Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Reuters
Foto: Kobi Gideon - GPO via EPA
O primeiro-ministro dos Países Baixos encontrou-se na segunda-feira, em separado, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou hoje a um "cessar-fogo humanitário imediato" em Gaza, pedindo aos dirigentes que façam "escolhas corajosas".
"O primeiro passo deve ser um cessar-fogo humanitário imediato, que salve as vidas dos civis através da entrega de ajuda humanitária rápida e eficaz a Gaza", afirmou Volker Türk num comunicado.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou hoje que as conversações sobre um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas só serão possíveis quando todos os reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano forem libertados.
"Os reféns têm de ser libertados, depois podemos falar", declarou o Presidente norte-americano numa conferência de imprensa na Casa Branca, quando questionado sobre o seu apoio a um acordo de "reféns por um cessar-fogo".
As declarações de Biden foram proferidas pouco depois de o Hamas ter anunciado a libertação de mais dois reféns raptados em Israel.
Israel conta mais de 220 reféns israelitas, bem como reféns estrangeiros ou com dupla nacionalidade que foram raptados e levados para Gaza por combatentes do Hamas, num ataque sangrento sem precedentes, em 07 de outubro, que desencadeou uma guerra.
Cerca de 4.000 palestinianos de Gaza que trabalham em Israel foram detidos nas duas últimas semanas, desde o início da guerra entre o Exército israelita e o grupo islamita Hamas, desconhecendo-se o seu paradeiro e os motivos da detenção.
Hoje, seis grupos de defesa dos direitos humanos israelitas apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal para exigir a Israel a revelação dos "nomes e localização de todos os detidos", bem como "a libertação dos ilegalmente detidos na Cisjordânia".
Cerca de 18.500 pessoas da Faixa de Gaza -- desde 2007 controlada pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- tinham autorizações de trabalho em Israel, mas as autoridades israelitas revogaram-nas após o ataque surpresa do grupo islamita palestiniano ao território israelita a 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e 222 reféns, desencadeando uma forte retaliação israelita.
Desde então, vários milhares foram obrigados a deslocar-se para a Cisjordânia e muitos foram detidos pelas forças de segurança israelitas, segundo organizações não-governamentais (ONG) de direitos humanos.
Atualmente, "estão detidos em lugares indeterminados, com pouca informação sobre o seu estado, numa situação jurídica pouco clara e sem qualquer recurso legal disponível", denunciaram nos últimos dias os grupos Adalah, Médicos pelos Direitos Humanos, Hamoked e o Comité Público Contra a Tortura em Israel.
"Foram encarcerados sem qualquer contacto com o mundo exterior ou representação legal, sem ordem judicial, sem limites temporais e sem um estatuto legal claro", sublinharam estas organizações.
As ONG alegam que foram recentemente contactadas pelas famílias na Faixa de Gaza, mas "as autoridades israelitas negaram-se a fornecer informação sobre onde se encontram detidos os seus entes queridos".
Perante esta situação, as ONG instam Israel a "divulgar informação sobre o paradeiro de todos os detidos e prisioneiros, em cumprimento das suas obrigações legais" e denunciam a aplicação de "medidas arbitrárias e punitivas a todos os palestinianos".
De acordo com a imprensa local, estes milhares de pessoas da Faixa de Gaza estarão detidos na prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada, e em bases militares, enquanto as forças israelitas continuam a realizar extensas rusgas para fazer detenções em território palestiniano, que incluem detenções de habitantes da Faixa de Gaza.
Tudo isto levou seis ONG israelitas -- entre as quais as mesmas Hamoked, Adalah e Médicos pelos Direitos Humanos -- a apresentar hoje "uma petição urgente" ao Supremo Tribunal de Israel pedindo a libertação dos palestinianos de Gaza detidos "contra a sua vontade e sem fundamento legal".
"Os trabalhadores detidos veem-se privados dos seus direitos fundamentais, incluindo o direito à representação legal", denunciaram estes grupos.
Consideram que Israel está a cometer "um ato ilegal de vingança", com "a revogação maciça" de autorizações de trabalho dos trabalhadores de Gaza no dia em que começou a guerra e a detenção de muitos deles.
