A ONU adianta que as novas ordens de evacuação de Israel para 20 localidades do sul do Líbano significam que mais de 25 por cento do país dos cedros está agora debaixo de pressão militar. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
A ONU adianta que as novas ordens de evacuação de Israel para 20 localidades do sul do Líbano significam que mais de 25 por cento do país dos cedros está agora debaixo de pressão militar. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
Wael Hamzeh - EPA
Pelo menos cinco pessoas morreram, das quais três são menores, num novo ataque das Forças de Defesa de Israel no leste do Líbano, no âmbito da sua ofensiva contra a grupo xiita Hezbollah, segundo as autoridades libanesas.
O Ministério da Saúde Pública detalhou que o ataque ocorreu na cidade de Rayak, localizada na província de Bekaa.
As autoridades libanesas indicaram nas redes sociais que, além dos cinco mortos, 16 pessoas ficaram feridas.
Segundo um balanço anteriormente divulgado pelo Governo do Líbano, pelo menos 2.350 pessoas morreram e outras 10.906 ficaram feridas em ataques israelitas no último ano.
Em comunicado, o Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública libanês indicou que só na segunda-feira pelo menos 41 pessoas morreram e outras 124 ficaram feridas em "ataques do inimigo israelita".
De acordo com os dados fornecidos pelo ministério libanês, 17 pessoas foram mortas no sul do Líbano, outras três no oeste do Vale do Bekaa e 21 num bombardeamento contra a cidade predominantemente cristã de Aitou, que pela primeira vez foi incluída no raio de ação das forças israelitas.
Estas mortes elevam para pelo menos 1.356 o número de vítimas desde 23 de setembro, altura em que Israel intensificou as suas operações militares no Líbano.
O grupo xiita libanês Hezbollah e Israel estão em confronto desde 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, e, durante quase um ano, as hostilidades limitaram-se a trocas de tiros sobre a divisão comum, conhecida como "Linha Azul".
A chamada "Linha Azul" é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000.
Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o seu líder, Hassan Nasrallah, bem como outros altos quadros do grupo armado libanês apoiado pelo Irão.
Mais recentemente, o Exército israelita realizou também ataques que fizeram dezenas de mortos no centro da capital libanesa e contra zonas do norte do país, dantes considerados locais mais seguros para largos milhares de deslocados que fogem dos bombardeamentos.
Segundo o Governo libanês, mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, embora apenas cerca de 188 mil tenham sido registadas nos 1.059 abrigos criados pelas autoridades em todo o Líbano.
O Hezbollah acusou hoje o Exército israelita de usar munições de fragmentação, proibidas internacionalmente, e anunciou novo ataque com `rockets` contra a cidade de Safed e contra uma base militar no norte de Israel.
O grupo xiita libanês Hezbollah garantiu ter atingido três tanques e uma escavadora israelitas em aldeias fronteiriças no sul do Líbano, bem como ter disparado `rockets` dirigidos a território israelita.
Este ataque surge depois de o Hezbollah ter informado que o Exército israelita utilizou projéteis carregados com munições de fragmentação - proibidas internacionalmente - contra pelo menos três zonas localizadas no sul do Líbano, um dos principais focos da campanha de bombardeamentos de Israel.
O Hezbollah indicou que as áreas de impacto foram Wadi al Hujayr, Jallet Raj e uma área florestal localizada a leste da cidade de Alman.
De acordo com a Human Rights Watch (HRW), as bombas de fragmentação são proibidas em todo o mundo porque causam danos imediatos e a longo prazo aos civis, deixando um rastro de munições não detonadas que funcionam como minas terrestres durante anos.
O Hezbollah denunciou que a utilização destas armas por Israel demonstra "o seu flagrante desrespeito por todos os acordos, normas e leis internacionais, especialmente em tempo de guerra".
