Guiné-Bissau conquistou respeito internacional com o "embaloísmo"

por Lusa

 O Presidente guineense considerou, em entrevista à Lusa, que a Guiné-Bissau recuperou o lugar no concerto das Nações e o respeito internacional, o que atribuiu à sua figura e a um estilo que o próprio chamou de "embaloísmo".

Umaro Sissoco Embaló fez um balanço do seu mandato numa entrevista à Lusa, em que respondeu a todas as perguntas e abordou, sem restrições, todos os temas da atualidade política, económica e social do país.

"Afirmei a Guiné-Bissau na cena internacional", garantiu o chefe de Estado, sublinhando que fala e visita líderes mundiais de vários quadrantes e que o que "a Guiné-Bissau tem de especial para oferecer é Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República".

Embaló salientou que, nos últimos cinco anos, fez "mais de 50 visitas de Estado", com condecorações, o que assinalou como "um recorde" para a Guiné-Bissau, e destacou que recentemente foi elogiado pela diplomacia norte-americana pelo seu papel em vários conflitos no mundo.

"Eu sou um homem independente, isso nunca vou mudar. Dou-me muito bem com o Putin, como dou-me muito bem com o Zelensky. O Putin ligou para mim, o Zelensky ligou para mim, se eu quiser vou para a Ucrânia. Eu sou um homem muito independente e livre, essa é a minha força e eles respeitam o meu estilo, o `embaloísmo`", afirmou.

Umaro Sissoco Embaló lembrou que foi o primeiro Presidente lusófono a presidir à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, que, além da Guiné-Bissau, integra o também lusófono Cabo Verde) e esteve na presidência da Aliança de Líderes Africanos contra a malária.

O chefe de Estado guineense anunciou que começou já a enviar os convites para a Cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que terá lugar em julho, em Bissau, e que marcará o início da presidência rotativa da organização, por um período de dois anos.

Embaló garantiu que o país tem todas as condições para realizar o evento, lembrando que já recebeu cimeiras maiores, nomeadamente da CEDEAO.

O chefe de Estado disse que, para este seu primeiro mandato, entendeu que "a Guiné-Bissau tinha que sentir como uma nação, como um Estado, porque a ausência da Guiné-Bissau no concerto das Nações afetou muito o desenvolvimento socioeconómico" do país.

"Dantes, quando se falava da Guiné-Bissau falava-se só num narcoestado, num Estado falhado, mas hoje não. O peso da Guiné-Bissau no concerto das nações é outra coisa", afiançou.

Sissoco Embaló reiterou que "não há Estados pequenos, há Estados" e apontou como prova da confiança internacional no país o regresso ou a instalação de representações diplomáticas.

O chefe de Estado assegurou que alguns países que tinham as embaixadas em Dacar, no vizinho Senegal, já estão na Guiné-Bissau ou estão prestes a regressar, nomeadamente os Estados Unidos.

Entre os que regressaram, apontou Marrocos, Venezuela, Emirados Árabes Unidos e outros que "estão para abrir", nomeadamente Índia, Kuwait, Qatar e Arábia Saudita.

"Isso demonstra o regresso da Guiné-Bissau à cena internacional e o peso da Guiné-Bissau, também", considerou.

Embaló garantiu que o país beneficia das relações internacionais, nomeadamente com investimentos em estradas, escolas ou unidades e equipamentos de saúde, alguns dos quais têm como contrapartida a exploração de recursos naturais do país, concretamente minérios e pescas.

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