Desde que começou o conflito, o Exército israelita confirmou a detenção de 800 palestinianos na Cisjordânia, entre os quais mais de 500 que considera ligados ao Hamas. E indicou também que na noite passada deteve 37 membros daquele grupo islamita.
Durante a madrugada, as forças israelitas realizaram grandes operações em vários pontos da Cisjordânia, em que detiveram 123 pessoas, entre as quais 40 trabalhadores da Faixa de Gaza.
Segundo o Canal 12 de notícias israelita, Israel está a investigar se houve trabalhadores de Gaza a dar informação ou participar no planeamento do ataque do Hamas de há 16 dias.
Nos últimos anos, Israel tinha aumentado as licenças de emprego para trabalhadores daquele enclave palestiniano pobre sob um férreo bloqueio israelita desde 2007, quando o Hamas assumiu o controlo do território.
Para obter acesso e trabalho em Israel, os habitantes da Faixa de Gaza tinham de passar por uma revista de segurança que incluía comprovativos de Israel a garantir que não tinham ligações ao Hamas ou a outros grupos rebeldes locais.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, continua sem resposta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a um pedido de contacto após o início da guerra em Gaza, confirmou hoje o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
"Pedimos uma chamada com o primeiro-ministro [Netanyahu] e, quando essa ligação ocorrer, ocorrerá", disse Dujarric, acrescentando que isso não impede a ONU "de manter contactos funcionais com Israel".
O único contacto até agora tornado público é o que Guterres manteve com o Presidente israelita, Isaac Herzog, que não detém poder executivo. A Herzog, Guterres insistiu na "necessidade de respeitar o direito internacional, de proteger os civis e de proteger as instalações da ONU", disse o porta-voz, referindo-se às escolas onde os refugiados se abrigam.
Dujarric insistiu que Guterres "diz em privado a mesma coisa que diz em público" sobre a situação dos civis.
O porta-voz foi ainda questionado sobre os motivos de Guterres não ter viajado para Israel na sua última deslocação à região - foi ao Cairo e até à fronteira de Rafah, entre o Egito e Gaza -, ao que respondeu: "O secretário-geral tem sempre em conta onde a sua presença é mais útil".
Israel foi sempre muito crítico das instituições da ONU em geral, e, na semana passada, o embaixador israelita nas Nações Unidas, Gilad Erdan, disse num protesto de apoio a Israel em Nova Iorque que Guterres, ao deslocar-se à passagem de Rafah, "enviava uma mensagem de apoio aos terroristas".
O ataque do Hamas ao território israelita a 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e 222 reféns, desencadeando uma forte retaliação israelita.
O Exército israelita e os combatentes palestinianos vão hoje no 17.º dia de guerra, prosseguindo os incessantes ataques aéreos das forças israelitas ao enclave e o lançamento de projéteis para Israel por parte das milícias palestinianas.
Na Faixa de Gaza, os mortos já são mais de 5.000, incluindo mais de 2.000 crianças, mais de 1.100 mulheres e 217 idosos, segundo as autoridades locais.
Na conferência de imprensa de hoje, o porta-voz reconheceu que a Agência das Nações Unidas para os Palestinianos (UNRWA, a maior organização de ajuda ativa em Gaza) ainda não conseguiu introduzir um único litro de combustível na Faixa.
A UNRWA disse repetidamente que o combustível é necessário para alimentar os geradores que mantêm os hospitais em Gaza em funcionamento, depois de o Governo israelita cortar o fornecimento de eletricidade a todo o território.
Entretanto, pelo menos 35 trabalhadores da UNRWA morreram devido aos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde 07 de outubro, quando eclodiu a guerra entre o grupo islamita Hamas e Israel, informou hoje a própria organização em comunicado.
Da mesma forma, indicou que 40 das suas instalações - duas das quais nas últimas 24 horas - foram danificadas desde o início da guerra.
A UNRWA afirmou ainda que quase 600 mil pessoas deslocadas internamente estão refugiadas em 150 instalações da agência na Faixa de Gaza.
Assim, nas últimas 24 horas o número de deslocados internos aumentou em 14.000, ou seja, 3,5%.
A Assembleia Geral da ONU reunir-se-á na quinta-feira para discutir a guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, anunciou hoje o líder do órgão numa carta aos Estados-membros.
