Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Forças de Defesa de Israel via Reuters
Foto: Mohammed Saber - EPA
Apesar dos apelos insistentes da comunidade internacional para um cessar-fogo em Gaza, intensificam-se as operações militares e aumenta o desespero da população.
O ministro dos Negócios Estrangeiros considera o apelo da comunidade internacional irresponsável. Os bombardeamentos prosseguem no enclave. Ataques aéreos, na última madrugada, provocaram 36 mortes.
O Governo israelita confirmou hoje a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pela primeira vez através da passagem Kerem Shalom, como já tinha anunciado a agência israelita responsável pela gestão dos territórios palestinianos ocupados.
A aprovação desta abertura aconteceu na sexta-feira e em causa está a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza através de uma nova passagem, que se juntaria assim à assistência prestada durante várias semanas através da passagem de Rafah, na fronteira entre o Egipto e o enclave palestiniano.
"A partir de hoje, os camiões de ajuda da ONU passarão por controlos de segurança e serão transportados diretamente para Gaza através de Kerem Shalom para cumprir o nosso acordo com os Estados Unidos", anunciou o órgão do Ministério da Defesa de Israel responsável pelos assuntos civis palestinianos (COGAT) na rede social X.
Segundo o mesmo órgão "isto aumentará o volume diário de ajuda humanitária que entra em Gaza para ser entregue à população".
O Papa Francisco lamentou hoje a morte de duas mulheres numa paróquia católica, a paróquia da Sagrada Família, na Faixa de Gaza, onde "civis indefesos" são alvo de tiros e bombardeamentos.
"Continuo a receber notícias muito graves e dolorosas de Gaza. Civis desarmados são alvos e isso tem acontecido até no complexo paroquial da Sagrada Família onde não há terroristas, mas sim famílias, crianças, doentes, pessoas com deficiência e freiras", lamentou o pontífice após o Angelus da janela do Palácio Apostólico.
No dia em que completa 87 anos, Francisco denunciou o assassinato de uma mãe e da filha, cujos nomes pronunciou publicamente, "enquanto iam à casa de banho, uma situação que terá ocorrido no sábado.
Sem referir a autoria do ataque, Francisco referia-se a um ataque forças israelitas àquela paróquia cristã na Faixa de Gaza, apontando que um lançador de foguetes estava escondido no seu interior, como descreve o portal de notícias oficial multilíngue do Vaticano.
"A casa das freiras de Madre Teresa foi danificada, o seu gerador foi atingido. Há quem diga que é terrorismo. Rezemos ao Senhor pela paz", disse Francisco diante de centenas de fiéis que o ouviam na Praça de São Pedro.
O Papa argentino acrescentou nas orações o povo ucraniano e alargou os apelos a outras zonas de conflito.
"Não esqueçamos os nossos irmãos e irmãs que sofrem com a guerra na Ucrânia, Palestina, Israel e outras zonas de conflito. Que a proximidade do Natal reforce o compromisso de abrir caminhos para a paz", pediu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, pediu um "cessar-fogo sustentável" em Gaza e que se trabalhe por uma paz duradoura entre Israel e a Palestina num artigo com a homóloga alemã, publicado hoje no The Sunday Times.
O apelo a um cessar-fogo, mas "apenas se for sustentável", significa uma mudança de tom por parte do Governo britânico, que até agora defendia "pausas humanitárias" ocasionais para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
No texto, David Cameron e a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, esclarecem que, apesar de representarem "tradições políticas muito diferentes" - ele é conservador e ela é verde - partilham o desejo de melhorar as coisas e "a ânsia de paz, no Médio Oriente como noutras partes do mundo".
Ao contrário de outros, não acreditam que "apelar agora a um cessar-fogo geral e imediato, na esperança de que este se torne permanente, seja o caminho a seguir".
Isso ignoraria o facto de "Israel ter sido forçada a defender-se após o ataque" do Hamas em 07 de outubro e de o grupo islamista "continuar a disparar mísseis para matar cidadãos israelitas todos os dias". "O Hamas tem de depor as armas", afirmam.
