Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Haitham Imad - EPA
As forças israelitas denunciaram hoje ofensivas do Hezbollah contra um posto militar no norte de Israel, acrescentando que responderam com um ataque aéreo contra infraestruturas do movimento xiita libanês, incluindo vários centros de comando operacional.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) referiram que identificaram lançamentos desde o Líbano, em direção a um posto das forças israelitas na área do `kibutz` Malkia, no norte de Israel.
"Um lançamento foi intercetado pelo Aerial Defense Array e o restante caiu em área aberta", adiantou a mesma fonte.
Em resposta, caças das FDI atingiram a "infraestrutura terrorista do Hezbollah no Líbano".
"Os alvos militares atingidos incluem vários centros de comando operacional onde operavam terroristas do Hezbollah", destacaram as FDI.
O grupo xiita libanês tinha reivindicado hoje cinco ataques contra alvos militares israelitas, em novo dia de agudização da violência fronteiriça.
O movimento afirmou que todos estes ataques foram realizados em apoio à população de Gaza e à sua "honrosa Resistência", numa aparente referência ao movimento islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista por União Europeia e Estados Unidos, e que é alvo de uma ofensiva terrestre das tropas israelitas no enclave.
De acordo com o grupo xiita, as ações de hoje tiveram "impactos diretos" e pelo menos uma delas causou um número indeterminado de mortos e feridos nas fileiras do exército israelita.
O Exército israelita também já tinha confirmado que o Hezbollah, organização também considerada terrorista pela União Europeia, disparou contra vários locais no norte de Israel.
Em resposta, a artilharia da FDI "atingiu a fonte dos disparos", segundo a mesma fonte.
Também hoje, referiu a mesma fonte, uma célula do Hezbollah que tentou lançar mísseis anti-tanque em direção à área de Shtula, no norte de Israel, foi atingida por um tanque das FDI.
Desde 08 de outubro, o Hezbollah e Israel têm estado envolvidos em intensos duelos de artilharia na fronteira com o Líbano, um confronto que já causou dezenas de mortos, doze dos quais civis, e mais de 26.000 deslocados internos libaneses.
A violência atingiu níveis recorde no passado fim de semana, quando alguns especialistas consideraram que foram violadas regras de combate, reacendendo o receio de que o Líbano se torne uma segunda frente na guerra em Gaza.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A ONU anunciou que as operações humanitárias em Gaza vão terminar dentro de dois dias devido à falta de combustível. No norte do enclave o Hamas disse que já não há nenhum hospital a funcionar, mas Israel acusou o movimento islâmico de bloquear o fornecimento de combustível ao Hospital Al-Shifa.
Os combates na Faixa de Gaza aproximam-se dos dois hospitais que Israel afirma serem usados pelo Hamas como eixos operacionais. Na fronteira norte de Israel com o Libano intensificaram-se as trocas de artilharia e Telavive voltou a avisar que o Líbano pagará um preço elevado se o Hezbollah intensificar ataques a partir do país.
Os enviados especiais Cândida Pinto e David Araújo constataram no terreno a intensificação no lançamento de rockets a partir de território libanês.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou hoje que o maior hospital da Faixa de Gaza, cercado por forças israelitas, "tem de ser protegido" e apelou para uma "ação menos intrusiva" do Exército de Israel.
Os combates entre as forças israelitas e as milícias palestinianas cercaram todo o complexo do Hospital Al-Shifa, desencadeando a fuga de milhares de pessoas.
Há três dias que aquele estabelecimento de saúde não tem eletricidade nem água, e os tiros e bombardeamentos no exterior das instalações tornaram a situação ainda mais difícil.
"É minha esperança e expectativa que haja uma ação menos intrusiva", disse Biden, na Sala Oval da Casa Branca.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 38.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.180 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
O grupo xiita libanês Hezbollah reivindicou hoje cinco novos ataques contra alvos militares israelitas, levando a uma reação do Exército do Estado judaico, em novo dia de agudização da violência fronteiriça.