Embora o Conselho de Segurança não tenha conseguido chegar a acordo sobre uma resolução relativa a esta guerra, vários países, nomeadamente a Jordânia em nome do grupo árabe, a Rússia, a Síria, o Bangladesh e até o Vietname e o Camboja, solicitaram formalmente ao presidente da Assembleia, Dennis Francis, que agendasse esta reunião.
Antes da Assembleia se reunir na manhã de quinta-feira, o Conselho de Segurança reunir-se-á na terça-feira para debater a questão. Uma reunião há muito planeada na qual são esperados alguns ministros das Relações Exteriores, entre eles o de Israel, Eli Cohen.
As discussões sobre um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas só serão possíveis após a libertação de todos os reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano, disse hoje o Presidente norte-americano, Joe Biden.
"Os reféns devem ser libertados, então poderemos discutir", declarou o chefe de Estado quando questionado sobre o seu apoio a um cessar-fogo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros reconhece grande urgência na análise do pedido de nacionalidade portuguesa feito por um israelita que está refém do Hamas. Também a ministra da Justiça prometeu máxima rapidez no processo.
Foto: Julien Warnand - EPA
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia não conseguiram chegar a acordo sobre um cessar-fogo humanitário na guerra que permita a assistência aos civis na Faixa de Gaza. Países como a Alemanha ou a Áustria consideram que a trégua poderia ser aproveitada pelo Hamas para se reorganizar.
Foto: Michael Reynolds - EPA
Os Estados Unidos podem estar a fazer pressão para que Israel adie a invasão da Faixa de Gaza. A Casa Branca precisa de mais tempo para ajudar a libertar os reféns antes do agravar do conflito. Já o Pentágono prepara uma defesa eficaz perante os possíveis ataques contra alvos norte-americanos no Médio Oriente.
Os repórteres da RTP em Jerusalém dão conta que os reféns libertados esta segunda-feira pelo Hamas são duas mulheres israelitas que foram libertadas por razões humanitárias, tendo sido entregues à Cruz Vermelha.
Forças israelitas lançaram nas últimas 24 horas mais de 300 ataques contra alvos do Hamas. Telavive assume agora ter lançado também raides por terra em busca dos 222 reféns sequestrados. Numa dessas operações uma emboscada do Hamas provocou baixas entre as tropas israelitas.
Doze hospitais e 32 centros de saúde em Gaza deixaram já de funcionar por falta de ajuda humanitária. Pelo terceiro dia consecutivo apenas uma pequena caravana de camiões atravessou a fronteira egípcia de Rafah. As Nações Unidas e várias organizações alertam que a situação é muito grave.
📢 We facilitated the release of 2 more hostages, transporting them out of #Gaza this evening.
— ICRC (@ICRC) October 23, 2023
Our role as a neutral intermediary makes this work possible & we are ready to facilitate any future release.
We hope that they will soon be back with their loved ones.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu hoje ao Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, "todos os esforços" europeus para uma solução duradoura de paz, baseada em dois Estados, prometendo ainda resposta às necessidades humanitárias.
"A Comissão Europeia apoiará todos os esforços para encontrar uma solução duradoura para a paz, baseada numa solução de dois Estados", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X após uma chamada telefónica com Abbas.
A líder do executivo comunitário acrescentou na mensagem ser "vital evitar uma escalada regional mais alargada e a sua propagação".
Na chamada, Ursula von der Leyen disse a Abbas que o atual período é "muito difícil para o povo palestiniano que foi traído pelo Hamas", transmitindo-lhe "as mais profundas condolências" pelas mortes.
"Deixei claro que, nos seus esforços legítimos para combater os terroristas do Hamas, Israel deve procurar proteger as vidas dos civis e respeitar o direito humanitário internacional. A UE está a trabalhar com os seus parceiros para dar resposta às necessidades humanitárias dos palestinianos vulneráveis", garantiu ainda, segundo a publicação no X.
A posição surge depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita do Hamas ter lançado um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns e mais de 1.400 mortos, sobretudo civis.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, alertou hoje em Teerão que o reforço militar norte-americano em curso no Médio Oriente cria o risco de uma escalada do conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Durante uma reunião diplomática regional em Teerão, Lavrov referiu-se ao envio pelos Estados Unidos de navios de guerra para o Médio Oriente, considerando que "quanto mais um estado tomar medidas proativas deste tipo, maior será o risco, o perigo de escalada de conflitos é grande".
