Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico.
Ibraheem Abu Mustafa - Reuters
O Egito anunciou hoje o acordo para uma "passagem duradoura" de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza através do ponto de Rafah, numa altura em que centenas de camiões com ajuda estão parados às portas do enclave.
"O Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi e o presidente dos EUA Joe Biden concordaram com a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza através da passagem de Rafah de forma duradoura", frisou o porta-voz da presidência, Ahmed Fahmy, em comunicado, sem especificar uma data concreta.
A entrega de ajuda será supervisionada pela ONU, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Shoukry, à estação Al-Arabiya.
Questionado se os estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade que pretendam sair seriam autorizados a passar, o ministro referiu: "Desde que a passagem esteja a funcionar normalmente e as instalações [da passagem] tenham sido reparadas".
O Egito ainda tem de reparar a estrada que atravessa a fronteira, que ficou esburacada pelos ataques aéreos israelitas, noticiou a agência Associated Press (AP).
Mais de 200 camiões e cerca de 3.000 toneladas de ajuda estão posicionados na passagem de Rafah ou perto desta, que é a única ligação de Gaza ao Egito, sublinhou o líder do Crescente Vermelho para o Sinai do Norte, Khalid Zayed.
Joe Biden tinham anunciado anteriormente que Al-Sissi tinha concordado em "deixar até 20 camiões atravessarem" a fronteira, para a entrega de ajuda humanitária a Gaza.
"Se o Hamas [os capturar] ou não os deixar passar (...) então tudo estará acabado", alertou o chefe de Estado norte-americano.
Biden fez o anúncio após uma conversa telefónica com Al-Sissi e garantiu que o egípcio está "totalmente cooperativo" e que "merecia muito reconhecimento" pela sua ação.
Israel isolou a Faixa de Gaza, impedindo toda a entrada de alimentos, água, medicamentos e combustível aos seus 2,3 milhões de habitantes após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro.
Funcionários da Casa Branca adiantaram à agência Associated Press (AP) que a ajuda seguirá nos próximos dias.
Antes, Israel tinha garantido que permitiria ao Egito entregar quantidades limitadas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, a primeira cedência num cerco de 10 dias ao território, desde que esses bens não cheguem ao movimento islamita palestiniano Hamas.
O responsável da ONU para as emergências humanitárias defendeu esta quarta-feira que a ajuda a Gaza, assim que puder atravessar a fronteira do Egito, deverá ser "substancial", da ordem dos 100 camiões por dia, e a sua segurança, acautelada.
Israel tem bombardeado incansavelmente Gaza, desde o sangrento ataque surpresa de 07 de outubro do Hamas, que matou 1.400 pessoas em Israel, a maioria delas civis.
A resposta israelita causou pelo menos 3.478 mortos no superpovoado território palestino, a maioria civis, segundo as autoridades locais.
Centenas de pessoas juntaram-se hoje na Praça do Martim Moniz, em Lisboa, numa manifestação contra o escalar da violência em Gaza, onde as palavras de ordem que mais se ouviram foram "Palestina livre" e "Palestina vencerá".
Com música de fundo de tambores e empunhando bandeiras da Palestina, os manifestantes, muitos dos quais envergando o lenço tradicional palestiniano, empunhavam cartazes que apelavam ao "fim do genocídio", "fim do apartheid" e "fim do bloqueio a Gaza", por Israel, que tem em curso uma operação militar em Gaza depois de a 07 de outubro ter sido alvo de um ataque do movimento islamita Hamas que fez perto de 1.400 mortos.
No encontro, os organizadores manifestaram receio de um alastramento da guerra ao resto do mundo e exigiram do Governo português uma tomada de posição.
A concentração "Fim à Agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente", que teve início hoje às 18:00 e a que se seguiu uma vigília, foi organizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), Coletivo pela Libertação da Palestina e Confederação-Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN), face ao conflito entre israelitas e palestinianos.
O secretário geral do PCP, Paulo Raimundo, marcou presença na manifestação, justificando que não podia deixar de estar presente "nesta jornada de parar a guerra, o genocídio e o massacre".
O responsável político acredita que a força das manifestações que estão a tomar expressão cada vez mais forte em todo o mundo, para exigir o "fim da guerra, deste massacre que está em curso e da suposta invasão de Gaza", pode travar o seu avanço.
"Não só é possível, como penso que estas demonstrações de força, de solidariedade e confiança têm estado a retardar de forma concreta este massacre em curso", afirmou, lembrando que o que classificou como um "genocídio em curso", há dez dias e com "dez mil bombas detonadas em Gaza por parte do governo israelita", além da "destruição de escolas, hospitais, ambulâncias e milhares de mortos".
"Todos nos preocupamos com as vítimas civis de todo o lado, e que atos criminosos, terroristas que vitimem vítimas inocentes e civis são condenáveis sejam elas de onde forem: isso aconteceu no [ataque do Hamas] no dia 07 de outubro em Israel e está a acontecer desde há 10 dias para cá, todos os dias, atos terroristas, atos criminosos, crimes de guerra" alegadamente cometidos por forças israelitas, disse Raimundo.
Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, disse que a manifestação pretende denunciar os mais de 70 anos de repressão, opressão e ocupação de terras do povo palestiniano.
Camarinha pôs a tónica no incumprimento por parte de Israel das "centenas de resoluções das Nações Unidas" e sublinhou que é preciso dar-lhes cumprimento.
"Israel tem feito o que tem feito com a cumplicidade dos EUA da União Europeia e da NATO", acrescentou a sindicalista, considerando que basta cumprir as resoluções da ONU "para que acabe esta guerra e para que o povo palestiniano tenha direito ao seu Estado".
O vice-presidente do CPPC, Rui Garcia, lembrou que Portugal comemora em breve os 50 anos do 25 de Abril e que perante essa celebração da liberdade se deveria questionar o que está a fazer perante os acontecimentos na Palestina.
"O Governo português tem especial responsabilidade de levantar a voz. Não basta dizer no vazio que se é contra os crimes de guerra. É preciso que no concreto haja posições e atuação, para que aquela situação termine e se inverta", salientou.
Para Rui Garcia, o que está em curso na Palestina é uma "limpeza étnica".
Já o vice-presidente do MPPM, Carlos Almeida, questionou por que é que o Governo português tem uma resolução aprovada na Assembleia da República desde 2014, recomendando o reconhecimento do Estado da Palestina e aguarda tanto tempo para o fazer.
"Todos os governos do mundo sabem que a solução dos dois Estados está a morrer todos os dias" e "ninguém pode dizer que não sabia", considerou.
"O potencial de alastramento para um conflito de larguíssimas proporções, que pode atingir não apenas a paz no Médio Oriente, mas a paz no mundo, devia alertar as consciências", adiantou.
Embrulhada na bandeira palestiniana, Adriana, escritora de 28 anos com ascendência alemã e judaica, disse à Lusa estar na presente na manifestação por ter "a responsabilidade" de se opor a um Estado que impõe um "Apartheid a um grupo de pessoas que têm sido privadas dos seus direitos". "Tenho uma responsabilidade especial por ser judia", disse a jovem de Washington DC (EUA), que está em Portugal há um ano e meio.