O grupo libanês anunciou dois lançamentos de mísseis contra forças israelitas no norte do Estado judaico, assim como outras três ações contra postos militares, utilizando "armas apropriadas", sem especificar.
O Hezbollah afirmou que todos estes ataques foram realizados em apoio à população de Gaza e à sua "honrosa Resistência", numa aparente referência ao movimento islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista por União Europeia e Estados Unidos, e que é alvo de uma ofensiva terrestre das tropas israelitas no enclave.
De acordo com o grupo xiita, as ações de hoje tiveram "impactos diretos" e pelo menos uma delas causou um número indeterminado de mortos e feridos nas fileiras do exército israelita.
O Exército israelita (IDF) confirmou hoje que o Hezbollah, organização também considerada terrorista pela União Europeia, disparou contra vários locais no norte de Israel.
Em resposta, a artilharia da IDF "atingiu a fonte dos disparos", segundo a mesma fonte.
"As IDF atacaram postos de lançamento [de mísseis] e um terrorista que realizou disparos em direção a Israel", adiantou o Exército israelita em comunicado.
Também hoje, referiu a mesma fonte, uma célula do Hezbollah que tentou lançar mísseis anti-tanque em direção à área de Shtula, no norte de Israel, foi atingida por um tanque das IDF.
Desde 08 de outubro, o Hezbollah e Israel têm estado envolvidos em intensos duelos de artilharia na fronteira com o Líbano, um confronto que já causou dezenas de mortos, doze dos quais civis, e mais de 26.000 deslocados internos libaneses.
A violência atingiu níveis recorde no passado fim de semana, quando alguns especialistas consideraram que foram violadas regras de combate, reacendendo o receio de que o Líbano se torne uma segunda frente na guerra em Gaza.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse hoje que o fornecimento de ajuda a Gaza por via aérea é "muito caro" e "não é sustentável", devendo ser visto como "último recurso".
A entrega área de ajuda, com paraquedas, "é sempre o último recurso se perguntarmos a algum colega (da ONU) que trabalhe com logística, porque é muito, muito caro e não sustentável", disse hoje o chefe de gabinete do OCHA na Palestina Ocupada, Andrea De Domenico, numa conferência de imprensa em Nova Iorque, na qual participou por videochamada.
Em causa está um pedido feito hoje pelo primeiro-ministro do Estado da Palestina, Mohammed Shtayyeh, que solicitou à ONU e à União Europeia que "lancem ajuda" a partir do ar na Faixa de Gaza para apoiar os civis bloqueados devido à guerra entre Israel e o Hamas.
"A realidade é que existem maneiras de levar a assistência, se as partes chegarem a um acordo sobre um acesso desimpedido e contínuo. Portanto, penso que o primeiro ponto de entrada deveria ser insistir na abertura das travessias [de fronteira] e garantir que os abastecimentos são sustentados, em vez de pensar em cenários extremos", defendeu Domenico.
O chefe de gabinete disse estar ciente que a Jordânia já avançou com essa abordagem, com o lançamento de ajuda através de aeronaves, mas salientou que "as quantidades são limitadas" e que, logisticamente, "é muito, muito desafiador".
De acordo com o OCHA, 76 camiões atravessaram Gaza vindos do Egito no domingo, elevando para 981 o número de camiões que entraram no território palestiniano desde 21 de outubro.
Esta ajuda humanitária é considerada muito insuficiente para os cerca de 2,4 milhões de habitantes, 1,6 milhões dos quais foram deslocados desde o início da guerra, que estão mergulhados numa situação catastrófica, segundo as Nações Unidas.
Cerca de 500 camiões de ajuda humanitária entravam diariamente em Gaza antes da guerra entre Israel e o Hamas, segundo dados da ONU.
Domenico explicou ainda que, a partir de terça-feira, as equipas das Nações Unidas no enclave não poderão descarregar os camiões porque não têm combustível para operar a maquinaria necessária para esse processo ou para transportar esses carregamentos até aos locais onde estão os necessitados.