O chefe da diplomacia russa destacou que os Estados Unidos "já estavam entre os países que mais intervêm" neste conflito.
Lavrov reconheceu, no entanto, que a ação de Washington, bem como a da União Europeia, era necessária para alcançar uma solução diplomática.
"Devemos agir com base no potencial coletivo dos países da região e da União Europeia, e provavelmente, dos Estados Unidos, e é difícil passar sem eles", disse ele.
O chefe da diplomacia russa falava à margem de uma reunião em Teerão com os seus homólogos iraniano, turco, arménio e azeri, com o objetivo de encontrar uma solução para as tensões entre Erevan e Baku sem o Ocidente.
Segundo Lavrov, os participantes também discutiram o conflito israelo-palestiniano e tinham "posições muito próximas".
"A Rússia não aceita qualquer manifestação de terrorismo, qualquer manifestação de violência que viole o direito humanitário internacional, incluindo o uso indiscriminado da força", declarou aos jornalistas.
Após a reunião, os chefes das diplomacias da Rússia, Irão e Turquia emitiram um comunicado conjunto em que sublinham a "necessidade de se parar imediatamente de visar alvos civis inocentes" em Gaza, uma acusação dirigida a Israel.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
Sobre o conflito entre Arménia e Azerbaijão, os ministros dos Negócios Estrangeiros iraniano e russo tomaram uma posição conjunta contra o envolvimento dos países ocidentais na resolução de tensões regionais.
"Os problemas da região não podem ser resolvidos pela intervenção de forças estrangeiras", declarou o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, segundo o seu gabinete.
Kalid Meshal, ex-líder do grupo palestiniano Hamas, admite que o grupo poderá libertar até 50 reféns se Israel diminuir o ritmo dos bombardeamentos na Faixa de Gaza.
Joint Statement by the Prime Minister's Office, the Defense Ministry & IDF Spokesperson:
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) October 23, 2023
The Prime Minister, the Defense Minister and the IDF Chief-of-Staff are working in close and full cooperation, around the clock, to lead the State of Israel to a decisive victory over Hamas.
امشب با برادرم سامحشکری وزیرخارجه مصر در مورد ارسال کمکهای انسانی و با آقایان اسماعيلهنيه و زیادنخاله رهبران حماس و جهاداسلامی گفتگو داشتم. مقاومت با قدرت در کنار فلسطین است. ساختار سیاسی و امنیتی رژیم اسراییل بشدت فرو ریخته و فقط ماشین جنگی آن علیه غیرنظامیان کار می کند.
— H.Amirabdollahian امیرعبداللهیان (@Amirabdolahian) October 22, 2023
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que Portugal apoia o apelo da União Europeia (UE), que deverá ser endossado pelos líderes europeus, para uma pausa humanitária na Faixa de Gaza, embora preferisse um pedido de cessar-fogo humanitário.
"Nós preferíamos um cessar-fogo humanitário, mas evidentemente, quando se trabalha a 27 [Estados-membros], naturalmente há sempre concessões por parte de todos, nunca há uma formulação em que um país seja 100% satisfeito [...], mas nós ficamos muito satisfeitos em que possa haver um entendimento da União Europeia sobre um tema tão importante, tão candente, tão imediato e que afirma o interesse e a vontade da UE ser um ator coerente nesta importante crise internacional", declarou João Gomes Cravinho.
Falando à imprensa portuguesa no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da UE, no Luxemburgo, o ministro português assinalou que no encontro de hoje "se falou na importância de haver uma pausa humanitária para que a ajuda possa chegar à população de Gaza".
Quando questionado sobre eventuais posições divergentes entre os 27, João Gomes Cravinho reforçou que "há uma distinção entre cessar-fogo e a pausa humanitária, sendo o cessar-fogo algo que é mais consolidado juridicamente".
"Em relação ao tema da pausa humanitária, eu creio que há um consenso em torno em torno da mesa", adiantou.
Ainda assim, de acordo com João Gomes Cravinho, esse apelo não saiu da reunião de hoje, devendo antes ser feito pelos líderes europeus na cimeira de final desta semana em Bruxelas.