Iuri, 30 anos, saiu à rua "para apoiar os palestinianos que estão a passar por um genocídio". "Mostrar apoio e solidariedade é o mínimo que podemos fazer por aqueles que não têm voz", adiantou à Lusa o jovem, que trabalha na indústria da informação.
Com a cabeça coberta por um lenço palestiniano, branco e preto, Shannon assumiu estar presente "para que o mundo saiba que as pessoas estão com a Palestina". "O mínimo que podemos fazer para os inocentes que estão a ser mortos é condenar o que está a acontecer todos os dias", disse à Lusa a jovem de 28 anos, de dupla nacionalidade alemã e americana, que está em Portugal há sete anos e trabalha na área do marketing.
Foto: Evelyn Hockstein - Reuters
O presidente norte-americano revelou, esta noite, que o presidente do Egito acedeu a abrir a fronteira com Gaza para 20 camiões com ajuda humanitária. Joe Biden explicou que há mais auxílio disponível e descreveu as negociações.
A explosão num hospital de Gaza, cuja responsabilidade resultou numa troca de acusações entre israelitas e movimentos armados palestinianos, causou "algumas dezenas de mortos" e não centenas, adiantou hoje à agência France-Presse fonte de um serviço de inteligência europeu.
"Não há 200 nem mesmo 500 mortos, mas sim algumas dezenas, provavelmente entre 10 e 50", referiu esta fonte que falou à AFP sob condição de anonimato.
O mesmo responsável de um serviço de inteligência europeu também acredita que "Israel provavelmente não fez isso [o ataque]", segundo as "pistas sérias" de inteligência disponíveis nesta agência.
Já hoje, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita Hamas, referiu que a explosão causou pelo menos 471 mortos.
Israel atribuiu a explosão a um ataque fracassado de foguetes da organização palestiniana Jihad Islâmica, que negou a responsabilidade.
"O edifício não foi destruído", acrescentou esta fonte europeia.
E "o hospital provavelmente já tinha sido evacuado anteriormente, como todo um conjunto de hospitais localizados no norte de Gaza", depois da imposição nesse sentido feita dias antes pelo Exército israelita.
A mesma fonte realçou ainda que "não há provas que apoiem" a presença de centenas de pessoas no estacionamento do hospital onde ocorreu o bombardeamento.
Os Estados Unidos invocaram hoje os seus próprios serviços de inteligência para apoiar, inclusive através do seu Presidente Joe Biden, em visita a Israel, que o Estado judeu não é o culpado.
"Continuamos a recolher informações, mas a nossa posição hoje, baseada na análise de imagens aéreas, comunicações intercetadas e informações de acesso aberto, é que Israel não é responsável pela explosão que ocorreu no hospital de Gaza", destacou Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, através da rede social X (antigo Twitter).
Também o Exército israelita insistiu hoje que o edifício do hospital não ficou sequer destruído e que terá havido apenas uma pequena explosão no parque de estacionamento adjacente causada por um foguete da Jihad Islâmica, eventualmente por um erro.
A explosão no hospital ocorreu no momento em que Israel tem bombardeado incansavelmente Gaza, desde o sangrento ataque surpresa de 07 de outubro do Hamas, que matou 1.400 pessoas em Israel, a maioria delas civis.
A resposta israelita causou pelo menos 3.478 mortos no superpovoado território palestiniano, a maioria civis, segundo as autoridades locais.
O Médio Oriente viveu um segundo dia de protestos após o ataque ao hospital em Gaza.
Um israelita com passaporte português desapareceu no festival de música atacado pelo Hamas. A família pensa que é agora refém do Hamas e apelou a Portugal para que intervenha para o libertar.
A comunidade israelita do Porto avança que mais dois luso-israelitas foram encontrados mortos. Uma das vítimas tem 38 anos, a outra 28 anos. Tinham a nacionalidade portuguesa por serem judeus sefarditas.
Pelo menos 40 pessoas foram hoje mortas em bombardeamentos israelitas no centro da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas, e que também atingiram uma mesquita, indicou a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa.
A mesma fonte adiantou que a maioria destas vítimas, incluindo menores, foi morta por ataques aéreos israelitas contra uma mesquita e o campo de refugiados de Al Nuseirat, situado na localidade de Deir al Balah, e contra uma casa na povoação de Al Mugraga.
Outras dez pessoas foram mortas e 22 feridas em ataques similares contra casas em Deir al Balah, indicou a Wafa, ao precisar que 18 pessoas ainda permaneciam nos escombros.
O Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel desencadeou um bombardeamento generalizado na Faixa de Gaza, numa operação designada "Espadas de Ferro".
Israel tem prosseguido os seus ataques devastadores no território onde o Hamas está no poder desde 2007. O Ministério da Saúde local atualizou hoje o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos.
No ataque do Hamas, foram mortos cerca de 1.400 israelitas, incluindo mais de 300 militares, e sequestradas cerca de 200 pessoas que estão retidas na Faixa de Gaza, para além das centenas de mortos entre os combatentes do Hamas que se infiltraram em Israel.
O conflito já alastrou à fronteira israelo-libanesa, com contínuas trocas de disparos de artilharia e bombardeamentos entre o Exército judaico e a milícia xiita libanesa do Hezbollah. Na Cisjordânia ocupada, e desde 07 de outubro, já foram mortos pelo menos 61 palestinianos, centenas ficaram feridos e efetuadas mais de 700 detenções.
O Presidente recusou apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia neste conflito. Ao lado de João Cravinho na Bélgica, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, que disse que parece uma ideia bastante consolidada de que foi um rocket da Jihad Islâmica a atingir o hospital.
O comentador RTP considera que seria "pouco lógico" um ataque deste género a um hospital nas vésperas da visita do presidente norte-americano.
Os enviados-especiais da RTP a Israel apontam o agravamento da tensão na região depois do ataque ao hospital em Gaza.
Foto: Marques de Almeida - RTP
Os protestos dos palestinianos estão também a acontecer na Cisjordânia. Os enviados especiais da RTP à região, José Manuel Rosendo e Marques de Almeida, assistiram a esses protestos.
Mesmo depois da cimeira com os países aliados árabes ter sido cancelada, Joe Biden seguiu para Israel. O presidente americano afirmou em Telavive que o engenho que atingiu o hospital em Gaza foi lançado por terroristas.
O ataque ocorreu quando os blocos operatórios do hospital trabalhavam em turnos consecutivos para auxilio a vítimas do conflito. Um dos cirurgiões descreveu o ocorrido num centro clínico que servia também na altura de abrigo a milhares de deslocados.
As forças de defesa israelitas afirmaram que a explosão ficou a dever-se ao lançamento falhado de um rocket por parte da Jihad islâmica e apresentou como provas imagens captadas por um drone e a gravação de uma conversa telefónica entre alegados elementos do Hamas. O movimento radical islâmico mantém a versão de que o ataque foi lançado por Israel.