O chefe de gabinete do OCHA na Palestina Ocupada lembrou ainda que a comunicação com o enclave poderá ser totalmente cortada na quinta-feira, após o anúncio feito pelo serviço de telecomunicações palestiniano Paltel de que será forçado a encerrar completamente o serviço por falta de combustível.
Domenico disse ainda que não há lugares seguros em Gaza e que recebeu relatos de várias detenções de pessoas, nomeadamente de homens, que tentaram deslocar-se do norte para o sul do enclave, área que, supostamente, seria mais segura para os civis palestinianos.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, definiu hoje a situação na Faixa de Gaza como "extremamente terrível" e observou que tudo "está a acontecer à vista de todos".
"Precisamos de acesso ao nosso combustível para levá-lo às instalações da ONU, às centrais de dessalinização, às clínicas de saúde... Não deveríamos ter de negociar o combustível", sublinhou.
Todos os escritórios da ONU ao redor do mundo fizeram na manhã de hoje um minuto de silêncio pelos mais de cem funcionários das Nações Unidas que perderam a vida em Gaza.
Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a bandeira da ONU foi colocada a meia haste como parte da homenagem a esses funcionários que morreram no enclave.
O ministro da Defesa israelita garantiu hoje que o Hamas "perdeu o controlo de Gaza" e os seus combatentes estão "a fugir para sul", após mais de cinco semanas de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano.
Os civis "estão a pilhar as bases do Hamas. Já não acreditam no Governo [do Hamas]" no poder no pequeno território palestiniano, frisou Yoav Gallant, numa mensagem de vídeo transmitida por várias televisões.
Israel tem bombardeado Gaza incessantemente, por ar, terra e mar, há mais de cinco semanas, em resposta ao ataque sem precedentes levado a cabo em 07 de outubro no seu território pelo Hamas, grupo considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos.
A diplomacia da União Europeia (UE) insistiu hoje em pedir uma solução abrangente para o conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas que passe pelo reforço da influência da Autoridade Palestiniana num Estado independente em Gaza.
"É evidente que teremos de procurar novos parâmetros numa solução que promova a paz. Propus aos ministros um esquema mental, uma estrutura. Acredito que os ministros concordaram em apoiar esta abordagem, com vista a trabalhar rapidamente", anunciou o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, em conferência de imprensa.
Os líderes dos 27 países abordaram a situação em Gaza depois de terem exigido, numa declaração conjunta no domingo, pausas humanitárias imediatas para que a ajuda chegue aos civis na Faixa de Gaza.
Borrell informou, no final de um Conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas, que propôs aos ministros um quadro de trabalho que resumiu em "três sim e três não".
Por um lado, afirmou que não pode haver uma deslocação forçada dos palestinianos para fora de Gaza, nem uma ocupação por Israel e um regresso do Hamas a esse enclave, nem uma "dissociação" da questão da Faixa das questões gerais.
Por outro lado, Borrell disse "sim" ao regresso a Gaza de uma Autoridade Palestiniana - que já governa a Cisjordânia - reforçada, nos termos de referência e legitimidade decididos pelo Conselho de Segurança da ONU; "sim" a um envolvimento mais forte de países árabes em busca de uma solução; e "sim" a um maior compromisso da UE na região, em particular com a construção do Estado Palestiniano.
"Temos estado demasiado ausentes na solução deste problema que delegámos aos Estados Unidos, mas agora a Europa tem de se empenhar mais", defendeu Borrell, acrescentando que, caso contrário, "viveremos um ciclo de violência que será perpetuado de geração em geração, de funeral em funeral".
Borrell também anunciou que iniciará na quarta-feira uma viagem à região que o levará oficialmente a Israel pela primeira vez no seu mandato, bem como à Palestina, Bahrein, Arábia Saudita, Qatar e Jordânia, para abordar o acesso humanitário ao Faixa de Gaza e uma solução para o conflito através do diálogo.