"Esta semana ainda haverá o Conselho Europeu, portanto, ao nível de chefes de Estado e de Governo. A nossa expectativa é que dessa reunião possa sair esse apelo", apontou.
O governante garantiu que "não houve divergência sobre essa matéria", considerando antes que "cabe ao Conselho Europeu chegar a essa conclusão".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reuniram-se hoje no Luxemburgo para fazer uma avaliação do apoio prestado à Ucrânia e discutir desafios do atual panorama geopolítico, com a tensão no Médio Oriente a dominar a agenda.
A reunião aconteceu depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita do Hamas ter lançado um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns e mais de 1.400 mortos, sobretudo civis.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
A ministra da Justiça prometeu hoje a "máxima rapidez" na análise do pedido de nacionalidade portuguesa por parte de um israelita refém do movimento islamita Hamas, realçando que "situações excecionais merecem decisões excecionais".
"Situações excecionais merecem decisões excecionais. Nós estamos neste momento a avaliar com a máxima rapidez possível a situação para podermos responder", afirmou Catarina Sarmento e Castro, quando questionada pela comunicação social à margem da assinatura de um protocolo com a Cruz Vermelha em Ponta Delgada, nos Açores.
Sem detalhar o caso, a governante realçou que é "timbre do Ministério da Justiça" a "proteção dos direitos fundamentais" dos cidadãos.
Em causa está uma notícia avançada pelo jornal Público sobre o pedido de nacionalidade de um cidadão israelita que se encontra refém do Hamas.
À agência Lusa, o Ministério da Justiça, numa resposta por escrito, adiantou que está a "analisar este pedido com a necessária urgência, em estreita articulação com outras áreas governativas, nomeadamente os Negócios Estrangeiros, atendendo ao contexto no terreno".
Na reposta, o ministério recorda que "qualquer pedido de nacionalidade implica consultas a diferentes entidades".
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que fizeram duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
Foto: Stringer/Reuters
Ainda não se sabe quantos veículos com ajuda humanitária passaram o posto de Rafah. Durante o fim de semana foram 34 os camiões com bens essenciais que conseguiram entrar na zona palestiniana.
Foto: Julien Warnand - EPA
A União Europeia quer uma "pausa humanitária" para libertar reféns e fazer chegar ajuda humanitária à faixa de Gaza. Os 27 chefes da diplomacia da União Europeia estão esta segunda-feira reunidos no Luxemburgo com o conflito no Médio Oriente a ocupar o topo da agenda.
A equipa de enviados especiais da RTP a Israel esteve a cerca de cinco quilómetros da Faixa de Gaza, onde constatou os bombardeamentos das forças israelitas.
Foto: Ibraheem Abu Mustafa - Reuters
O Hamas diz que morreram mais de 60 civis numa área residencial junto ao campo de Jabália. Apesar de o exército israelita estar a intensificar os bombardeamentos, a ofensiva terrestre ainda não começou. Os Estados Unidos terão aconselhado Telavive a adiar a invasão.
Foto: Lisi Niesner - Reuters
Na manhã em que partiu para Gaza o terceiro comboio com ajuda humanitária, as forças israelitas continuam a bombardear o território. O enviado especial da Antena 1, José Manuel Rosendo, descreve o que consegue ver no horizonte, a partir da cidade de Sderot, e afirma que em Gaza "são frequentes os cogumelos de fumo provocados pelas explosões da artilharia e da Força Aérea" israelitas.
São constantes os disparos da artilharia israelita contra a Faixa de Gaza. O enviado especial da RTP à região encontra-se agora na cidade de Sderot, em Israel, onde observou a passagem de caças israelitas.
Reuters
O conflito no Médio Oriente está a provocar vítimas inocentes, quer do lado israelita, quer do lado palestiniano. O retrato foi traçado pelo alto representante para a Política Externa da UE, à entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, no Luxemburgo.
Foto: Mohammed Salem - Reuters
Vários líderes de países ocidentais, aos quais se juntou Joe Biden, lançaram um apelo conjunto para a proteção dos civis em Gaza.
Os enviados especiais ao Médio Oriente, José Manuel Rosendo e Marques de Almeida, deram conta daquela que terá sido "a noite de bombardeamentos mais intensos, de norte a sul" da Faixa de Gaza.
