações Unidas”, afirmou António Costa, à entrada para uma reunião do Conselho Europeu com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que se encontra na capital belga e irá participar num almoço de trabalho com os líderes europeus para debater o multilateralismo. O ex-primeiro-ministro português defendeu que “em termos de paz e alterações climáticas temos de lutar contras as desigualdades. Para isso é muito importante promovermos a paz na Ucrânia, em Gaza, no Sudão, no mundo inteiro”.António Costa deixou ainda um agradecimento a António Guterres pelos “esforços pessoais à frente das Nações Unidas” e garantiu o apoio de Bruxelas às Nações Unidas”.

“Lutar contra as desigualdades e promover a implementação do pacto do futuro, a reforma da arquitetura financeira mundial e dar seguimento ao nosso trabalho para controlar as alterações climáticas, proteger os nossos oceanos e a biodiversidade e por isso é que o trabalho com o secretário-geral é uma boa oportunidade”, acrescentou o presidente do Conselho Europeu.

“Sobretudo o acordo de Paris, ou o pacto do futuro, bem como o empenho europeu com as duas conferências, sobre os Oceanos, que vão ter lugar em Nice e o financiamento do desenvolvimento em Sevilha", frisou Costa.

o secretário-geral da ONU (também antigo primeiro-ministro de Portugal) afirmou que a União Europeia é “um pilar fundamental para enfrentar os desafios multilaterais” do mundo. “Ao nível da segurança, da paz, do clima e do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos”.

António Guterres agradeceu a António Costa o convite e frisou que está "muito satisfeito por regressar a Bruxelas e sobretudo por ter a oportunidade de trabalhar com o presidente António Costa”.

“A União Europeia é um parceiro central e estratégico das Nações Unidas e estamos extremamente gratos pelo apoio financeiro e político às atividades das Nações Unidas” 

Guterres recordou que as Nações Unidas e Bruxelas partilham as mesmas preocupações em relação ao conflito entre Moscovo e Kiev.

“Obviamente qualquer cessar-fogo é bem-vindo, porque salvaguarda vidas, mas é essencial que este cessar-fogo acabe por abrir o caminho apara uma paz justa na Ucrânia e uma paz justa na Ucrânia, é uma paz que respeita a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança, nomeadamente sobre a integridade territorial da Ucrânia”, frisou o secretário-geral da ONU.

Guterres também se pronunciou sobre a recente quebra unilateral do cessar-fogo na Faixa de Gaza, por parte de Israel. O acordo de tréguas, firmado com o grupo extremista palestiniano Hamas, estava em vigor desde meados de janeiro.

Estou triste e chocado por ver que a morte e a destruição voltaram a Gaza, a população palestiniana já sofreu demasiado”, lamentou.

“Por isso, gostaria de renovar o meu apelo pelo respeito pelo cessar-fogo e por um acesso humanitário sem qualquer impedimento a todas as áreas de Gaza e pela libertação imediata e sem qualquer tipo de condições de todos os reféns. É essencial manter a porta aberta para um único caminho para se chegar à paz no Médio Oriente. Ou seja, com o Estado palestiniano ao lado de um Estado israelita”, acrescentou.

António Guterres deixou ainda a garantia de que as Nações Unidas e a União Europeia “vão trabalhar em conjunto nos próximos momentos chave em que a comunidade internacional vá dando passos para o futuro”.

“Em Sevilha, em Paris, na reunião do G20, na COP no Brasil e em todos estes momentos eu estou certo que a União Europeia e as Nações Unidas estarão juntas a lutar por uma comunidade internacional melhor e num planeta mais seguro”, rematou.
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