"Apelamos às autoridades competentes do Líbano e às organizações internacionais humanitárias e de direitos humanos para que condenem este crime hediondo em todos os padrões, especialmente tendo em conta os seus efeitos negativos de longo alcance sobre os civis", acrescentou o movimento xiita, num comunicado.
Organizações como a HRW e as autoridades libanesas já denunciaram anteriormente o uso de armas proibidas por Israel, como o fósforo branco, substância que quando exposta ao oxigénio provoca uma reação química capaz de causar queimaduras graves que podem penetrar até aos ossos.
Foto: Karamallah Daher - Reuters
A ONU rejeitou os pedidos de Israel para os capacetes azuis saírem do sul do Líbano. Já o líder interino do Hezbollah disse que a solução para os conflitos no Líbano e em Gaza é um cessar-fogo.
O novo líder do Hezbollah está a tentar mostrar a força do grupo ao avisar Israel que o país pode ser atingido mais vezes.
Soldados americanos chegam a Israel e acredita-se que os mesmos vão ajudar os israelitas na defesa contra o Irão.
Começaram a chegar a Israel componentes de uma das baterias anti-misseis mais sofisticadas do mundo. As baterias foram destacadas pelos Estados Unidos para proteção contra um eventual ataque pelo Irão, e serão operadas em território israelita por cerca de uma centena de militares americanos.
Esta segunda-feira, começaram a chegar a Israel os componentes do sistema norte-americano de defesa aéreo THAAD. De acordo com o Pentágono alguns militares dos EUA já estão a trabalhar na montagem do equipamento de defesa para que o THAAD "esteja totalmente operacional muito em breve".
Os EUA e o Canadá impuseram hoje sanções à Rede de Solidariedade com os Prisioneiros Palestinianos Samidoun, uma instituição de solidariedade que alegadamente serve para angariar fundos para a Frente Popular para a Libertação da Palestina.
O grupo Samidoun opera em Gaza e na Cisjordânia e está designado como organização terrorista estrangeira desde 1997 e como Terrorista Global desde 2001.
O subsecretário interino do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira, Bradley T. Smith, explicou que organizações como a Samidoun "disfarçam-se de atores de caridade que afirmam prestar apoio humanitário aos necessitados, mas na realidade desviam fundos para a tão necessária assistência para apoiar grupos terroristas".
As sanções agora anunciadas visam impedir esta organização e os seus líderes de utilizar o sistema financeiro dos EUA e impedir que os cidadãos norte-americanos negociem com eles.
"Os Estados Unidos estão empenhados em trabalhar com os nossos parceiros para expor e dissuadir aqueles que exploram os impulsos humanitários para os seus objetivos malignos", informou o Departamento de Estado norte-americano, acrescentando que este objetivo foi partilhado com o Governo do Canadá.
A bandeira portuguesa já foi definitivamente retirada do navio "Kathrin", que transporta material explosivo com destino a Israel, entre outros países, após concluídas as diligências técnicas, disse à Lusa fonte oficial do Governo.
"Terminaram as diligências técnicas e foi retirada a bandeira. O registo foi definitivamente cancelado", indicou fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em 30 de setembro, fonte oficial tinha transmitido à Lusa que o navio tinha pedido a retirada da bandeira portuguesa, uma decisão "irreversível", após diligências do Governo português junto do armador.
O navio "Kathrin", de propriedade alemã e até agora registado na Madeira, transporta material explosivo com destino a fabricantes de armas em Israel, Polónia e Eslováquia.
O Bloco de Esquerda pediu ao Ministério Público que "fiscalize e previna que Portugal venha a ser acusado internacionalmente por cumplicidade com um genocídio", além de propor a audição do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas sobre este caso.
Em setembro, a relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, apelou ao Governo para que solicitasse "urgentemente a remoção" da bandeira portuguesa do navio "Kathrin".
"Depois de reconhecer a plausibilidade do genocídio em Gaza, em janeiro de 2024, o ICJ [Tribunal Internacional de Justiça] deixou claro que todos os Estados têm a obrigação de `respeitar e fazer respeitar` a Convenção sobre o Genocídio `em todas as circunstâncias`, e que os Estados têm `obrigações internacionais relativas à transferência de armas para as partes num conflito armado`", assinalou na ocasião a relatora da ONU.
