Numa declaração conjunta emitida após uma reunião em Berlim, os líderes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido comprometeram-se a "continuar a apoiar a Ucrânia nos seus esforços para garantir uma paz justa e duradoura, assente no direito internacional, incluindo na Carta das Nações Unidas, bem como no respeito da soberania e da integridade territorial".
A declaração de intenções em prol da Ucrânia e contra o seu agressor russo foi divulgada no final de um encontro na capital alemã, realizado por ocasião de uma visita-relâmpago do chefe de Estado norte-americano, Joe Biden.
Ao mesmo tempo, Biden apelou aos Estados-membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) presentes na capital alemã para que "não abrandem" o seu apoio a Kiev, em duro combate com as forças russas.
Este apelo surge numa altura em que a ajuda ocidental dá sinais de enfraquecimento e em que os Estados Unidos, em caso de vitória do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro, poderão rever radicalmente a sua política.
O Exército ucraniano, por seu lado, está a recuar na frente oriental e é alvo de constantes bombardeamentos da artilharia russa, em particular nas suas infraestruturas essenciais.
Outra questão a causar forte preocupação na Ucrânia: segundo os serviços secretos sul-coreanos, a Coreia do Norte enviou um contingente de 1.500 soldados das forças especiais para apoiar o seu aliado russo, esperando-se que outros se sigam.
"Trata-se de uma evolução extremamente preocupante e grave", reagiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
Acima de tudo, reflete "o nível de desespero" de uma "Rússia em processo de enfraquecimento", sustentou Keir Starmer em Berlim, durante uma conferência de imprensa.
O Presidente norte-americano, cujo avião abandonou a Alemanha ao final da tarde, efetuou em Berlim uma breve visita de despedida a um dos mais leais aliados dos Estados Unidos na Europa.
"Apoiamos a Ucrânia com todas as nossas forças", declarou Olaf Scholz, acrescentando, zelar, ao mesmo tempo, por que "a NATO não se torne um beligerante" nesta guerra, "para impedir que ela se transforme numa catástrofe ainda maior".
Até agora, nenhum dos pedidos formulados pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, no seu "plano de vitória", que apresentou à União Europeia (UE) e à NATO na quinta-feira, obteve o apoio unânime dos aliados.
Foi esse, em particular, o caso do seu pedido de um convite rápido para se juntar à NATO.
A reunião na capital alemã dos quatro líderes ocidentais seguiu-se a uma homenagem prestada pela Alemanha a Joe Biden.
O chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier, saudou uma "guia para a democracia" que mostrou um apoio inabalável à Aliança Atlântica e à Ucrânia no "momento mais perigoso desde o fim da Guerra Fria".
O Presidente norte-americano foi condecorado com a Ordem Nacional de Mérito pelo seu contributo para as relações transatlânticas e para a defesa da democracia.
Após a tumultuosa presidência de Donald Trump (2017-2021), o mandato de Joe Biden permitiu um claro estreitamento dos laços entre Washington e Berlim, nomeadamente na questão da Ucrânia, em relação à qual as duas capitais alinharam regularmente as suas decisões.
O democrata de 81 anos, que se retirou da corrida presidencial, tinha há uma semana adiado a sua deslocação à Alemanha por causa do furacão Milton.
Além da Ucrânia, a situação no Médio Oriente foi o outro tema quente de discussão entre os quatro líderes.
O anúncio por Israel, na quinta-feira à noite, de que o líder do Hamas, Yahya Sinouar, tinha sido morto durante uma operação militar na Faixa de Gaza representou um ponto de viragem na guerra desencadeada pelo ataque do movimento palestiniano em território israelita a 07 de outubro de 2023.
Os quatro governantes ocidentais consideraram que o seu desaparecimento sublinha "a necessidade imediata" de libertação dos reféns ainda nas mãos do Hamas e do fim da guerra na Faixa de Gaza.