O chefe da diplomacia europeia acrescentou que a "tragédia" que está a ocorrer devido à guerra entre Israel e o Hamas, organização considerada terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, "deve ser uma ocasião para que todos compreendam que é preciso procurar uma solução que só pode basear-se na construção de dois Estados".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus demonstraram hoje mais uma vez vários graus de apoio à suspensão das operações militares em Gaza, para que as organizações humanitárias possam trabalhar.
Enquanto a França defendia uma "pausa de longo prazo" e a Espanha um "cessar-fogo humanitário", outros países não foram tão longe e houve alguns, como a República Checa, que se limitaram a insistir no "direito à autodefesa perante a agressão", enquanto o Hamas continuar a atacar Israel.
Borrell argumentou que a passagem fronteiriça de Rafah entre o Egito e Gaza "claramente não é suficiente para permitir a passagem do número necessário de camiões" com abastecimentos para a população da Faixa.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Olivier Matthys - EPA
Portugal está a preparar a retirada, da Faixa de Gaza, de 16 portugueses e de "um conjunto mais alargado" de palestinianos com ligações ao país, através do Egito, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O chefe da diplomacia israelita afirmou hoje que a pressão internacional está a aumentar sobre Israel devido às suas operações militares na Faixa de Gaza e que devem ser feitos esforços para alargar "a legitimidade" destas ações.
"Temos duas ou três semanas antes que a pressão internacional se intensifique realmente, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a tentar alargar a janela de legitimidade e os combates continuarão enquanto for necessário", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, citado numa declaração enviada à agência noticiosa France-Presse (AFP) pelo porta-voz oficial.
Mais de cinco semanas após o início da guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo islamita Hamas em solo israelita, a 07 de outubro, as organizações humanitárias internacionais têm intensificado os apelos a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que está a ser bombardeada por Israel e onde água potável e medicamentos são desesperadamente escassos, com a ajuda humanitária a chegar apenas de forma irregular.
Hoje, também, o comissário europeu para a ajuda humanitária, Janez Lenarcic, apelou a Israel para que implemente "verdadeiras" pausas humanitárias na guerra contra o Hamas.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, insistiu na necessidade de estas pausas humanitárias serem "imediatas", a fim de garantir o fornecimento de ajuda essencial, nomeadamente de combustível para os hospitais.
Cerca de 2,4 milhões de pessoas, 1,6 milhões das quais deslocadas desde o início da guerra, encontram-se numa situação catastrófica, segundo a ONU.
Os combates são particularmente intensos no norte da Faixa de Gaza e na cidade de Gaza, onde vários hospitais que albergam um grande número de pessoas deslocadas estão cercados por confrontos entre soldados israelitas e combatentes do Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, desde 07 de outubro, os bombardeamentos israelitas mataram 11.180 pessoas, na maioria civis, incluindo 4.609 crianças, na Faixa de Gaza.
O ataque do Hamas causou a morte de cerca de 1.200 israelitas, a maioria dos quais civis mortos a 07 de outubro, de acordo com os últimos dados oficiais israelitas.
Portugal está a preparar a retirada, da Faixa de Gaza, de 16 portugueses e de "um conjunto mais alargado" de palestinianos com ligações ao país, através do Egito, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Desde o princípio que estamos em contacto permanente com as autoridades israelitas e egípcias e o que temos é a possibilidade de os acolher temporariamente, por dois ou três dias, no Egito e de trazê-los para Portugal. Não gostaria de dramatizar com esse tipo de terminologia, uma operação de resgate, é simplesmente a retirada de portugueses do Egito, a partir do momento em que possam sair de Gaza", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Falando em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia, João Gomes Cravinho apontou que "os portugueses e familiares que estão atualmente em Gaza sairão da mesma maneira que outros estrangeiros têm saído ao longo destas últimas duas semanas".
