Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Alexander Ermochenko - Reuters
Organizações de defesa de jornalistas denunciaram hoje as condições de trabalho destes profissionais na Faixa de Gaza, "onde não há qualquer lugar seguro", em consequência da resposta israelita ao ataque do Hamas, de 07 de outubro.
"Estejam a trabalhar em campo aberto, em tendas de imprensa colocadas perto de hospitais ou nas suas casas ou em abrigos improvisados, com os seus entes queridos, os jornalistas que continuam a cobrir esta guerra estão em perigo constante de serem mortos", descreveu a Repórteres sem Fronteiras (RSF), em comunicado.
Também hoje, ao início do dia, o Comité de Proteção dos Jornalistas (CPJ) expressou as suas "graves preocupações" com o colapso da internet e das redes telefónicas na Faixa de Gaza e apelou ao Egito e a Israel que autorizem a entrada de combustível no território palestiniano cercado.
Esta organização de defesa da liberdade de imprensa, baseada em Nova Iorque, afirmou, em comunicado, que o `blackout` das comunicações causado pela falta de combustível na Faixa de Gaza representa "um risco extremo para as vidas dos jornalistas que reportam a partir da Faixa de Gaza".
Acresce que, "ao impedirem a entrada de combustível na Faixa de Gaza, o governo israelita está a impedir os jornalistas na Faixa de Gaza de fornecerem ao mundo notícias sobre a guerra, o que deixa a comunidade internacional vulnerável à propaganda mortal e à desinformação", acusou Sherif Mansour, coordenador do CPJ para a região do Médio Oriente e Norte de África.
No seu texto, a RSF adiantou que está em contacto permanente com jornalistas, "que têm feito relatos comoventes do ambiente em que trabalham".
Um exemplo é a descrição feita pelo correspondente da agência France Press na Faixa de Gaza nos últimos 27 anos, Adel Al Zaanoon. Como disse, ao descrever o seu quotidiano: "Estamos sob pressão constante com bombardeamentos por todos os lados, terra, mar e ar".
O correspondente da RSF na Faixa de Gaza desde 2018, Ola Al Zaanoon, que foi hospitalizado, depois de ter sofrido os efeitos de um bombardeamento israelita perto de Rafah. Como detalhou: "Fui ferido quando a casa ao lado daquela em que nos tínhamos refugiado foi bombardeada".
Já Hani Alsaher, jornalista que trabalha para vários meios locais e internacionais na Faixa de Gaza, descreveu o que é noticiar a partir do terreno para ele e os seus camaradas: "As cenas de banho de sangue deixam cicatrizes para sempre nas nossas almas, depois de testemunharmos essas cenas, seja durante os bombardeamentos, seja depois".
Familiares das vítimas israelitas do ataque do Hamas em 7 de outubro reuniram-se hoje com um procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), disse o seu advogado, e pediram mandados de prisão contra os líderes do grupo islamita palestiniano.
"A investigação está a progredir", afirmou François Zimeray à agência France Presse após a reunião, duas semanas depois de ter apresentado um processo ao procurador Karim Khan em representação de nove famílias de vítimas israelitas.
As famílias pretendem que o Hamas seja processado por crimes de guerra e genocídio e que o TPI emita um mandado de captura internacional contra os seus líderes.
Em Israel, cerca de 1.200 pessoas foram mortas desde 07 de outubro, a maioria das quais civis massacrados no dia do ataque do Hamas, numa violência e numa escala sem precedentes desde a criação do estado judeu em 1948. Mais de 240 pessoas foram feitas reféns.
Israel lançou então uma ofensiva de retaliação massiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, na qual cerca de 12 mil pessoas foram mortas, a maioria igualmente civis, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo grupo palestiniano.
Qualquer pessoa ou grupo pode apresentar um caso ao TPI para investigação, mas o tribunal, com sede em Haia, não é obrigado a aceitá-lo.
Especialistas jurídicos defenderam à France Presse que ambos os lados poderiam ser acusados de crimes de guerra.
O TPI, criado em 2002 para julgar as piores atrocidades do mundo, abriu uma investigação em 2021 sobre alegados crimes de guerra nos Territórios Palestinianos, incluindo alegados crimes cometidos pelas forças israelitas, pelo Hamas e por outros grupos armados da Palestina.
Khan disse que o seu mandato se aplicaria a alegados crimes cometidos durante a guerra atual. Mas as suas equipas não conseguiram entrar na Faixa de Gaza, nem em Israel, que não é membro do TPI.
No entanto, Zimeray acredita que o encontro de hoje é "muito importante", sustentando que "há israelitas que confiam no tribunal, na sinceridade do procurador e no profissionalismo da sua equipa".