Os enviados especiais da RTP ao Líbano dão conta dos últimos desenvolvimentos das vagas de bombardeamentos israelitas sobre o país dos cedros.
O gabinete de guerra do Governo israelita esteve reunido para desenhar os últimos contornos do plano de retaliação contra o Irão, como explicam os enviados especiais da RTP ao Estado hebraico.
Foto: Karamallah Daher - Reuters
O exército israelita continua a atacar o território libanês e Netanyahu já avisou que Beirute pode ser atingida. Entretanto, as bombas israelitas mataram pelo menos 40 pessoas em Gaza na última noite.
Mais de 400 mil crianças foram deslocadas nas últimas três semanas no Líbano, afirmou hoje um alto funcionário do UNICEF, alertando sobre uma possível "geração perdida" devido à guerra entre o Hezbollah e Israel.
O diretor executivo adjunto para as ações humanitárias do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Ted Chaiban, visitou escolas que foram transformadas em abrigos para acolher famílias deslocadas no Líbano.
"O que me impressionou foi que esta guerra tem três semanas e tantas crianças já foram afetadas", disse Chaiban à agência de notícias Associated Press (AP) em Beirute.
"Hoje, enquanto estamos aqui, 1,2 milhões de crianças estão a ser privadas de educação. As suas escolas públicas tornaram-se inacessíveis, foram danificadas pela guerra ou estão a ser utilizadas como abrigos. A última coisa de que este país precisa, para além de tudo o que já passou, é do risco de uma geração perdida", sublinhou o responsável do UNICEF.
"É preocupante saber que temos centenas de milhares de crianças libanesas, sírias e palestinianas que correm o risco de perder a sua aprendizagem", disse Chaiban.
Mais de 2.300 pessoas no Líbano foram mortas em ataques israelitas, quase 75% destas no último mês, segundo o Ministério da Saúde libanês. Nas últimas três semanas, mais de 100 crianças foram mortas e mais de 800 ficaram feridas, disse Chaiban.
O alto funcionário do UNICEF sublinhou que as crianças deslocadas estão amontoadas em abrigos sobrelotados, onde três ou quatro famílias podem viver numa sala de aula separada por uma lona de plástico e onde 1.000 pessoas podem partilhar 12 casas de banho. Muitas famílias deslocadas montaram tendas ao longo das estradas ou em praias públicas.
Embora algumas escolas privadas libanesas ainda estejam em funcionamento, o sistema escolar público foi gravemente afetado pela guerra, juntamente com as pessoas mais vulneráveis do país, como os refugiados palestinianos e sírios.
A escalada da violência deixou fora de serviço mais de 100 unidades de cuidados de saúde primários e 12 hospitais já não funcionam ou estão a atender de forma parcial.
Nas últimas três semanas, 26 estações que fornecem água a quase 350 mil pessoas foram danificadas. O UNICEF está a trabalhar com as autoridades locais para as reparar, segundo Chaiban.
"O que devemos fazer é garantir que isto acabe, que esta loucura acabe, que haja um cessar-fogo antes de chegarmos ao tipo de destruição, dor, sofrimento e morte que vimos em Gaza", disse Chaiban.
Com tantas necessidades, disse, o apelo de resposta de emergência de 108 milhões de dólares para o Líbano só foi financiado em 8% três semanas após o início da escalada.
Chaiban pediu que a infraestrutura civil fosse protegida e apelou a um cessar-fogo no Líbano e em Gaza, dizendo que é necessário haver vontade política e uma compreensão que o conflito não pode ser resolvido através de meios militares.
Após um ano de trocas de tiros na fronteira, Israel intensificou a sua campanha contra o grupo xiita Hezbollah no Líbano nas últimas semanas, incluindo operações terrestres.