"Um cessar-fogo insustentável, que rapidamente conduziria a mais violência, só tornaria mais difícil a construção da confiança necessária para a paz", defendem.
Os dois políticos afirmam que "só os extremistas como o Hamas" querem continuar "presos num ciclo interminável de violência, sacrificando os seus próprios interesses".
Insistem que o objetivo "não pode ser simplesmente o fim dos combates atuais", mas "deve ser uma paz que dure dias, anos e gerações".
"Por isso, apoiamos um cessar-fogo, mas apenas se for sustentável", acrescentam.
Os ministros apelam ao Hamas para que liberte imediatamente os reféns e avisam que deixá-los em Gaza "seria um obstáculo permanente no caminho para uma solução de dois Estados (israelita e palestiniano)".
Cameron e Baerbock destacam três áreas de ação: em primeiro lugar, reconhecem o direito de Israel a defender-se, mas apelam para que, "ao fazê-lo, respeite o direito humanitário internacional", porque "já foram mortos demasiados civis".
Em segundo lugar, "deve ser prestada mais ajuda aos palestinianos" e, por último, a comunidade internacional, e em particular os países árabes, devem trabalhar para uma solução que "proporcione segurança a longo prazo aos dois povos".
Neste sentido, apelam ao fim da violência dos "colonos extremistas na Cisjordânia", que "tentam sabotar esses esforços", enquanto, na sua opinião, os palestinianos precisam de uma equipa de líderes que lhes ofereça "o governo que merecem".
Dezenas de profissionais de saúde juntaram-se, este sábado, num cordão humano para exigir a libertação da Palestina.
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros diz que o apelo para um cessar-fogo em Gaza é irresponsável e um erro.
Israel lançou hoje novos ataques na Faixa de Gaza, numa altura em que os líderes israelitas enfrentam uma pressão crescente para negociar e garantir a libertação dos reféns raptados pelo movimento islamita Hamas.
Os familiares dos reféns intensificaram os apelos ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que chegue a um acordo sobre a libertação dos prisioneiros, depois de o exército ter admitido ter matado "por engano" três reféns naquele território palestiniano.
Os três reféns mortos encontravam-se entre as cerca de 250 pessoas capturadas no ataque sem precedentes lançado pelo Hamas em solo israelita a 07 de outubro, que causou 1.140 mortos, de acordo com os últimos números fornecidos pelas autoridades israelitas.
Pelo menos 12 pessoas morreram hoje em ataques israelitas contra a cidade de Deir al-Balah, no centro de Gaza, anunciou o Ministério da Saúde do Hamas. Testemunhas relataram igualmente um bombardeamento israelita na cidade de Bani Suheila, no sul do país.
No total, 18.800 pessoas foram mortas desde o início da ofensiva de retaliação israelita em Gaza, de acordo com o grupo islamita, no poder no enclave desde 2007 e considerado uma organização terrorista pela UE, pelos EUA e por Israel.
Mais de 100 israelitas e estrangeiros capturados pelo Hamas foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinianos durante uma trégua de uma semana, no mês passado, mediada pelo Qatar.
O primeiro-ministro israelita afirmou, no sábado, que "a pressão militar é necessária tanto para o regresso dos reféns como para garantir a vitória sobre os inimigos".
Mas Benjamin Netanyahu também pareceu confirmar que o Qatar estava a fazer esforços diplomáticos para garantir a libertação de mais reféns: "temos sérias críticas em relação ao Qatar, que, presumo, serão conhecidas a seu tempo, mas, de momento, estamos a tentar concluir a recuperação dos nossos reféns".
No mesmo dia, o Qatar confirmou "esforços diplomáticos em curso para renovar a pausa humanitária".
No entanto, numa mensagem publicada na rede social Telegram, o Hamas reiterou ser "contra qualquer negociação sobre a troca de prisioneiros até que a agressão contra o povo palestiniano cesse completamente".