Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito ao minuto

por Inês Moreira Santos - RTP

Este fim de semana, Israel atacou pela primeira vez o norte do Líbano. E ainda está por confirmar a morte do apontado sucessor de Nasralah, num ataque a Beirute. Várias explosões voltaram a agitar, esta madrugada, a capital libanesa. Pelo menos cinco bombardeamentos atingiram a cidade. Já esta manhã, as agências internacionais noticiaram outra forte explosão em Beirute. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.



Ugur Can - EPA

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por RTP

Líbano adia início do ano escolar para novembro devido a conflito com Israel

O ministro libanês da Educação anunciou, este domingo, que 1,25 milhões de crianças, desde o infantário ao liceu, vão iniciar o novo ano escolar apenas no dia 4 de novembro, devido à guerra entre Israel e o Hezbollah.

"O Ministério não quer e não pode assumir a responsabilidade pelo perigo que ameaça" os alunos e os professores, "razão pela qual o novo ano letivo terá início em 04 de novembro" e não em outubro, declarou Abbas al-Halabi, numa conferência de imprensa.
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por Nuno Carvalho - Antena 1

Exército israelita atacou uma mesquita e uma escola na Faixa de Gaza

Quase um ano depois do massacre do Hamas em Israel, o exército israelita atacou uma mesquita e uma escola na Faixa de Gaza. Pelo menos 24 pessoas morreram e 93 ficaram feridas.

Na segunda-feira faz um ano que o Hamas matou 1.200 pessoas no sul de Israel
e fez 250 reféns, segundo úmeros das autoridades israelitas.

Mas as investidas israelitas em Gaza já fizeram cerca de 42 mil mortes e levaram à deslocação da quase totalidade da população do enclave - mais de dois milhões de pessoas, de acordo com números do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

A Defesa de Israel diz que o exército está em alerta máximo. As autoridades de Telavive temem um possível novo ataque na segunda-feira.

E no sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas nas principais cidades do mundo a exigir o fim do derramamento de sangue em Gaza e no Médio Oriente. Cerca de 40 mil pessoas marcharam pelo centro de Londres. Milhares reuniram-se em Paris, Roma, Manila, Cidade do Cabo e Nova Iorque. Também se realizaram manifestações perto da Casa Branca, em Washington, em protesto contra o apoio dos Estados Unidos a Israel.
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por RTP

Número de mortos na guerra em Gaza sobe para 41.870

Pelo menos 41.870 palestinianos foram mortos pela ofensiva militar de Israel em Gaza desde 7 de outubro, de acordo com os últimos números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza.
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Momento-Chave
por RTP

Israel diz que intercetou mísseis lançados do Líbano

Israel diz que intercetou com sucesso dois mísseis lançados do território libanês. Sirenes foram ouvidas entre Haifa e Hadera ao longo da costa.
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Momento-Chave
por RTP

Força aérea israelita confirma bombardeamentos em Beirute

A força aérea israelita publicou, entretanto, uma declaração sobre os ataques aéreos em Beirute, que parecem ter acabado por hoje.

"Durante a noite, caças da Força Aérea sob a orientação precisa da Divisão de Inteligência, realizaram uma série de ataques direcionados a Beirute contra vários depósitos de munições e outras infraestruturas terroristas na área", começa por se ler no comunicado.

Antes dos ataques, garantem as autoridades israelita, foram todas "muitas medidas" para reduzir o risco "de ferir civis não envolvidos, incluindo avisos antecipados à população na área".

"A organização terrorista Hezbollah coloca as suas armas e locais de produção em prédios residenciais no coração de Beirute e coloca a população da região em risco. A IDF continuará a atacar poderosamente, a danificar e a degradar as capacidades militares e a infraestrutura do Hezbollah no Líbano", conclui a nota cita no Guardian.
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por RTP

Milhares de pessoas protestam contra o conflito em todo o mundo

Quase a completar um ano desde que começou o conflito no Médio Oriente, com o ataque do Hamas em Israel, várias cidades em todo o mundo são, este domingo, palco de novos protestos, principalmente em solidariedade pelos povos palestiniano e libanês.
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Momento-Chave
por RTP

Ataque israelita a mesquita em Gaza fez mais de 20 mortos

A agência de defesa civil de Gaza afirmou que um ataque israelita a uma mesquita que tinha sido transformada num abrigo, no centro de Deir al-Balah, matou 21 pessoas.

"O número de mortos subiu para 21 e um grande número de feridos como resultado do bombardeamento da ocupação de uma mesquita que abrigava pessoas deslocadas em frente ao portão do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza central", disse o porta-voz da agência Mahmud Bassal.