Os combates no Líbano expulsaram 1,2 milhões de pessoas das suas casas, a maioria das quais fugiu para Beirute e outras partes do norte nas últimas três semanas desde a escalada da violência.
Foto: EPA
Muitos países expressaram grandes preocupações com a situação dos capacetes azuis na UNIFIL no país. Mas Israel voltou a ordenar o recuo das forças de paz da ONU.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês apelou esta terça-feira ao recurso da diplomacia para evitar nova escalada do conflito no Médio Oriente, em telefonemas com os homólogos iraniano e israelita, numa altura em que a China tenta reduzir tensões.
Numa conversa telefónica com o seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, Wang Yi sublinhou o dever da China de acalmar as tensões e promover o diálogo, de acordo com um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.
"A China sempre defendeu a resolução dos conflitos através do diálogo e da consulta", apontou o ministro, sublinhando ainda que Pequim continuará a reforçar a comunicação entre as partes envolvidas para construir um consenso internacional mais alargado.
"Opomo-nos à exacerbação das tensões e à expansão dos conflitos", acrescentou.
Araghchi manifestou a preocupação do Irão com o risco de nova escalada e sublinhou o valor da influência da China nos assuntos internacionais, salientando a disponibilidade de Teerão para trabalhar com Pequim na procura de soluções diplomáticas.
"O Irão não quer assistir a uma nova expansão do conflito", afirmou, exortando Israel a ser cauteloso.
O ministro iraniano sublinhou igualmente a importância de uma coordenação estreita com a China, o seu principal parceiro comercial e aliado estratégico, para resolver a situação, enquanto aguarda a resposta de Israel ao ataque iraniano com 180 mísseis balísticos contra o Estado hebreu, em 01 de outubro.
Numa outra chamada telefónica com o seu homólogo israelita, Israel Katz, Wang sublinhou que "os desastres humanitários em Gaza não devem continuar" e que "combater a violência com violência não responde verdadeiramente às preocupações legítimas de todas as partes".
Pequim tem reiterado em várias ocasiões o apoio à "solução dos dois Estados", manifestando a sua "consternação" perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e mantém um papel cada vez mais ativo como mediador nos conflitos do Médio Oriente, que surge em paralelo com os seus crescentes interesses económicos e energéticos enquanto maior importador mundial de petróleo.
Foto: Florion Goga - Reuters
O primeiro-ministro de Israel diz que só vão que ser atacadas forças militares iranianas.
A sociedade civil libanesa tenta mitigar as dificuldades dos deslocados que fogem da guerra.
Foto: Amr Abdallah Dalsh - Reuters
Israel está ainda a lidar com o ataque do Hezbollah a uma base militar. O enviado-especial da RTP a Israel, Paulo Jerónimo, foi ao local.
Foto: Mohammed Saber - EPA
Novos ataques de Israel fizeram dezenas de mortos na Faixa de Gaza. As forças israelitas estão a intensificar os bombardeamentos sobretudo no norte do enclave e pediram aos civis para saírem dali.
Benjamin Netanyhu convocou o gabinete de guerra para fechar o plano de retaliação ao Irão. O primeiro-ministro israelita prometeu um ataque "rigoroso, surpreendente e preciso".
A União Europeia chegou a acordo para reforçar as sanções contra o Irão. No final do Conselho de Negócios Estrangeiros, Josep Borrell insistiu num cessar-fogo em Gaza e admite que está preocupado com uma eventual escalada no conflito do Médio Oriente e na Ucrânia.
O Hezbollah voltou a disparar, esta segunda-feira, rockets contra Israel, um dia depois de ter atingido uma base militar israelita.
Foto: Rungroj Yongrit - EPA
António Guterres volta a sublinhar que o ataque a qualquer força de manutenção de paz pode ser considerado crime de guerra.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados alertou hoje para a situação humanitária que se vive no Médio Oriente. Filippo Grandi pede maior apoio internacional.