Esta postura, disse ainda, ajudará a mostrar aos familiares das vítimas que "o tribunal é capaz de fazer justiça pelos crimes que sofreram".
Também hoje, cinco países signatários do tratado que criou o TPI pediram uma investigação sobre a possibilidade de estarem a ser cometidos crimes de guerra na Palestina.
"O meu gabinete recebeu um pedido sobre a situação no Estado da Palestina por parte dos seguintes cinco países-membros: África do Sul, Bangladesh, Bolívia (...) Comores e Jibuti", anunciou hoje o procurador Karim Khan, que confirmou que o tribunal internacional já está a investigar a situação.
Khan disse que o seu mandato se aplicará a alegados crimes cometidos durante a guerra atual, iniciada em 07 de outubro, após um ataque do grupo islamita Hamas em território israelita.
Contudo, o procurador avisa que, neste momento, as equipas do tribunal não estão a conseguir entrar em Gaza, nem em Israel, que não é membro do TIJ, mas que pode ser acusado de crimes de guerra, de acordo com especialistas em direito internacional.
Cinco países signatários do tratado que criou o Tribunal Internacional de Justiça Internacional (TIJ) pediram hoje uma investigação sobre a possibilidade de estarem a ser cometidos crimes de guerra na Palestina.
"O meu gabinete recebeu um pedido sobre a situação no Estado da Palestina por parte dos seguintes cinco países-membros: África do Sul, Bangladesh, Bolívia (...) Comores e Jibuti", anunciou hoje o procurador Karim Khan, que confirmou que o tribunal internacional já está a investigar a situação.
O TIJ - órgão das Nações Unidas que foi criado em 2002 para julgar as piores atrocidades do mundo - abriu uma investigação em 2021 sobre alegados crimes de guerra nos territórios palestinianos, incluindo alegados crimes cometidos pelas forças israelitas, pelo Hamas e por outros grupos armados palestinianos.
Khan disse que o seu mandato se aplicará a alegados crimes cometidos durante a guerra atual, iniciada em 07 de outubro, após um ataque do grupo islamita Hamas em território israelita.
Contudo, o procurador avisa que, neste momento, as equipas do tribunal não estão a conseguir entrar em Gaza, nem em Israel, que não é membro do TIJ, mas que pode ser acusado de crimes de guerra, de acordo com especialistas em direito internacional.
Um país-membro pode apresentar ao procurador um caso em que um ou mais crimes da competência do tribunal possam ter sido cometidos, solicitando-lhe que investigue a situação para determinar se uma pessoa ou pessoas específicas devem ser acusadas.
"Desde o início do meu mandato, em junho de 2021, criei pela primeira vez uma equipa dedicada para fazer avançar a investigação sobre a situação no Estado da Palestina", disse o procurador, acrescentando que já foram recolhidas muitas informações.
Em Israel, 1.200 pessoas foram mortas desde 07 de outubro, a maioria delas civis massacrados no dia do ataque do movimento islamita Hamas, numa violência e numa escala sem precedentes desde a criação de Israel em 1948.
Desde essa data, Israel lançou uma ofensiva retaliatória contra o Hamas em Gaza, durante a qual mais de 12.000 pessoas foram mortas, segundo o Ministério da Saúde no território controlado pelo Hamas.
O conflito em Gaza faz aumentar a tensão na Cisjordânia. Um movimento de mulheres cruza Israel, a Cisjordânia e Gaza a exigir uma solução pacífica na região, como constatou a enviada especial da RTP a Jerusalém, Cândida Pinto.
A partir de Telavive, o enviado especial da RTP, Paulo Jerónimo, dá conta de uma quebra na popularidade do primeiro-ministro israelita.
O chefe da diplomacia da União Europeia reuniu-se com o primeiro-ministro palestiniano.
António Guterres voltou a defender a solução dos dois Estados. O secretário-geral da ONU acusou alguns responsáveis israelitas de terem deturpado as suas declarações sobre o ataque do Hamas a 7 de outubro.
Nasser Nasser/Pool via REUTERS
O chefe da diplomacia europeia esteve em Ramallah e defendeu o regresso da Autoridade Palestiniana à Faixa de Gaza.
O número real de vítimas em Gaza é "provavelmente muito superior" aos 11 mil mortos anunciados, uma vez que a atualização dos dados esteve parada por cinco dias devido ao colapso das comunicações no enclave, segundo a ONU.