Os militares israelitas confirmaram que atacaram a mesquita, alegando que o Hamas a estava a usar o edifício como centro de comando e controlo.
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Momento-Chave
por RTP

Primeiro-ministro libanês pede cessar-fogo após mais uma noite de bombardeamentos

O primeiro-ministro libanês apelou este domingo para que o mundo "pressione Israel" a "comprometer-se com um cessar-fogo", após uma noite de intensos bombardeamentos israelitas nos subúrbios do sul de Beirute, um reduto do Hezbollah.

Um novo ataque israelita teve como alvo os subúrbios do sul de Beirute hoje de manhã, algumas horas depois de ataques noturnos extremamente violentos contra este bastião do Hezbollah, informou a agência noticiosa oficial libanesa ANI.

Na sua declaração, Najib Mikati elogiou também o Presidente francês, Emmanuel Macron, por "mais uma vez apoiar o Líbano" ao mencionar uma próxima cimeira internacional, reiterando o "apoio ao apelo da França e dos Estados Unidos" para uma trégua.
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por Lusa

Manifestações pró-Palestina prosseguem e com sinais de radicalismo

As manifestações pró-Palestina prosseguem um pouco por todo o mundo há um ano, inclusivamente com sinais de radicalismo e até de antissemitismo que causaram alarme nalguns países.

Na véspera do 1º aniversário do ataque do movimento armado islamita Hamas contra Israel, e da resposta deste país com uma invasão em Gaza que causou um desastre humanitário, que incendiou a opinião pública internacional, eis a trajetória dos protestos pró-Palestina em vários países europeus e nos Estados Unidos:

++ Alemanha ++

As manifestações de apoio à Palestina têm sido uma constante na Alemanha, principalmente em Berlim, desde 07 de outubro de 2023, nas ruas, em atos públicos, e até nas faculdades, estando a tornar-se mais radicais.

Na página da rede social Instagram do "Palästina Spricht", um movimento na Alemanha que se define como "político, feminista, democrático e antirracista", contam-se quase 60 mil seguidores. Na agenda do mês de outubro há diferentes ações praticamente todos os dias só em Berlim, entre elas várias manifestações.

Ramsis Kilani, um porta-voz deste grupo e apoiante da rede trotskista Marx21, descreveu os atos do Hamas a 07 de outubro do ano passado como "resistência palestiniana" e "uma das maiores campanhas de desinformação da história moderna".

As autoridades alemãs reprimem frequentemente as manifestações, invocando slogans antissemitas, incidentes violentos e tensões crescentes.

No entanto, os críticos argumentam que o governo e o sistema jurídico alemães podem ser demasiado sensíveis a esta questão, em grande parte devido à sua história na Segunda Guerra Mundial e aos seus esforços para defender Israel no rescaldo do Holocausto.

A Associação Alemã de jornalistas admite que o país está a assistir a uma "radicalização crescente da cena pró-Palestina", aconselhando estes profissionais a "nunca irem sozinhos a eventos palestinianos". Iman Sefati, repórter do Bild, assumiu ao "Jüdische Allgemeine" ter sido ameaçado com uma faca à porta de casa. O diretor do Tagesspiegel, Sebastian Leber, confessa ter recebido ameaças de morte por ter criticado os protestos.

Alguns políticos alemães também já foram alvo de ataques, como o vereador da cultura de Berlim, Joe Chialo, ou o gabinete do deputado do SPD, Lars Düsterhöft, em Berlim-Oberschöneweide, onde foi escrita a frase "condenamos a Alemanha pelo genocídio".

A Associação Federal de Centros de Investigação e Informação sobre Antissemitismo (RIAS) documentou 4.782 incidentes antissemitas na Alemanha em 2023. De acordo com a ZDF, isto representa um aumento de 80% em relação ao ano anterior. Segundo o órgão de comunicação alemão, mais de metade dos incidentes ocorreram depois de 07 de outubro.

As manifestações, mais ou menos numerosas, são quase uma constante na capital alemã e já há até quem as normalize. Esta semana a polícia disse estar a investigar cinco homens, em Berlim, suspeitos de crimes "por alegadas atividades pró-palestinianas".

As autoridades têm procurado reprimir os protestos que, revelam, incluem comentários e slogans antissemitas, e por vezes atos violentos. No entanto, os críticos acusam a polícia alemã de reprimir a liberdade de expressão revelando vídeos nas redes sociais.

++ Espanha ++

Os protestos contra "o genocídio em Gaza" têm sido mobilizados em Espanha pela Rede Solidária contra a Ocupação da Palestina (RESOP), uma plataforma que junta mais de 50 organizações espanholas, desde associações a sindicatos, e que em 20 de janeiro chegou a levar às ruas meio milhão de pessoas em 115 cidades do país, segundo os organizadores dos protestos.

As manifestações em Madrid e outras cidades têm tido como palavra de ordem "Israel assassina, a Europa patrocina" e têm tido também como alvo o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, apesar de ser considerado um dos líderes europeus mais contundentes nas críticas a Israel no último ano e de ter liderado um grupo de países da Europa que reconheceu formalmente a Palestina como Estado em maio passado.