A manifestação foi organizada sob o lema "Fim à Agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente".
O primeiro-ministro diz que o Governo está a preparar a retirada de cidadãos portugueses de Gaza. António Costa revela que a operação de repatriamento vai trazer também familiares de palestinianos que vivem em Portugal.
====
REUTERS/Ammar Awad
Registaram-se hoje confrontos em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
O exército israelita atacou hoje posições da milícia xiita libanesa Hezbollah no sul do Líbano, em resposta ao lançamento de mísseis antitanque, após 11 dias de trocas de tiros na fronteira, que vive o maior pico de tensão desde 2006.
"As Forças de Defesa de Israel estão atualmente a atacar a fonte dos disparos no Líbano e continuarão a atacar alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hezbollah", disse um porta-voz militar.
Por seu lado, o Hezbollah confirmou ter lançado hoje à tarde dois mísseis teleguiados, um contra três posições militares israelitas ao largo da cidade libanesa de Naquora e o outro contra a colina de al-Tahyat.
Nesta última zona, os alvos do ataque foram um "centro de congregação para os soldados da ocupação" e um sistema de vigilância, disse a formação xiita, reivindicando que fez várias vítimas nestes locais, incluindo pelo menos uma morte.
O exército israelita, que não confirmou a existência de vítimas, apontou os disparos libaneses para as cidades de Manara e Rosh Hanikra, adjacentes à fronteira libanesa perto do Mediterrâneo, e afirmou ter respondido aos disparos.
Além disso, as forças israelitas indicaram ter destruído dois postos militares em território libanês, depois de terem detetado milicianos que tentavam disparar um míssil antitanque e atacado outro posto de onde foi disparado um míssil antitanque perto de Metula.
Anteriormente, Israel também identificou ataques contra os seus soldados em Shtula, um posto militar avançado em Zarit, bem como em Dvoranit e Har Dov, todos eles perto da fronteira libanesa.
As hostilidades nesta zona aumentaram um dia após o início da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, a 07 de outubro. São já 11 dias consecutivos de escalada entre as milícias do Líbano e as forças israelitas, a maior desde a guerra de 2006.
Terça-feira, cinco mísseis antitanque foram disparados do Líbano contra postos militares israelitas e comunidades adjacentes à fronteira, um dos quais deixou feridos dois soldados e um civil.
Por outro lado, também foram disparados dois foguetes pelas milícias a partir do Líbano e o sistema de defesa aérea israelita intercetou um `drone` (aparelho voador não tripulado) que atravessou a fronteira.
Num incidente anterior, também registado terça-feira, o exército israelita afirmou ter frustrado uma tentativa de infiltração no seu território por "células terroristas" que foram descobertas quando se aproximavam da vedação fronteiriça do lado libanês, resultando na morte de quatro atacantes do Hezbollah.
Os últimos 11 dias de escalada na região causaram pelo menos 26 mortos: cinco em Israel -- quatro soldados e um civil -- e pelo menos 21 no Líbano, incluindo sete civis - entre os quais um operador de câmara da Reuters -, nove membros do Hezbollah e cinco membros de milícias palestinianas.
Youcef Atal, jogador do OGC Nice, foi suspenso pelo clube francês devido a uma publicação nas redes sociais sobre o conflito que opõe Israel e Hamas. O jogador de 27 anos, de nacionalidade argelina, apagou a publicação e acabou por pedir desculpa. O Nice anunciou a suspensão e o Ministério Público francês abriu uma investigação por incitamento ao terrorismo.
Communiqué de l’#OGCNice concernant Youcef #Atal ⬇️
— OGC Nice (@ogcnice) October 18, 2023
O primeiro-ministro português, António Costa, criticou hoje Israel pelo "cerco que está a fazer à Faixa de Gaza", que viola "as normas do direito humanitário", considerando que "as vidas não são diferentes sendo um israelita ou sendo um palestiniano".
No regresso dos debates quinzenais ao plenário da Assembleia da República, que voltaram hoje com um novo modelo, a deputada do BE Mariana Mortágua começou a sua intervenção pela questão de Israel, considerando que Portugal tem "o dever de condenar os crimes, sejam eles os crimes cometidos pelo Hamas como pelo Estado de Israel", mas também de "apelar a um cessar-fogo imediato" e de "reconhecer o direito palestiniano".
Na resposta, António Costa afirmou que "Portugal tem uma posição clara, pública e conhecida" sobre a Palestina e recordou que condenou "de forma inequívoca o atentado terrorista e a barbaridade cometida pelo Hamas sobre Israel".
"A reação de Israel tem que respeitar escrupulosamente aquilo que é o direito internacional e em particular o direito humanitário. Israel, ao fazer o cerco que está a fazer à Faixa de Gaza, privando crianças, mulheres e homens de acesso à água, de acesso à eletricidade, está a violar as normas do direito humanitário", sustentou.
Para o primeiro-ministro, "as vidas não são diferentes sendo um israelita ou sendo um palestiniano".
"A vida é a vida, é sempre sagrada. Temos sempre que a proteger e condenamos quem quer que seja que atente contra a vida humana", disse Costa.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, conversou hoje telefonicamente com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed Al Nahyan, defendendo o evitar do alargamento regional do conflito em Gaza.
"Foco no papel da comunidade internacional, incluindo face à degradação da situação humanitária, à necessidade de proteger civis e ao risco de contágio regional", escreveu o Ministério na sua conta oficial na rede social X (antiga Twitter), referindo-se ao conteúdo da conversa entre Cravinho e Al Nanyan.
Nos últimos dias, o chefe da diplomacia portuguesa tem realizado várias conversas telefónicas e presenciais com homólogos de países vizinhos de Israel e da Palestina, insistindo na posição de Portugal, que reconhece a Israel o direito de se defender, desde que protegendo a vida de civis na zona de Gaza.
Gomes Cravinho também tem insistido na necessidade de conter o conflito, evitando a sua escalada, e de criar condições para uma adequada assistência humanitária às vítimas do conflito.
O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, avisou hoje que Israel vai enfrentar uma "dura vingança" dos países muçulmanos após o bombardeamento de um hospital de Gaza que matou centenas de pessoas.
"[Israel] Aguarda uma dura vingança às mãos dos países muçulmanos", disse Raisi num discurso durante uma manifestação em Teerão em protesto contra o bombardeamento do Hospital Al Ahli, reportou o portal noticioso Iran Nuances.
"Enfrentarão a ira dos países muçulmanos", acrescentou Raisi, que usava um lenço palestiniano ao pescoço, sublinhando que, com o ataque ao hospital, "começou o princípio do fim do regime sionista".
"Com cada gota de sangue derramada pelos palestinianos, o regime sionista aproxima-se mais um passo do colapso", afirmou Raisi, que acusou os Estados Unidos de serem "um parceiro" de Israel nos crimes que estão a ser cometidos na Faixa de Gaza e de armar o exército israelita com mísseis.
Para o Presidente iraniano, as bombas que caem sobre a população da Faixa de Gaza "pertencem aos Estados Unidos".