"Neste momento, estamos a trabalhar com 16. São seis portugueses e 10 familiares próximos. E depois há um conjunto mais alargado de palestinianos que têm ligações familiares a Portugal", precisou. Em declarações anteriores no parlamento português, o governante tinha indicado que se trata de seis cidadãos com passaporte português e, destes, cinco são menores de idade.
Questionado sobre o processo de retirada, João Gomes Cravinho explicou: "A nossa embaixada tem isso já estudado e planeado e a partir do momento em que entram no Egito. A nossa embaixada [...] assumirá essa responsabilidade e trataremos de os trazer para Portugal, em princípio por via comercial, porque é um número relativamente pequeno".
De acordo com o governante, estes cidadãos "não estão abandonados".
"Estamos constantemente, todos dias e várias vezes ao dia, em contacto com autoridades israelitas e egípcias para procurar a melhor forma de assegurar a sua saída", adiantou.
The humanitarian operation in Gaza will grind to a halt in the next 48 hours as no fuel is allowed to enter Gaza.
— Thomas White (@TomWhiteGaza) November 13, 2023
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Reuters
Bandeira a meia-haste em vários pontos do globo.
O Hamas afirma que todos os hospitais no norte da Faixa de Gaza deixaram de funcionar. O vice-ministro da Saúde do enclave palestiniano diz que, nos últimos três dias, morreram no Hospital al-Shifa 32 doentes, entre eles três bebés prematuros.
A preocupação de Nethanyahu há muito de deixou de ser apenas o controlo do Hamas em Gaza, a norte de Israel, na fronteira com o Líbano, a situação complica-se e já há vítimas entre os israelitas.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia devem fazer um novo apelo à implementação de pausas humanitárias imediatas, que permitam a ajuda à população civil de Gaza, numa altura em que não há sinais do conflito abrandar.
REUTERS/Mohammed Salem
Faltam medicamentos e falta também combustível.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) desloca-se, esta semana, a Israel e Palestina, e a outros países do Médio Oriente, para discutir o acesso à ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados.
"Deslocar-me-ei esta semana a Israel, à Palestina, ao Barém, à Arábia Saudita, ao Qatar e à Jordânia para debater o acesso e a assistência humanitária e questões políticas com os líderes regionais", anunciou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, numa publicação na rede social Twitter.
"Precisamos de um horizonte político que vise a solução de dois Estados. Este objetivo só pode ser alcançado através do diálogo", vincou Josep Borrell.
O anúncio foi feito depois de, esta manhã, o chefe da diplomacia da UE ter pedido contenção a Israel na Faixa de Gaza, após o apelo europeu para pausas humanitárias imediatas, condenando também o movimento islamita Hamas por usar civis como "escudos humanos".
"Pedimos a Israel que mostre a máxima contenção para salvar vidas civis. Condenamos a utilização pelo Hamas de pessoas e hospitais como escudos [humanos]", disse Josep Borrell, em Bruxelas.
Falando à chegada à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, o responsável acrescentou que os 27 também manifestam "preocupação com a terrível situação dos hospitais que estão a ser fortemente afetados pelos bombardeamentos".
Isto dias depois de a Casa Branca ter anunciado que Telavive concordou com pausas humanitárias diárias de quatro horas nos seus ataques no norte da Faixa de Gaza.
No domingo, numa declaração em nome dos 27 chefes da diplomacia da União, Josep Borrell assinalou que a UE "está seriamente preocupada com o agravamento da crise humanitária em Gaza".
"A UE associa-se aos apelos a pausas imediatas nas hostilidades e à criação de corredores humanitários, nomeadamente através de uma maior capacidade nos postos fronteiriços e de uma rota marítima específica, para que a ajuda humanitária possa chegar em segurança à população de Gaza", exortou o Alto Representante da União na declaração.