Num briefing na Assembleia Geral da ONU sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza, Martin Griffiths, o subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, afirmou que, além do colapso da rede de comunicações - devido à falta de combustível -, a contabilização real do número de vítimas é dificultada pela demora em descobrir corpos debaixo dos destroços.
"Mais de 41.000 unidades habitacionais foram destruídas ou gravemente danificadas - o que representa cerca de 45% do parque habitacional em Gaza", disse, em referência aos danos causados pelos ataques das tropas israelitas, em guerra com o movimento Hamas.
Há poucos ou nenhuns cuidados médicos disponíveis no norte de Gaza, afirmou Martin Griffiths, apontando que dos 24 hospitais com capacidade de internamento no norte do enclave, apenas um - o Al Ahli - está atualmente operacional e a admitir pacientes.
Dezoito hospitais foram fechados e evacuados desde o início das hostilidades e outros cinco - incluindo o Al Shifa, privado de eletricidade três dias após a entrada das forças israelitas -, prestam serviços extremamente limitados a pacientes que já foram internados.
"Estes hospitais não são acessíveis de forma fiável devido à insegurança, não têm eletricidade ou materiais essenciais e não admitem novos pacientes", declarou o líder humanitário, que participou na sessão da Assembleia Geral de forma virtual.
"É, sem dúvida, uma crise humanitária que, em qualquer medida, é intolerável e não pode continuar. Em muitos aspetos, o direito humanitário internacional parece ter sido virado de cabeça para baixo", acrescentou.
Por mais terrível que seja a situação em Gaza, "poderá piorar muito", avaliou o subscretário-geral, admitindo verdadeiras preocupações de que, se não forem adotadas medidas imediatas, este conflito possa ramificar-se ainda mais para outras partes do Território Palestiniano Ocupado e arrastar a região "para uma conflagração com consequências ainda mais catastróficas".
Griffiths recordou ainda os cerca de 240 reféns detidos pelo grupo islamita Hamas, "desde bebés a octogenários", que enfrentam mais de 40 dias de cativeiro.
"Eles devem ser liberados imediatamente e sem condições. Entretanto, devem ser tratados com humanidade e poder receber visitas do Comité Internacional da Cruz Vermelha", apelou.
Também o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, participou na sessão, considerando "lamentável" e "patética" a quantidade de ajuda permitida até agora em Gaza, defendendo a necessidade de se reabastecer rapidamente os hospitais, reconstituir a força de trabalho da saúde e garantir que os serviços de saúde estão protegidos.
Até agora, a OMS verificou 152 ataques aos cuidados de saúde em Gaza, 170 na Cisjordânia e 33 em Israel, que incluem ataques a hospitais, clínicas, ambulâncias, profissionais de saúde e a pacientes.
Referindo-se particularmente ao hospital Al Shifa, Tedros Adhanom sublinhou que, "mesmo que o Hamas tenha utilizado o hospital para fins militares, o hospital, e na verdade todas as instalações de cuidados de saúde, nunca ficam desprovidos de proteção ao abrigo do direito humanitário".
"A escala da resposta de Israel [ao ataque de 7 de outubro do hamas] parece cada vez mais injustificável. A OMS, tal como o resto do sistema da ONU, é imparcial. Não estamos de um lado ou de outro. Estamos do lado da humanidade", observou.
O líder da OMS aproveitou ainda a sessão da Assembleia Geral para questionar o futuro da própria ONU, avaliando que esta crise é um "teste decisivo" para as Nações Unidas e para os seus Estados-Membros.
"Estamos a testemunhar a destruição de vidas e propriedades numa escala terrível. Mas também estamos a testemunhar a destruição da civilidade, do sistema baseado em regras e da confiança entre os países", advogou.
"Se vocês, como Estados-Membros das Nações Unidas, não querem ou não podem parar este derramamento de sangue, então devemos perguntar: para que servem as Nações Unidas?", questionou o diretor-geral da OMS, apelando ao fim deste conflito.
O briefing de hoje foi solicitado pela Líbia e pela Mauritânia, nas respetivas qualidades de presidente do Grupo Árabe e de presidente do Grupo da Organização de Cooperação Islâmica.
Participaram representantes de várias agências da ONU, como o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP), agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, entre outros, que repetiram os apelos por um cessar-fogo imediato.
O Departamento de Educação dos Estados Unidos abriu uma série de investigações sobre antissemitismo e islamofobia em universidades de prestígio, cujos `campi` foram abalados pelas reações à guerra entre Israel e o Hamas.
As universidades de Columbia, de Cornell e da Pensilvânia, três instituições de elite da costa leste norte-americana, estão entre as investigadas, anunciou o hoje o Departamento de Educação num comunicado.