O Irão declarou hoje um dia de luto pelo bombardeamento do hospital, um massacre que Israel e as milícias palestinianas se responsabilizam mutuamente.
Milhares de pessoas em Teerão saíram à rua esta tarde para protestar contra o incidente.
Na Praça da Palestina, na capital, ouviram-se gritos de "Alá é Grande", "morte à América" e "morte a Israel".
Terça-feira à noite, milhares de pessoas já haviam protestado na capital, inclusive em frente às embaixadas da França e do Reino Unido.
A República Islâmica do Irão e Israel são inimigos e representam uma ameaça existencial um para o outro, ambos competindo através de uma guerra secreta com ciberataques, assassínios e sabotagens.
O Hamas e o Hezbollah, grupos pró-iranianos, estão a coordenar "estreitamente os seus próximos passos" na luta contra Israel, disse um alto representante do Hamas no Líbano citado hoje pelo site noticioso Politico.
O chefe do gabinete político do Hamas no Líbano, Ahmed Abdul-Hadi, admitiu a abertura de uma segunda frente no conflito com Israel, afirmando que o movimento xiita libanês Hezbollah está "preparado para uma grande guerra", após a aberta a 07 deste mês com o ataque do Hamas contra Israel.
Abdul-Hadi, contudo, insistiu que o Hamas, movimento considerado terrorista por União Europeia (UE) e Estados Unidos e que governa a Faixa de Gaza desde 2007, não avisou antecipadamente o seu aliado Hezbollah dos ataques a Israel a 07 de outubro, que mataram mais de 1.400 pessoas.
Apesar disso, revelou, há uma "cooperação contínua" entre os dois grupos, em que o Hezbollah está agora "preparado para uma grande guerra" contra Israel no norte, enquanto o Hamas vai rebentar o "sonho" do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de o expulsar de Gaza.
As declarações aumentam os receios de que o conflito no Médio Oriente possa estar prestes a alastrar-se para duas frentes e engolir o Líbano, sobretudo se Israel lançar uma invasão terrestre em Gaza, onde os bombardeamentos já mataram mais de 2.700 pessoas, e Teerão empenhar os seus aliados xiitas do Hezbollah numa guerra total.
"Temos relações muito fortes com o Hezbollah. Estávamos a cooperar com o Hezbollah antes e depois do ataque a Israel e agora estamos em plena cooperação", disse Abdul-Hadi numa entrevista no seu gabinete no campo de refugiados de Mar Elias, em Beirute, onde nasceu há 55 anos.
Abdul-Hadi identificou a ofensiva terrestre israelita em Gaza como um dos principais fatores que poderiam levar o Hezbollah a participar plenamente no conflito.
"O Hezbollah não prestará atenção às ameaças de quem quer que seja contra a sua entrada na guerra e ignorará os avisos para não se meter nela. Quando o Hezbollah quiser ou não entrar na guerra estará relacionado com a escalada israelita e com os incidentes no terreno, especialmente se Israel tentar entrar em Gaza", frisou.
Tal ação é amplamente esperada, numa altura em que Israel está a colocar blindados em posição perto de Gaza. No entanto, o porta-voz militar israelita, Richard Hecht, advertiu para o risco de se fazerem suposições sobre o próximo passo.
"Estamos a preparar-nos para as próximas fases. Ainda não dissemos quais serão. Toda a gente está a falar da ofensiva terrestre. Pode ser algo diferente", referiu.
Abdul-Hadi sublinhou que o Hezbollah já demonstrou, em escaramuças fronteiriças, que não vai furtar-se ao combate.
"O Hezbollah disse que não vai ficar à margem e a prova disso é que atacou ao longo da fronteira sul por sua iniciativa. Estão a dizer que estão preparados para uma grande guerra. O Hezbollah deixou claro que, se os israelitas atravessarem a linha, lançará um ataque total contra Israel", acrescentou Abdul-Hadi.
Os confrontos com foguetes e artilharia ao longo da fronteira libanesa, pouco depois de o Hamas ter lançado o seu ataque terrorista contra Israel, tiveram inicialmente um alcance limitado, embora tenham matado várias pessoas, incluindo o repórter de imagem da agência noticiosa britânica Reuters Issam Abdallah.
Nos últimos três dias, porém, os ataques tornaram-se mais intensos, no meio de avisos do Irão e do Hezbollah de uma possível ação "preventiva" contra Israel.
Para agravar as tensões, o líder iraniano, ayatollah Ali Khamenei, avisou terça-feira que, se Israel não parar de bombardear Gaza, "ninguém pode parar os muçulmanos e as forças da resistência".
Na entrevista ao Politico, Ahmed Abdul-Hadi manteve-se "intransigente" na defesa da sua posição, apesar das abundantes provas documentais em contrário, segundo as quais mulheres, crianças e idosos foram chacinados no ataque a Israel.
Os seus comentários estão em sintonia com os de outros altos responsáveis do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, que montaram uma ofensiva de relações públicas para distanciar o Hamas das mortes de civis.
Mas, segundo o Politico, tem havido inconsistências nas suas explicações.
O chefe das relações internacionais do Hamas, Basem Naim, disse terça-feira que os combatentes do movimento receberam ordens claras para não atacar civis quando os militantes atacaram o sul de Israel. No entanto, agora negou a existência de mortes, dizendo à televisão australiana ABC que a culpa é de "outros grupos".
Quanto à questão dos reféns, Abdul-Hadi disse que o Hamas não fechou a porta às negociações sobre os prisioneiros israelitas. "Mas temos de ter algo em troca", disse.
"Os soldados israelitas capturados não estão na mesa das negociações. Só estarão depois de a guerra terminar e depois de cumprida a exigência a libertação dos 6.000 palestinianos detidos nas prisões israelitas", acrescentou.
Nesse sentido, Abdul-Hadi disse que o Hamas não tinha outra opção senão atacar.
"Esta operação foi organizada pelas Brigadas al-Qassam [a ala militar do Hamas] e mais tarde outras organizações palestinianas juntaram-se à operação. Tratou-se de uma missão puramente palestiniana, o planeamento e a execução. Nem mesmo os nossos leais aliados sabiam o que estava para vir", concluiu.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou hoje, com veto norte-americano, o segundo projeto de resolução a votos esta semana exigindo "pausas" nos confrontos em Gaza para permitir o auxílio humanitário sem entraves.
A resolução, proposta pelo Brasil, foi rejeitada após o voto contra dos Estados Unidos, tendo recebido ainda 12 votos a favor e duas abstenções dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança.
No final da votação, o Brasil lamentou a falta de ação do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza.
Até ao momento, o órgão da ONU responsável por manter a paz e a segurança internacionais não conseguiu tomar uma posição sobre o ataque mortífero do Hamas a Israel, a 07 de outubro, ou sobre a resposta israelita, com um bloqueio a Gaza e ataques aéreos que, segundo fontes palestinianas, fizeram 2.750 vítimas mortais.