Os milhares de pessoas que têm saído à rua em Espanha consideram que a postura de Sánchez não é suficiente e pedem que Espanha acabe com qualquer relação (diplomática, comercial, desportiva) com Israel e que ponha fim "à compra e venda de armas e de tecnologia militar e de segurança" a Telavive.

As manifestações com milhares de pessoas foram recorrentes até maio passado, a que se juntaram os acampamentos de estudantes em universidades no mesmo mês.

++ Estados Unidos ++

Nos Estados Unidos, o auge dos protestos foi atingido entre abril e maio deste ano, com acampamentos em universidades de todo o país que levaram a uma forte repressão policial e à detenção de milhares de estudantes, que foram acusados de "antissemitismo" por várias autoridades.

Os alunos, que se autodominaram como "anti-sionistas", exigiam que as suas universidades cortassem os investimentos em empresas ligadas ao fabrico de armas para Israel ou companhias que lucrassem de alguma forma com o conflito em Gaza, mas essas exigências ficaram em grande parte por cumprir.

Desde então, os protestos em grande escala têm diminuído, apesar de continuarem a ser convocados em momentos-chave, como em agosto, durante a Convenção Nacional Democrata, em Chicago, quando milhares de manifestantes exigiram que o Governo de Joe Biden e Kamala Harris cortasse no apoio militar a Israel; ou na semana passada, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, quando manifestantes pró-Palestina se reuniram em frente ao hotel onde o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estava hospedado.

Nova Iorque, que concentra a maior comunidade judaica do mundo fora de Israel, tem sido palco de protestos desde o início da guerra entre Telavive e o Hamas, com grupos como o `Jewish Voice for Peace` a juntarem-se aos apelos por um cessar-fogo em Gaza e no Líbano.

O descontentamento de parte do eleitorado norte-americano face ao apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel ameaça ter repercussão nas eleições presidenciais de 05 de novembro, com milhares de ativistas a garantirem que não irão votar na vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, por causa do seu contínuo apoio a Telavive, direcionando o seu voto para candidatos independentes.

Essa insatisfação é visível desde as eleições primárias, no início do ano, quando milhares de democratas decidiram votar em branco, em protesto pela forma como o atual Governo tem apoiado Israel.

 

++ França ++

A França tem visto um declínio nos protestos pró-Palestina, após os bloqueios de universidades e escolas secundárias entre abril e maio por estudantes que pretendiam uma reação política e académica às operações militares israelitas contra Gaza, que qualificavam de "genocídio".

O movimento, inspirado nos protestos que agitaram as universidades nos Estados Unidos, atingiu a Universidade de Sorbonne e o Instituto de Estudos Políticos, Sciences Po, onde os campus universitários foram tomados pelos alunos através de acampamentos com tendas em Paris, Reims (nordeste) e Estrasburgo (leste).

Apesar de as manifestações pró-Palestina serem menos frequentes, o lema "Palestina livre" está presente em todas as manifestações realizadas na capital francesa pelos partidos de esquerda e esquerda radical (França Insubmissa -- LFI e Partido Comunista Francês) - com bandeiras, palavras de ordem, tendas e panfletos que tentam alertar para a situação em Gaza.

Numa das mais recentes mobilizações francesas, entre 07 e 08 de setembro, um ativista pró-palestiniano e fundador da publicação Islam et Info, Elias d`Imzalène, foi colocado sob custódia policial para ser julgado por incitamento público ao ódio em Paris, após um apelo para uma `intifada` ("revolta", em árabe) em França.

 

++ Itália ++

Em Itália, observa-se um aumento da tensão à medida que se aproxima o aniversário do 07 de outubro, que coincide com a escalada do conflito e a sua extensão ao Líbano, tendo já diversos responsáveis da comunidade judaica em Itália alertado para o risco crescente de atos antissemitas violentos.

Os receios aumentaram depois de, no último fim de semana de setembro, algumas centenas de ativistas se terem manifestado em Roma e em Milão, com os manifestantes nesta segunda cidade a observarem um minuto de silêncio em memória do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morto nesse dia num ataque israelita no Líbano, e a empunharem cartazes com imagens de alguns famosos judeus italianos, entre os quais a senadora vitalícia Lilian Segre, sobrevivente do holocausto, acusados de serem "agentes sionistas".

"Todos os limites foram ultrapassados e o que aconteceu mostra o que podem vir a ser as marchas não autorizadas por ocasião do aniversário do 07 de outubro", reagiu a comunidade judaica de Roma, enquanto o líder da comunidade judaica de Milão, Walker Meghnagi, advertiu que se está "a um passo da caça aos judeus e de atos de violência aberta contra instituições judaicas religiosas e não religiosas e seus representantes".