Sete instituições, incluindo um grupo escolar do Kansas, são visadas nesta que é a primeira vaga de investigações deste tipo levadas a cabo pelo departamento desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.
Cinco investigações dizem respeito a acusações de "assédio antissemita" e duas de "assédio islamofóbico", segundo o departamento.
"O ódio não tem lugar nas nossas escolas, ponto final", afirmou o secretário de Educação, Miguel Cardona, no comunicado, citado pela agência francesa AFP.
Cardona disse que as instituições "devem atuar para garantir ambientes educativos seguros e inclusivos, onde todos sejam livres de aprender" e onde os estudantes "sejam protegidos do ódio e da discriminação".
No final de outubro, a Casa Branca (presidência) já tinha alertado para o "aumento alarmante de incidentes antissemitas nas escolas e nos `campi` universitários" desde o ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro.
Universidades norte-americanas têm sido palco de polémicas sobre o conflito, nomeadamente a de Harvard, na qual uma declaração pró-palestiniana assinada por associações de estudantes provocou a indignação dos responsáveis políticos, alguns acusando-os de antissemitismo.
Na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, duas associações de estudantes que apelaram ao cessar-fogo na Faixa de Gaza foram suspensas, acusadas de terem feito "discursos ameaçadores e intimidatórios".
Na Universidade de Cornell, no norte do estado de Nova Iorque, as aulas foram canceladas em 03 de novembro para acalmar o `campus`, na sequência da acusação federal contra um estudante que ameaçou de morte colegas judeus.
Na da Pensilvânia, foram projetadas mensagens antissemitas em edifícios de um `campus` em Filadélfia na semana passada, segundo a universidade.
"A universidade continuará a combater de forma vigilante o antissemitismo e todas as formas de ódio", disse um porta-voz à AFP.
As investigações, baseadas na legislação antidiscriminação adotada durante o movimento dos direitos civis na década de 1960, podem levar ao corte de subsídios federais recebidos pelas instituições, ou mesmo a uma investigação criminal.
O ataque do Hamas a Israel de 07 de outubro causou mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva militar israelita que se lhe seguiu provocou mais de 11.500 mortos na Faixa de Gaza, de acordo com o grupo islamita palestiniano.
Foto: José Pinto Dias - RTP
A partida dos oito portugueses, que estava prevista para a passada quarta-feira, só agora foi possível.
As Forças de Defesa de Israel partilharam imagens e vídeos daquilo que garantem ser túneis do Hamas debaixo dos hospitais de Gaza. A operação militar no hospital de al-Shifa terá sido motivada por "fortes indicações" de que haveria reféns no local, o que acabou por não se confirmar.
Os sistemas de comunicação na Faixa de Gaza estão hoje inoperacionais, pelo segundo dia consecutivo, fazendo com que as agências de ajuda humanitária suspendessem as entregas transfronteiriças.
"Gaza recebe agora apenas 10% dos alimentos necessários diariamente e a desidratação e a subnutrição estão a aumentar, com quase todos os 2,3 milhões de pessoas no território a necessitarem de alimentos", disse o porta-voz regional do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para o Médio Oriente, Abeer Etefa.
"As pessoas enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome", alertou.
"Com poucos camiões a entrar em Gaza e nenhum combustível para distribuir os alimentos, "não há forma de satisfazer as atuais necessidades de fome", disse.
De acordo com Abeer Etefa, a rutura da rede de comunicações, que é crucial para a coordenação da entrega da ajuda, significou um agravamento ainda maior da situação.
A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) informou que nenhuma entrega de ajuda poderia entrar hoje no sul de Gaza vinda do Egito.
"Vimos combustível, alimentos, água e assistência humanitária serem usados como arma de guerra", disse a porta-voz da agência, Juliette Touma.
O combustível é necessário para os geradores que alimentam sistemas de comunicação de emergência, hospitais, centrais de dessalinização e outras infraestruturas críticas em Gaza.
Israel tem entrado mais profundamente na Cidade de Gaza e as suas tropas têm procurado no maior hospital de Gaza, Shifa, vestígios de um centro de comando do Hamas que os militares alegam estar localizado debaixo do edifício.
Os militares têm mostrado imagens do que dizem ser a entrada de um túnel e armas encontradas num camião dentro do complexo, mas ainda não há nenhuma evidência do centro de comando, que o Hamas e Shifa negam existir.
O ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas contra o sul de Israel, a 07 de outubro, deixou mais de 1.200 mortos, tendo sido feitos paralelamente mais de 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A guerra entre Israel e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
Pelo menos cinco palestinianos foram mortos hoje na sequência de um ataque aéreo israelita durante uma operação militar em Jenin, Cisjordânia ocupada, que, segundo fontes palestinianas, se estendeu também ao principal hospital da cidade.