A Turquia vai decretar três dias de luto nacional pelo ataque a um hospital em Gaza que fez centenas de mortos e do qual Israel e os palestinianos se acusam mutuamente, indicou hoje um alto responsável turco.
Segundo a vice-presidente do partido presidencial AKP no parlamento, Özlem Zengin, citada pela estação de televisão estatal turca TRT e a estação privada NTV, o anúncio será oficializado por decreto presidencial.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tinha apelado na terça-feira à noite para "o fim desta brutalidade sem precedentes em Gaza", acusando Israel de ter "atacado um hospital que albergava mulheres, crianças e civis inocentes".
No entanto, o Exército israelita afirmou hoje ter "provas" da autoria do grupo palestiniano Jihad Islâmica deste ataque, uma versão dos acontecimentos apoiada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, atualmente em visita a Israel.
O ataque com um míssil que fez pelo menos 471 mortos, segundo o mais recente balanço, desencadeou fortes reações na Turquia, onde cerca de 80.000 pessoas se manifestaram na terça-feira em frente ao consulado de Israel em Istambul, de acordo com as autoridades.
O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano Hamas atualizou hoje o número de vítimas na Faixa de Gaza, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos.
A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza.
As autoridades da Faixa de Gaza acusaram hoje Israel de ter bombardeado o hospital anglicano Al Ahli no sábado, antes do ataque de terça-feira, e de ter avisado que a unidade deveria ser evacuada.
O grupo islamita Hamas, que governa Gaza desde 2007, acusou Israel de ter matado centenas de pessoas no ataque contra o hospital, mas o exército israelita negou e atribuiu a responsabilidade ao grupo palestiniano Jihad Islâmica.
"O massacre do Hospital Batista foi precedido, em 14 de outubro, pelo bombardeamento de dois obuses" israelitas, disse o vice-ministro da Saúde da Faixa de Gaza, Youssef Abu al-Rish, numa conferência de imprensa em Gaza.
Al-Rish afirmou que depois do bombardeamento de sábado, as forças israelitas disseram à direção do hospital que deveria evacuar a unidade fundada pela Igreja Anglicana.
Segundo Al-Rish, a direção do hospital contactou o bispo da Igreja Evangélica de Inglaterra, que confirmou que a unidade poderia continuar a funcionar depois de ter falado com os organismos internacionais.
"A ocupação [Israel] está a ameaçar os hospitais e não foram tomadas medidas de dissuasão, mas foram recebidas mensagens de tranquilidade e apoio", disse Al-Rish, citado pela agência espanhola Europa Press.
Al-Rish contou que foi ao local após o ataque de terça-feira para ajudar a tratar as vítimas e viu situações que nunca tinha visto.
Disse também que o ataque contra o hospital Al Ahli foi seguido de um bombardeamento nas imediações do Hospital Europeu de Gaza.
"Apelamos ao mundo livre para que impeça a ocupação [Israel] de bombardear civis em segurança e de causar graves danos ao nosso povo em sofrimento", acrescentou.
Israel negou ter atacado o hospital e atribuiu a explosão ao lançamento falhado de um foguete pelo grupo palestiniano Jihad Islâmica, que desmentiu o exército israelita.
O que fazer caso comece uma guerra no Líbano tornou-se, desde início do conflito Israel- Hamas, assunto dominante em casa de Isaías Teixeira, piloto de 24 anos e dos poucos portugueses residentes em território libanês.
"Um dia queremos sair [do Líbano], no outro sentimos que não vai acontecer nada, mas depois se alguma coisa acontecer podemos arrepender-nos", diz à Lusa Isaías, filho de pai português e mãe libanesa. "É um estado de emoções mistas".
Isaías e os pais vivem nas montanhas a leste de Beirute, em Mansourieh. Apesar de consideraram que "não há risco de bombardeamentos" naquela cidade, a família lembra-se bem da última guerra entre o Hezbollah e Israel, em 2006.
"Quando a guerra de 2006 começou, passadas uma ou duas semanas, [Israel] começou a bombardear Beirute, a embaixada ligou-nos para evacuarmos e fomos retirados pelos navios de guerra da marinha italiana", diz Isaias.
A família, que também tem casa em Alenquer, está a "avaliar" se fica no Líbano ou não. Entre os fatores, está a casa em Mansourieh que não querem deixar para trás.
"Eu ficaria entusiasmado se me mudasse para Portugal, [mas] algumas pessoas dizem o contrário porque crescemos aqui", diz Isaias.
A Embaixada de Portugal em Chipre está a acompanhar e a apoiar a situação de cerca de 30 portugueses no Líbano, mas não emitiu até agora nenhuma recomendação de evacuação.
"Participámos [na segunda-feira] numa reunião de coordenação consular com colegas dos outros Estados-membros da União Europeia e de outros países", disse a embaixada numa mensagem enviada por WhatsApp aos Portugueses no Líbano.
Nenhuma embaixada europeia reduziu o seu pessoal nem iniciou a retirada dos seus cidadãos até ao momento, de acordo com a mesma fonte.
A representação diplomática portuguesa informou ainda "que a zona da fronteira sul continua particularmente sensível e volátil", mas que não tem conhecimento de portugueses na zona.
Na quarta-feira, a embaixada dos Estados Unidos aconselhou os seus cidadãos a não viajar para o Líbano, a par da saída dos que ali residem. A mensagem foi enviada aos norte-americanos no país, após violentos protestos à porta da embaixada contra o bombardeamento do hospital Al-Ahli em Gaza. Mais protestos à porta do edifício estão agendados para a tarde de quarta-feira.
Outras representações diplomáticas, como as do Canadá e Austrália, também já tinham aconselhado os seus cidadãos a sair do Líbano, "enquanto ainda estão disponíveis voos comerciais".
As companhias aéreas Lufthansa e Swiss cancelaram todos os seus voos de e para o aeroporto Rafik Hariri em Beirute, até ao final do mês. A companhia de bandeira libanesa, Middle East Airlines (MEA) anunciou esta semana que vai transferir cinco dos seus 24 aviões para Istanbul como "precaução".
A MEA fez o mesmo durante a guerra em 2006, quando Israel bombardeou e destruiu o aeroporto de Beirute, o único no país.
Leopoldina Hamade, 83 anos, vive no Líbano há 57 com o marido, nas montanhas do Chouf, também considerada uma zona segura.
A portuguesa conta à Lusa que, por enquanto, não tem planos de ir embora, devido à situação de saúde do marido.
Os filhos do casal, um médico e um informático que vivem nos Estados Unidos, "estão preocupadíssimos pois não se sabe o que virá", conta Leopoldina.
"Claro que estamos preocupados com a situação e seguimos passo a passo tudo o que se está a passar, tanto mais que o Líbano é sempre o bode expiatório", a diz à Lusa Leopoldina Hamade.
"Já passei por guerras e uma vez fomos pelas serras de noite para ir apanhar o avião para Portugal", diz Leopoldina. "O que é necessário é nunca perder a fé."
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu hoje que Israel fará tudo o que lhe for possível para evitar mais vítimas civis na guerra que trava atualmente com o grupo islamita Hamas.