Hoje, na chegada ao Conselho de Negócios Estrangeiros, Josep Borrell admitiu que "tem sido difícil" alcançar uma voz a 27 sobre o conflito entre Israel e o Hamas, nomeadamente "depois da votação nas Nações Unidas, em que os países [europeus] votaram de formas diferentes".
"Gaza precisa de mais ajuda de todos os pontos de vista - água, combustível, alimentos. Esta ajuda está disponível, está na fronteira, à espera de entrar", vincou.
Os chefes da diplomacia da UE reúnem-se hoje para discutir a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e o conflito entre Israel e Hamas.
Portugal estará representado na reunião pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
A Cruz Vermelha acrescentou que não poderia continuar devido às condições existentes nas imediações do hospital.✋⚠️ Heavy gunfire continued in the vicinity of Al-Quds Hospital, in Tal Al-Hawa, Gaza City. Shelling and violent explosions were heard in area.
— PRCS (@PalestineRCS) November 13, 2023
🔴The convoy of vehicles that set off from the southern Gaza Strip towards the hospital, accompanied by the ICRC to secure the…
O Governo finlandês assinou, no domingo, um acordo de 317 milhões de euros para comprar o sistema de defesa aérea israelita "David`s Sling", disse a diplomacia israelita.
O "acordo histórico" para aquisição deste sistema de defesa aérea, desenvolvido conjuntamente por Israel e pelos Estados Unidos, foi confirmado por um porta-voz do Ministério da Defesa israelita.
Este sistema de defesa aérea pode intercetar mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, aviões e drones.
O Governo finlandês tem vindo a aumentar o orçamento de defesa desde que entrou na NATO, a 04 de abril, adesão solicitada na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Vários grupos humanitários disseram à Associated Press que não conseguiram contactar o hospital no domingo..@WHO has managed to get in touch with health professionals at the Al-Shifa hospital in #Gaza.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) November 12, 2023
The situation is dire and perilous.
It's been 3 days without electricity, without water and with very poor internet which has severely impacted our ability to provide essential…
Seis bebés prematuros e nove pacientes em cuidados intensivos morreram devido à falta de eletricidade no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, de acordo com o novo balanço feito pelo vice-ministro da Saúde do Governo do Hamas.
Num balanço feito no domingo à noite, Youssef Abou Rich, presente no hospital onde também estão abrigados milhares de deslocados, tinha anunciado a morte de cinco bebés e sete doentes.
No sábado, o hospital anunciou que 39 bebés prematuros ainda estavam no hospital e que as enfermeiras estavam a realizar "massagens respiratórias à mão" para mantê-los vivos.
Um médico da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) indicou também que 17 pacientes estavam em cuidados intensivos.
De acordo com o relatório diário do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, os últimos ataques causaram danos à área de cuidados de doenças cardiovasculares e à maternidade, entre outras instalações hospitalares na cidade de Gaza, capital da faixa.
"Alguns deslocados internos, funcionários e pacientes conseguiram fugir, mas outros ainda estão presos no interior", é destacado no documento, lembrando que estão em risco a vida de 36 bebés em incubadoras e de pacientes com problemas renais em diálise.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que perdeu contacto com Al Shifa, enquanto outro hospital na capital de Gaza, Al Quds, já não funciona por falta de combustível.
As Nações Unidas denunciaram no fim de semana pelo menos 137 ataques "contra os cuidados de saúde" em Gaza desde o início da guerra com Israel, ações que classifica como "uma violação do direito e convenções humanitárias internacionais".
"Nos últimos 36 dias, a OMS registou pelo menos 137 ataques contra os cuidados de saúde em Gaza", referiu a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Mediterrâneo Oriental, num comunicado conjunto com as delegações regionais da UNICEF -- Fundo das Nações Unidas para a Infância e da FNUAP - Fundo das Nações Unidas para a População, citado pela EFE.
Segundo a nota, estes ataques causaram a morte de 521 pessoas, incluindo 16 trabalhadores humanitários, e deixaram quase 700 feridos, entre pacientes e profissionais de saúde.