O exército israelita anunciou que matou pelo menos "cinco terroristas" em Jenin, "reduto dos grupos armados palestinianos" na Cisjordânia ocupada, enquanto o Hamas anunciou a morte de três dos seus combatentes.
Por outro lado, a agência noticiosa oficial palestiniana WAFA noticiou que o Exército israelita atacou uma "concentração de civis" no campo de refugiados de Jenin, matando três pessoas e ferindo outras nove.
A WAFA referiu ainda que se tratou de um ataque em grande escala, que afetou vários bairros da cidade e incluiu um cerco de horas ao hospital Ibn Sina.
Segundo a agência, as tropas israelitas cercaram o centro médico, interrogaram o pessoal médico, examinaram as ambulâncias e exigiram a evacuação do edifício.
O Exército israelita anunciou que as tropas levaram a cabo uma "vasta operação antiterrorista" em Jenin, durante a qual as forças atacaram do ar "um esquadrão de terroristas armados que dispararam" e, num incidente separado, "neutralizaram terroristas que abriram fogo e lançaram explosivos".
"No total, pelo menos cinco terroristas foram neutralizados, seis armas foram confiscadas e oito suspeitos foram presos", disse o porta-voz militar.
O exército israelita acrescentou que, durante a operação, "os terroristas e os atiradores fugiram em veículos e ambulâncias em direção à zona do hospital Ibn Sina onde se esconderem".
Em resposta, as forças perseguiram-nos e conseguiram parar um veículo à entrada do hospital.
Questionado pela EFE, o porta-voz militar não deu qualquer informação sobre o alegado cerco ao centro médico.
As intervenções militares israelitas na Cisjordânia têm ocorrido quase diariamente desde o ano passado e intensificaram-se ainda mais desde o início da guerra em Gaza, a 07 de outubro, na sequência de um ataque do Hamas contra solo israelita.
Desde essa altura, cerca de 200 palestinianos foram mortos e mais de 2.700 ficaram feridos na Cisjordânia em incidentes violentos com as forças de segurança israelitas ou com colonatos judeus da região.
Israel prendeu mais de 1.750 palestinianos na Cisjordânia desde o início da guerra de Gaza, mais de 1.000 alegadamente ligados ao Hamas.
A Cisjordânia ocupada enfrenta a maior espiral de violência em duas décadas e mais de 400 palestinianos já foram mortos em 2023, na sua maioria milicianos em confrontos armados com tropas e atacantes israelitas, mas também civis, incluindo 85 menores.
O presidente do Brasil manteve conversações com o homólogo israelita, Isaac Herzog, sobre a situação humanitária em Gaza e os reféns do movimento islamita Hamas, após ter criticado fortemente a reação de Israel.
"Falei (por telefone) com o presidente de Israel, Isaac Herzog, sobre a libertação dos reféns do Hamas e o repatriamento dos brasileiros da Faixa de Gaza", escreveu Luiz Inácio Lula da Silva, na rede social X (antigo Twitter).
Na segunda-feira, Lula criticou fortemente a resposta de Israel ao ataque do Hamas de 7 de outubro, que desencadeou a guerra entre as duas partes, classificando-a como "tão grave" como os ataques do movimento islamita palestiniano.
Lula comprometeu-se com Herzog "a reforçar" o pedido de libertação dos reféns do Hamas, lembrando as discussões sobre este assunto com os dirigentes do Irão, do Egito e da Autoridade Palestiniana, de acordo com um comunicado da Presidência brasileira.
O governante brasileiro também expressou "grande preocupação com a grave crise humanitária em Gaza" e "consternação com a perda de vidas, particularmente de crianças", indicou a mesma nota.
Foto: Olivier Hoslet - EPA
As telecomunicações na Faixa de Gaza estão fora de serviço por falta de combustível. As Nações Unidas queixaram-se do que consideram ser uma tentativa deliberada de estrangular as operações humanitárias no enclave.
O enviado-especial da RTP, Paulo Jerónimo, sublinha que a retirada de portugueses está a ser sucessivamente adiada.
Foto: Forças de Defesa de Israel via Reuters
Na Guiné Bissau, o Ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que existem muitas dificuldades na fronteira de Rafah e a retirada não depende de Portugal.
Foto: Reuters
Um bombardeamento provocou a morte de três cidadãos portugueses na Faixa de Gaza. Ahmed Ashour soube ontem que perdeu dois filhos menores e a mulher no sul do território e responsabilizou o Governo português.