"À medida que avançamos nesta guerra, Israel fará tudo o que for possível para manter os civis fora de perigo", disse Netanyahu em Telavive no início de um encontro com o Presidente norte-americano, Joe Biden.
"Pedimos [aos civis] e continuamos a pedir-lhes que se desloquem para áreas seguras", afirmou Netanyahu, citado pela agência espanhola EFE.
Israel tinha ordenado a mais de um milhão de palestinianos que abandonassem o norte da Faixa de Gaza na antecipação de uma possível ofensiva terrestre contra o Hamas.
Biden disse a Netanyahu que os Estados Unidos também estavam empenhados em evitar "mais tragédias" para os civis no conflito entre Israel e o Hamas, que provocou milhares de mortos dos dois lados em 12 dias.
"Continuaremos a trabalhar convosco e com os nossos parceiros em toda a região para evitar mais tragédias para civis inocentes", afirmou Biden, segundo a agência francesa AFP.
Biden deveria viajar para Amã para participar hoje numa cimeira com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, e da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, mas o encontro foi cancelado.
O anúncio do cancelamento foi feito pela Jordânia após notícias sobre a morte de centenas de pessoas num hospital de Gaza na terça-feira, que o Hamas atribuiu a um bombardeamento israelita.
Israel negou ter atacado o hospital e atribuiu a explosão ao lançamento falhado de um foguete pelo grupo palestiniano Jihad Islâmica, que desmentiu o exército israelita.
A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita em território israelita em 07 de outubro, que as autoridades de Telavive disseram ter provocado 1.400 mortos.
Desde então, Israel cercou a Faixa de Gaza e prometeu aniquilar o Hamas, que controla o enclave com 2,3 milhões de habitantes desde 2007.
Os bombardeamentos israelitas contra Gaza provocaram pelo menos 3.200 mortos, segundo as autoridades do pequeno território situado na costa oriental do Mar Mediterrâneo.
Foto: Marques de Almeida - RTP
Na última noite, foram registados confrontos em muitas cidades palestinianas. Ramallah, na Cisjordânia, foi um dos palcos de protestos contra o Governo de Mahmoud Abbas e as forças de segurança.
Foto: Mohammed Salem - Reuters
O secretário-geral da ONU diz que está "horrorizado" com o ataque que atingiu um hospital em Gaza e que terá matado 500 pessoas, pedindo um cessar-fogo humanitário.
A jornalista da RTP analisa os mais recentes desenvolvimentos do conflito entre Israel e o Hamas.
Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, afirma que as informações que recebeu, por parte das forças israelitas, foram muito detalhadas e apontam para um disparo por parte da Jihad Islâmica.
EPA
O papa Francisco voltou a apelar à paz. Com clara referência ao conflito no Médio Oriente, o sumo pontífice da Igreja Católica pede que se faça tudo para evitar uma catástrofe humanitária.
Um dos materiais apresentados esta quarta-feira pelas Forças de Defesa de Israel é uma gravação de um alegado telefonema entre dois militantes do Hamas.
"Ontem à noite, muitos tiraram conclusões precipitadas sobre a trágica perda de vidas no hospital Al Ahli", escreveu Cleverly num post no X, antigo Twitter.Last night, too many jumped to conclusions around the tragic loss of life at Al Ahli hospital.
— James Cleverly🇬🇧 (@JamesCleverly) October 18, 2023
Getting this wrong would put even more lives at risk.
Wait for the facts, report them clearly and accurately.
Cool heads must prevail.
Anschläge gegen jüdische Einrichtungen, gewalttätige Ausschreitungen auf unseren Straßen – das ist menschenverachtend, abscheulich und nicht zu dulden. Antisemitismus hat in Deutschland keinen Platz. Mein Dank geht besonders in dieser Situation an die Sicherheitskräfte.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) October 18, 2023
Foto: Mohammed Saber - EPA
Israel voltou esta quarta-feira a descartar qualquer responsabilidade no ataque ao Hospital Al Ahli, em Gaza, que causou centenas de mortos. Garante ainda ter provas de que a explosão foi provocada por rockets da Jihad Islâmica.
O porta-voz do exército israelita veio reiterar que um rocket da Jihad Islâmica falhou o lançamento e caiu no parque de estacionamento do hospital.
Foto: Brendan McDermid - Reuters
O embaixador palestiniano na ONU acusa o Governo de Israel de "mudar a narrativa em relação ao ataque ao Hospital para tentar culpar os palestinianos".
Os ecos do bombardeamento do Hospital Al Ahli, em Gaza, e a visita de Joe Biden marcam o dia em Israel. O encontro previsto para a Jordânia, que juntaria o presidente norte-americano, o primeiro-ministro israelita, o presidente do Egito, o rei da Jordânia e o presidente da Autoridade Palestiniana, foi cancelado.
O ataque a um hospital de Gaza que matou centenas de pessoas é "um crime" e um "ato de desumanização", afirmou hoje a porta-voz da diplomacia russa, pedindo a Israel, que nega qualquer responsabilidade, que prove a sua inocência.
"Vemos neste momento um desejo [por parte de Israel] de se distanciar de qualquer responsabilidade. Se esta tentativa constitui uma intenção séria (...) de provar a sua inocência (...), então os factos devem ser apresentados", defendeu Maria Zakharova.
A porta-voz russa pediu aos Estados Unidos e a Israel que forneçam imagens de satélite para investigar a origem do ataque, acusando os governos ocidentais de darem a impressão, nas suas reações, de que "o ataque aconteceu por si só".
A explosão, pela qual Israel e os palestinianos se culpam mutuamente, fez centenas de mortos e provocou condenações internacionais e manifestações em todo o mundo muçulmano.
O movimento islamita Hamas, no poder em Gaza, acusou Israel de estar na origem deste ataque de terça-feira à noite, que o exército israelita atribuiu a um ataque fracassado de foguetes da Jihad Islâmica, outro grupo armado palestiniano, 11 dias depois do início da guerra desencadeada por um ataque-surpresa sem precedentes do Hamas a Israel.
O exército israelita afirmou hoje que tinha provas da responsabilidade da Jihad Islâmica "baseadas em informações, sistemas operacionais e imagens aéreas, todas verificadas", segundo o porta-voz militar, Daniel Hagari.
O Papa Francisco apelou hoje para se faça tudo o que for possível para evitar uma catástrofe humana na Faixa de Gaza e manifestou-se preocupado com o possível alargamento do conflito.
"Também hoje estou a pensar na Palestina e em Israel, as vítimas estão a aumentar e a situação em Gaza é desesperada", disse Francisco durante a audiência geral realizada na Praça de São Pedro.
"Por favor, façam tudo o que for possível para evitar uma catástrofe humana", apelou o chefe da Igreja Católica, citado pela agência espanhola EFE.
Israel declarou guerra ao Hamas depois de o grupo islamita ter realizado uma incursão sem precedentes em território israelita em 07 de outubro, que matou mais de 1.400 pessoas, segundo as autoridades de Telavive.
Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza desde então, provocando mais de três mil mortos e um milhão de deslocados, segundo a ONU.
Uma explosão na terça-feira no hospital anglicano Al Ahli, no norte da Faixa de Gaza, matou "entre 200 e 300 pessoas", segundo uma declaração do Ministério da Saúde de Gaza citada pela agência francesa AFP.
O Hamas e outras fontes palestinianas afirmaram que o hospital foi bombardeado por Israel e que o ataque provocou pelo menos 500 mortos.
Israel negou a acusação e disse que a explosão foi causada pelo disparo falhado de um foguete pelo grupo palestiniano Jihad Islâmica.
A Jihad Islâmica também negou a responsabilidade e devolveu a acusação a Israel.
O complexo de edifícios da comunidade Kahal Adass Jisroel, no centro de Berlim, alberga uma sinagoga, um jardim de infância e um centro comunitário.Heute Nacht (18.10.) wurde ein versuchter Brandanschlag auf unsere Gemeinde Kahal Adass Jisroel verübt. Unbekannte warfen dabei 2 Molotow-Cocktails von der Straße aus in Richtung unseres Gemeindezentrums in der Brunnenstraße in Berlin-Mitte. pic.twitter.com/tnh0UIV9mw
— Kahal Adass Jisroel (@KAJ_Berlin) October 18, 2023
A ONU elevou hoje para mais de três mil o número de mortos na Faixa de Gaza desde que Israel respondeu ao ataque do Hamas de 07 de outubro com o bombardeamento do enclave palestiniano.
Numa atualização diária sobre o conflito, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa) disse que não conseguiu contabilizar as vítimas do ataque ao hospital Al Ahli, na terça-feira.
As autoridades de saúde do território controlado pelo grupo islamita Hamas disseram que o ataque ao hospital provocou pelo menos 500 mortos.
Israel negou ter sido responsável pela explosão no hospital situado no norte de Gaza, que atribuiu à milícia palestiniana Jihad Islâmica.
O OCHA disse que 853 crianças estão entre os mais de três mil mortos contabilizados na Faixa de Gaza, segundo a agência espanhola EFE.
Os bombardeamentos israelitas por terra, mar e ar mataram 192 pessoas no último dia, antes do ataque ao hospital Al Ahli, disse a ONU.
"Centenas de vítimas adicionais podem estar presas nos escombros", admitiu o gabinete de coordenação humanitária, que teme que os corpos possam causar epidemias e problemas ambientais.
A ONU também manteve o número de deslocados internos em Gaza em mais de um milhão, dos quais cerca de 352 mil permanecem em escolas no centro e no sul do território geridas pela missão da organização.
Segundo a ONU, foram atacadas zonas do sul de Gaza para onde as autoridades israelitas tinham ordenado que se deslocassem os refugiados, o que criou o caos e levou famílias a regressar a zonas mais a norte.
A Faixa de Gaza sofreu sete dias de falta total de eletricidade, o que reduziu ao mínimo as operações em muitos hospitais, acrescentou.
A atual guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando operacionais do grupo palestiniano fizeram uma incursão sem precedentes em território israelita e mataram mais de 1.400 pessoas, segundo as autoridades de Telavive.
I am saddened by the strike against the Al-Ahli hospital and the huge death toll.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) October 18, 2023
There is no excuse for hitting a hospital full of medical staff and civilians.
All the facts have to be established and those responsible must be held accountable.
The situation in #Gaza is spiralling out of control.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 18, 2023
Every second we wait to get medical aid in, we lose lives.
For 4 days @WHO supplies have been stuck at the border.
We need immediate access to start delivering life-saving supplies.
We need violence on all sides to stop.
O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, condenou na terça-feira o "bombardeamento israelita" contra um hospital na Faixa de Gaza, que terá provocado pelo menos 500 mortos.
"Não há palavras para expressar plenamente a nossa condenação ao bombardeamento israelita de um hospital em Gaza hoje (terça-feira), matando centenas de pessoas", disse Mahamat numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
O Egito acusou Israel de bombardear deliberadamente o hospital, embora as autoridades israelitas neguem ter atacado o edifício e culpado grupos palestinos pelo massacre.
"Atacar um hospital, considerado um porto seguro ao abrigo do direito humanitário internacional, é um crime de guerra. A comunidade internacional deve agir agora", acrescentou o responsável.
Pelo menos 500 pessoas terão morrido, saegundo as autoridades palestinianas, após o bombardeamento do hospital Al Ahli, representando o maior massacre em Gaza das cinco guerras que ocorreram entre as milícias palestinianas e Israel desde 2008.
É também o ataque com maior número de vítimas mortais cometido até agora desde que, em 07 de outubro, o ataque surpresa do Hamas contra Israel desencadeou a atual guerra, que já causou mais de 3.000 mortos em Gaza e 1.400 mortes em território israelita.
O Irão condenou o ataque ao hospital anglicano de Gaza, que matou 500 pessoas segundo as autoridades palestinianas, e declarou o dia de hoje como de luto pelo "massacre e crime de guerra contra a humanidade".
"As chamas do bombardeamento israelo-americano contra palestinianos inocentes tratados num hospital de Gaza devorarão os sionistas", declarou o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, na terça-feira à noite.
"O Irão, como parte da nação islâmica, está de luto", acrescentou, segundo noticiou hoje a imprensa iraniana, citada pela agência espanhola EFE.
Israel e as milícias palestinianas acusam-se mutuamente pelo ataque ao hospital Al Ahli Araba, no norte da Faixa de Gaza, na terça-feira.
O grupo islamita Hamas acusou Israel de ter bombardeado o hospital, enquanto o exército israelita atribuiu a responsabilidade à milícia palestiniana Jihad Islâmica.
As autoridades de saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, disseram que morreram pelo menos 500 pessoas, no que poderá ser o ataque mais grave no enclave desde 2008.
O ataque ocorreu na véspera da chegada à região do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O ataque foi criticado pela comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, e desencadeou a fúria na Cisjordânia ocupada por Israel e no estrangeiro.
No Irão, que apoia o Hamas, milhares de pessoas saíram à rua em Teerão durante a madrugada para protestar contra o bombardeamento do hospital, com gritos de "morte à América" e "morte a Israel".
Israel e o Hamas estão em guerra desde 07 de outubro, quando operacionais do grupo palestiniano fizeram uma incursão sem precedentes em território israelita e mataram mais de 1.400 pessoas, segundo as autoridades de Telavive.
Israel respondeu com bombardeamentos contra a Faixa de Gaza que mataram pelo menos três mil pessoas, de acordo com as autoridades palestinianas do enclave.
Há também a registar 12.500 feridos em Gaza e mais de 4.200 feridos em Israel.
Além dos bombardeamentos, Israel cercou e suspendeu os fornecimentos à Faixa de Gaza, um pequeno território onde vivem 2,3 milhões de pessoas e que é controlado pelo Hamas desde 2007.