As organizações dizem ainda ter ficado "horrorizadas" com os recentes ataques contra o Hospital Al Shifa - o maior de Gaza -, o Hospital Pediátrico Al Rantissi Nasser, o Hospital Al Quds e outros localizados na cidade e no norte do enclave palestiniano, onde "muitas pessoas morreram, incluindo crianças".
Estas entidades receberam relatos de mortes de "bebés prematuros e recém-nascidos que estavam a receber suporte vital" devido a cortes de energia e esgotamento de combustível, um recurso que Israel impede de entrar no enclave por medo de que seja utilizado pelo grupo Hamas.
Em 07 de outubro, o Hamas efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre e desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
Este conflito provocou pelo menos 11.000 mortos na Faixa de Gaza e 1.400 em Israel.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano pediu uma "intervenção urgente e real" dos EUA para travar ataques de colonos contra palestinianos, que aumentaram nos últimos meses na Cisjordânia, sobretudo desde a ofensiva em Gaza.
"O fracasso da comunidade internacional em travar a guerra na Faixa de Gaza coincide com o fracasso internacional e dos EUA em travar os ataques das milícias de colonos e dos seus elementos terroristas contra os cidadãos da Cisjordânia", disse, em comunicado, a Autoridade Palestiniana, que aponta para uma "ausência real de pressão" sobre o Governo israelita.
Esta situação dá "carta branca" aos colonos para "imporem o controlo" na zona, acrescentou.
"Tendo em conta os processos em curso de anexação progressiva da Cisjordânia e de atribuição da maior área da Cisjordânia ao aumento dos colonatos, o Ministério apela à administração dos EUA para exercer uma verdadeira pressão sobre (o primeiro-ministro israelita Benjamin) Netanyahu, para o obrigar a parar os ataques, desmantelar as milícias de colonos, esgotar as fontes de financiamento e retirar-lhes a cobertura", afirmou.
Desde 7 de outubro, o exército israelita matou 172 palestinianos - incluindo cerca de 50 crianças -, sendo que oito palestinianos foram mortos às mãos de colonos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. O número representa 42% deste tipo de mortes ocorridas no território palestiniano este ano, onde foram registadas 417 mortes.
Cerca de 59% dos casos ocorreram em confrontos com as forças armadas israelitas em operações militares, principalmente nas províncias da Cisjordânia de Jenin e Tulkarem.
Já 27% das mortes ocorreram em manifestações de solidariedade com Gaza, 7% em ataques de colonos e os restantes 7% em alegados ataques a israelitas.
Além disso, 2.586 palestinianos, incluindo 267 crianças, foram feridos pelas forças israelitas e 74 por colonos.
Dezenas de famílias viram-se forçadas a abandonar a casa onde viviam, depois de grupos de colonos terem queimado as habitações, roubado partes das infraestruturas, barris de água ou cortado as canalizações.
As autoridades de Gaza afirmaram que os ataques israelitas mataram desde o ataque do Hamas a Israel, a 07 de outubro, mais de 11 mil pessoas, incluindo mais de 4.800 crianças.
Israel calcula que 1.200 pessoas morreram na sequência do ataque e que 240 seja o número de reféns israelitas do grupo islamita palestiniano, considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
O primeiro ministro de Israel diz que é preciso desradicalizar e desmilitarizar a Faixa de Gaza e que para isso não haverá qualquer tipo de trégua ou de misericórdia, relatam os correspondentes da RTP, Cândida Pinto e David Araújo.
Grande parte dos hospitais de Gaza estão inoperacionais, estão sem energia e debaixo de fogo constante. Hoje o primeiro-ministro de Israel afirmou que ofereceu combustível ao Al-shifa, o maior hospital da região, mas foi recusado.
O primeiro-ministro Israelita anunciou numa entrevista televisiva um potencial acordo para libertação dos cerca de 240 reféns, mas logo depois o Hamas anunciou a suspensão das negociações por causa dos ataques aos hospitais em Gaza.