Guterres acompanha com "grande alarme" bombardeamentos israelitas a Beirute
O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou "grande alarme" perante os bombardeamentos israelitas hoje ocorridos em bairros do sul de Beirute, com o alegado objetivo de destruir um quartel da milícia xiita libanesa Hezbollah.
"Estamos a assistir com grande alarme aos acontecimentos que se desenrolam em Beirute (...) Estas ações colocam em perigo tanto a população libanesa como a israelita, para além de ameaçarem a segurança e a estabilidade regionais", declarou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.
Dujarric afirmou também que continuam "profundamente preocupados com a forte escalada das hostilidades ao longo da Linha Azul", que separa a fronteira sul do Líbano e o norte de Israel, e que a sua missão de manutenção da paz destacada na zona, a FINUL, continua "ativamente empenhada" em "ajudar a reduzir as tensões" entre as partes beligerantes.
"Apoiamos plenamente os esforços diplomáticos para pôr fim à violência, restaurar a estabilidade e evitar mais sofrimento humanitário na região", acrescentou o porta-voz.
Fontes da segurança israelita confirmaram à imprensa hebraica, a coberto do anonimato, que os bombardeamentos de hoje ao quartel-general do Hezbollah nos subúrbios de Beirute tinham como objetivo matar o seu líder, Hassan Nasrallah.
O Exército israelita está agora a verificar, segundo as mesmas fontes, se Nasrallah se encontrava ou não nas instalações do grupo no momento do ataque, cuja explosão pulverizou edifícios e levantou uma enorme nuvem de poeira na capital libanesa.
"Nasrallah está bem", disse à AFP uma fonte do movimento armado pró-iraniano, que não quis ser identificada.
Este é o sexto ataque realizado pelas forças israelitas na zona de Dahiyeh desde o início do fogo cruzado entre as partes, a 08 de outubro de 2023, e o quarto em apenas uma semana.
Na sexta-feira passada, mais de 50 pessoas foram mortas num bombardeamento israelita que derrubou dois edifícios em Dahiyeh, onde nos dias seguintes se registaram também três outras ações contra altos responsáveis do Hezbollah, uma das quais fracassou.
A última ocorreu na quinta-feira e matou o comandante da unidade aérea do movimento xiita, Muhamad Hosein Sarur, e pelo menos outra pessoa.
Tudo isto decorre em simultâneo com uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas ao sul e leste do país - onde o Hezbollah é a força dominante - que desde o seu início, na segunda-feira, fez mais de 700 mortos e cerca de 120.000 deslocados.