A ONU voltou hoje a alertar que o principal centro hospitalar de Gaza, o Hospital Shifa, está "à beira do colapso", assim como outras estruturas de saúde, devido à falta de eletricidade, medicamentos, equipamentos e pessoal.
De acordo com o relatório diário do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o Hospital Shifa trata atualmente cerca de 5.000 pacientes, quando a sua capacidade é de 700, aos quais se somam 45.000 pessoas deslocadas internamente abrigadas nas instalações.
"Um grande número de pacientes é tratado no terreno, pois não há camas suficientes", é referido no relatório, no qual é lembrado que os 17 hospitais existentes no norte da Faixa de Gaza, zona que Israel ordenou evacuar, continuam a funcionar devido ao risco que muitos pacientes correriam se fossem transferidos.
As Nações Unidas recordam ainda que 16 profissionais de saúde morreram nas hostilidades, além de 29 funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o principal organismo de ajuda humanitária que ainda pode trabalhar em Gaza.
Esta agência alertou no domingo que só lhe resta combustível para os próximos três dias, necessário para abastecer, por exemplo, hospitais ou centrais de dessalinização de água.
A sobrelotação nos hospitais repete-se nas escolas da UNRWA e noutras instalações atualmente utilizadas para abrigar pessoas deslocadas internamente em Gaza (1,4 milhões no total).
Cerca de 700.000 pessoas vivem com familiares, 71.000 em escolas, 101.000 em hospitais, igrejas e outros edifícios públicos, e 580.000 em escolas e outros abrigos da UNRWA, muitos deles concebidos para acomodar entre 1.500 e 2.000 pessoas cada, mas atualmente fornecem abrigo ao dobro ou triplo.
"Para garantir um ambiente seguro, à noite as mulheres e as crianças permanecem nas salas de aula, enquanto os homens e os rapazes adolescentes dormem ao ar livre, no recreio da escola", informam as Nações Unidas no seu relatório diário.
A agência de coordenação indica que nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, morreram cerca de 266 palestinianos, elevando o número total de vítimas mortais na Faixa para 4.651 (1.873 crianças e 1.023 mulheres), enquanto os feridos ascendem a 14.245.
A isto somam-se as 91 mortes e 1.734 feridos devido a confrontos entre palestinianos e forças israelitas ou colonos na Cisjordânia, enquanto o número de mortos em Israel situa-se nos 1.400, quase todos vítimas dos ataques do Hamas em 07 de outubro.
O grupo islamita lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Foto: Reuters
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira para debater a situação no Médio Oriente e a guerra na Ucrânia. À entrada para a reunião no Luxemburgo, João Gomes Cravinho colocou a tónica na necessidade de unir a Europa em torno da proteção de civis em Gaza e da libertação de reféns israelitas. O governante sustentou ainda que se impõe manter o apoio a Kiev, no atual contexto.
A China afirmou hoje que está a encarar a situação em Gaza com "grande preocupação" e considerou que existe risco crescente de ocorrer um conflito em grande escala, através da expansão para as fronteiras vizinhas.
Citado pela televisão estatal chinesa CCTV, o enviado especial de Pequim para o Médio Oriente, Zhai Jun, que se encontra em visita à região, alertou para a possível propagação do conflito a nível regional e internacional, especialmente ao longo das fronteiras do Líbano e da Síria, o que está a criar um quadro preocupante.
Durante a Cimeira da Paz do Cairo, no sábado, Zhai exortou a comunidade internacional a estar "altamente vigilante" sobre a situação e a tomar medidas imediatas para garantir o cumprimento rigoroso do Direito humanitário internacional.
O enviado especial chinês exortou a comunidade internacional a evitar uma grave catástrofe humanitária e a "trabalhar em conjunto para controlar a situação".
Zhai manifestou o empenho da China em fazer "tudo o que for necessário" para promover o diálogo, alcançar um cessar-fogo e restabelecer a paz na região, sublinhando a importância de se avançar para uma solução que inclua dois Estados e uma resolução justa e duradoura para o conflito.
Ele realçou a vontade chinesa de manter uma comunicação estreita com a comunidade internacional, incluindo os países árabes, e a sua intenção de visitar os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, a Jordânia e outros países da região, a fim de reforçar a coordenação regional para pôr termo à crise.