O analista do Conselho para as Relações Internacionais Bruce Hoffman advertiu hoje que se Israel eliminar definitivamente a ameaça representada pelo Hamas, a campanha em Gaza poderá atrair outros adversários, incluindo Hezbollah e Al-Qaida.
Num artigo publicado no portal do Conselho para as Relações Internacionais, um `think tank` com sede em Nova Iorque voltado para a política externa e assuntos internacionais, Hoffman destacou a capacidade e os meios do Hamas, movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, para montar ataques coordenados e simultâneos a partir do ar, do mar e da terra.
"O facto de o Hamas ter a capacidade de manter os seus preparativos desconhecidos de um país como Israel, que possui um dos serviços de informações mais sofisticados do mundo, sugere fortemente que teve apoio, aconselhamento e orientação de um Estado externo no planeamento e execução do ataque a Israel. O Irão, por conseguinte, será fortemente suspeito de estar por detrás disto", sublinhou.
Hoffman sustentou que o Irão fornece ao Hamas e à Jihad Islâmica da Palestina (JIP) pelo menos 100 milhões de dólares (94,4 milhões de euros) por ano e proclama abertamente a intenção de destruir Israel, tendo Teerão manifestado preocupação com a possibilidade de a Arábia Saudita e Israel estabelecerem relações diplomáticas formais, agravada pelo pacto de defesa entre Riade e Washington.
"O Irão tinha todas as razões para encorajar e facilitar o ataque a Israel. Mas isso é muito diferente de ordenar, muito menos de orquestrar os ataques ou de dar qualquer tipo de `luz verde`. Embora o Hamas e o JIP, tal como o Hezbollah [com sede no Líbano], tenham laços estreitos com o Irão, também funcionam de forma independente. Assim, o longo historial do Irão na tentativa de desestabilizar países da região, incluindo Bahrein, Iraque, Kuwait, Líbano e Arábia Saudita está muito bem documentado", disse.
Apesar de, tal como prometeu o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a retaliação ser "maciça e decisiva, com a intenção de destruir de vez o Hamas", a guerra está a mostrar que os crimes de guerra, independentemente de ter sido desencadeada pelo Hamas a 07 deste mês, são muitos e quem está a pagar são os civis de ambos os lados.
"Os relatos de execuções, abusos sexuais, civis a serem retirados das suas casas e outras depredações não ficarão impunes a Israel. À medida que mais informação vir a luz do dia e que o choque do ataque inicial se desvanecer, os israelitas exigirão vingança", sustentou Hoffman.
No entanto, defendeu, o argumento comum sobre o contraterrorismo, de que "não há solução militar", não é totalmente verdade, "desde que um país não se preocupe em ferir civis", tal como, exemplificou, sucedeu no Sri Lanka.
"A campanha militar em 2009 esmagou completamente os Tigres Tamil. Estima-se que cerca de 20.000 civis tenham sido mortos. Morreram o fundador e líder dos Tigres, toda a sua equipa de comando e praticamente todos os oficiais e elementos da organização. Um grupo terrorista pode ser destruído desta forma, mas isso implica uma enorme perda de vidas civis", lembrou.
"Se Israel perseguir este objetivo, é provável que se siga uma série de coisas, incluindo o Hezbollah vir em auxílio do Hamas, ou o Irão envolver-se potencialmente, com a possível convergência de combatentes estrangeiros da Al-Qaida e dos Talibãs, entre outros grupos. Isso lançaria este conflito numa trajetória completamente diferente", alertou Hoffman.
Para o analista, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, explorou a vantagem da surpresa "com um sucesso espantoso", tendo como "vantagem, agora", a capacidade de se dispersar e de se esconder dentro do escudo protetor da população civil do enclave.
No entanto, para Hoffman, as vantagens de Israel deveriam ter impedido o ataque surpresa do Hamas, pois Telavive "tem uma das forças armadas mais sofisticadas tecnologicamente, mais bem treinadas, armadas e profissionais da região, se não do mundo".
"O armamento avançado, a doutrina, a formação e o equipamento das Forças de Defesa de Israel dotaram-nas de capacidades de combate formidáveis que se tornarão cada vez mais evidentes nos próximos dias", argumentou o analista do IRC, apontando que, historicamente, as organizações terroristas "têm-se saído mal quando o peso total do poderio militar de um Estado estabelecido é exercido sobre elas".
Segundo Hoffman, o conflito "está longe" de ter terminado e é completamente imprevisível quanto à sua evolução, pois foram desencadeadas "forças poderosas e centrífugas" que reescreveram as regras para Israel e o Hamas, e talvez para outros na região.
"Por exemplo, tendo em conta os laços de longa data do Hezbollah com o Hamas e o facto de o seu patrono estatal mútuo ter um enorme interesse em assegurar a longevidade dos seus clientes terroristas regionais, o Hezbollah, por sua própria iniciativa mas em total sintonia com os desejos do Irão, entrará provavelmente na guerra se Israel lançar um ataque terrestre em Gaza. As consequências serão então enormes", advertiu.
Atualmente, prosseguiu, o Hezbollah dispõe de um arsenal de mísseis que se crê ser dez vezes superior, mais precisos e capazes de percorrer distâncias maiores, razão pela qual todo o território de Israel ficaria vulnerável a ataques de mísseis.
"Existe a possibilidade de a guerra alastrar e o terrível derramamento de sangue e as tragédias que se seguirão tornarão qualquer tipo de conversações mais difíceis e mais distantes do que no passado. Os militantes palestinianos na Cisjordânia podem revoltar-se com violência a qualquer momento, embora isso seja mais provável se Israel lançar um grande ataque terrestre e reocupar Gaza. Isso levantaria a questão: confrontado com uma guerra em três frentes, será que Israel visaria o Irão na esperança de o pressionar a retirar os seus lacaios?", questionou Hoffman, sem dar uma resposta.
Foto: Mohamed Saber - EPA
O secretário-geral das Nações Unidas confessa estar horrorizado com o ataque a um hospital de Gaza, que provocou centenas de mortos. António Guterres sublinha que nada justifica a violência contra a população civil e pede um cessar-fogo imediato no Médio Oriente.
פגיעת שיגור כושל של ארגון הטרור גא"פ באזור בית החולים אלמעמדאני בעיר עזה
— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) October 18, 2023
מצורף סרטון מתוך מערכות חה״א שמתעד את אזור בית החולים לפני ואחרי השיגור הכושל של ארגון הטרור גא״פ: pic.twitter.com/KVXmlYuNj9
Os enviados especiais da RTP a Israel, José Manuel Rosendo e Marques de Almeida, reportam que o Estado hebraico responsabiliza a Jihad Islâmica pela destruição do Hospital Al Ahli, no centro de Gaza.
Foto: Mohammed Al-Masri - Reuters
Israel culpa a Jihad Islâmica pelo ataque a um hospital da cidade da Gaza, que fez pelo menos 500 vítimas. A acusação foi deixada depois de o Hamas ter posto a responsabilidade em Telavive.
O conflito está a ser acompanhado pelos enviados especiais da RTP, José Manuel Rosendo e Marques de Almeida.