Num encontro anterior, em 19 de outubro, no Qatar, com o seu homólogo russo, Mikhail Bogdanov, o diplomata chinês afirmou que a "raiz do atual conflito entre Israel e a Palestina se deve à falta de garantias dos direitos do povo palestiniano".
Ele assegurou que o país asiático vai procurar promover, em conjunto com a Rússia, o "arrefecimento" da situação em Gaza o mais rapidamente possível.
O presidente dos EUA e os líderes de cinco aliados ocidentais saudaram domingo as duas primeiras caravanas de ajuda humanitária que entraram na Faixa de Gaza e apelaram ao respeito pelo direito internacional.
Joe Biden conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau e a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, disse a Casa Branca.
Num comunicado, a presidência dos EUA disse que os líderes se comprometeram a continuar a coordenação com os parceiros da região para garantir "acesso sustentado e seguro a alimentos, água, cuidados médicos e outra assistência" a Gaza.
A passagem fronteiriça de Rafah reabriu no domingo para que 17 camiões com ajuda humanitária para o povo palestiniano pudessem chegar até à Faixa de Gaza, depois de no sábado terem entrado 20 camiões.
Após a passagem dos primeiros 20 camiões, as Nações Unidas estimaram que a sua carga equivalia apenas a 4% das importações diárias em Gaza antes do início da guerra, e que seriam necessários pelo menos 100 camiões por dia.
Os habitantes da Faixa de Gaza estão sujeitos a um bloqueio israelita que cortou os alimentos, a água, os medicamentos e a eletricidade desde que o grupo islamita do Hamas lançou uma ofensiva contra o sul de Israel em 7 de outubro.
Desde então, os mais de 2,4 milhões de habitantes do território, metade dos quais crianças, têm-se debatido com ataques aéreos israelitas e com recursos cada vez mais escassos.
Os seis chefes de Governo apelaram ao "respeito pelo direito humanitário internacional, incluindo a proteção dos civis", apesar de terem "reiterado o seu apoio a Israel e ao seu direito de se defender contra o terrorismo".
O comunicado prometeu também uma estreita coordenação diplomática, inclusive com parceiros "chave" na região, "para evitar que o conflito alastre, preservar a estabilidade no Médio Oriente e trabalhar para uma solução política e uma paz duradoura".
Além disso, os líderes discutiram a situação dos seus próprios cidadãos presos pela guerra, "especialmente aqueles que desejam deixar a Faixa de Gaza", território palestiniano sujeito a um bloqueio imposto por Israel.
De acordo a Casa Branca, os cinco líderes ocidentais manifestaram a Biden a satisfação com a libertação de duas reféns, uma mãe e filha com cidadania norte-americanas, e apelaram à libertação "imediata" de todos os cerca de 210 reféns mantido pelo Hamas em cativeiro.
O grupo islamita lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, num conflito já provocou pelo menos 6.200 mortos e milhares de feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
Os israelitas garantem que o ataque de artilharia foi um engano. Aconteceu quando vários camiões entravam pela fronteira de Rafah. Os palestinianos no sul de Gaza ainda não sentem os efeitos da pouca ajuda que chegou e as Nações Unidas temem uma catástrofe.
Os enviados-especiais José Manuel Rosendo e Marques de Almeida acompanham no terreno o conflito entre Israel e Hamas.
Foto: Maya Alleruzzo/Pool via Reuters
Banjamin Netanyahu avisa que irá destruir o Líbano caso o Hezbollah decida entrar no conflito contra Israel. As forças israelitas atingiram templos muçulmanos em Gaza mas também na Cisjordânia. Já os Estados Unidos anunciaram que vão reforçar a ajuda militar.
Um refém israelita que está nas mãos do Hamas pede com urgência a obtenção da nacionalidade portuguesa. O pedido já chegou ao Governo português. O Ministério da Justiça disse à RTP que está a analisar o processo em conjunto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo em conta o contexto no terreno. A família do refém acredita que os que tiverem dupla nacionalidade possam ter mais hipóteses de ser libertados.
Apesar da guerra em Israel, há portugueses que recusaram deixar o país em guerra e que continuam a trabalhar. Alguns vivem em Jerusalém, onde, por agora, o conflito pouco se faz sentir.