Em Roma, a segurança em torno do bairro judeu e de outros locais judaicos foi reforçada, por receio de perturbações à ordem pública e potencial glorificação do massacre cometido pelo Hamas a 07 de outubro do ano passado. A decisão foi saudada pelo ministro do Interior e criticada por ativistas pela Palestina, com alguns grupos a ameaçarem desobedecer e sair às ruas.

No sábado, a polícia italiana lançou gás lacrimogéneo, usou canhões de água e bastões para dispersar manifestantes violentos, muitos com o rosto coberto, numa marcha pró-Palestina em Roma, que tinha começado de forma pacífica. O protesto reuniu cerca de 7.000 pessoas numa praça da capital italiana, sem desfile pelas ruas da capital, dado que as autoridades tinham blindado a zona com um forte dispositivo policial.

A merecer provavelmente ainda mais atenção das autoridades do que a efeméride do 07 de outubro estará o jogo de futebol entre Itália e Israel, para a Liga das Nações, agendado para 14 de outubro em Udine. As autoridades da cidade rejeitaram ser patrocinadoras da partida e autorizaram uma manifestação pró-Palestina a decorrer naquela cidade três horas antes do jogo.

++ Reino Unido ++

Os protestos de organizações britânicas como a Campanha de Solidariedade pela Palestina mobilizam regularmente milhares de pessoas pelo menos um sábado por mês, que têm sido essencialmente pacíficos e ecléticos, juntando ativistas políticos de esquerda, sindicatos, judeus e cidadãos comuns defensores de um cessar fogo e paz na região.

Mas os protestos também atraíram críticas devido a alguns cânticos considerados antissemitas e por alguns participantes mostrarem apoio ao movimento islamita Hamas, considerado uma organização terrorista no Reino Unido, o que resultou na detenção de dezenas de pessoas.

A polícia, sobrecarregada com a necessidade de manter a segurança destes eventos e de contra-protestos da extrema-direita, foi criticada igualmente por alegado "favoritismo" por autorizar as manifestações pró-Palestina de políticos pró-israel, incluindo a antiga ministra do Interior Suella Braverman.

 

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por RTP

Venda de armas a Israel. Netanyahu critica proposta de Macron

O primeiro-ministro de Israel criticou as declarações de Emmanuel Macron sobre a suspensão do fornecimento de armas a Telavive. Benjamin Netanyahu considera que são "uma vergonha".

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por RTP

Macron pede suspensão de fornecimento de armas a Israel

O presidente de França pediu, no sábado, que seja interrompido o envio de armas para o Médio Oriente. Alega que só assim se pode falar num cessar-fogo e manifesta-se solidário com o povo Libanês.

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Momento-Chave
por Lusa

Guerra no Médio Oriente. Doze momentos-chave de um ano de conflito em Gaza

Mahmoud Issa - Reuters

O conflito na Faixa de Gaza, desencadeado após o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em Israel, há um ano, gerou ondas de choque na região, em particular o Líbano, também sob ofensiva israelita.

Eis alguns momentos-chave de um conflito sem fim à vista:

++ Ataque do Hamas ++

Na madrugada do dia 07 de outubro de 2023, cerca de um milhar de combatentes do Hamas infiltraram-se em Israel e realizaram massacres em cidades fronteiriças e num festival de música.

O ataque causou a morte de 1.139 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo números oficiais israelitas. O Hamas fez 251 reféns, que foram levados para a Faixa de Gaza, onde 97 continuam detidos, 33 dos quais mortos, segundo o exército.

Benjamin Netanyahu prometeu aniquilar o Hamas, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.

++ "Guerra ao Hamas" ++

Horas depois do início do ataque do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e quando ainda era desconhecida a extensão dos danos, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel estava "em guerra" com o Hamas.

"Cidadãos de Israel, estamos em guerra. Não numa operação, não são rondas de combates, é uma guerra. Estamos em guerra e vamos vencê-la", disse, num vídeo difundido nas suas redes sociais.

No mesmo dia, Israel iniciou ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, que causaram cerca de 230 mortos, enquanto as milícias palestinianas lançaram mais de 3.000 foguetes.

Centenas de membros das milícias de Gaza e as forças israelitas prosseguiram lutas em mais de 20 pontos do território de Israel.

++ Ofensiva terrestre ++

O exército israelita anunciou uma ampliação das operações terrestres na Faixa de Gaza em 27 de outubro, em paralelo com o bombardeamento do enclave. Em resposta, o Hamas apelou, através de um comunicado, a uma "ação imediata", a nível internacional, para acabar com os ataques israelitas em Gaza.

Netanyahu alertou que a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza seria "longa e difícil", mas proclamou que o exército "destruirá o inimigo na terra e no subsolo".

++ Trégua de sete dias ++

Em 24 de novembro, teve início uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas. O acordo permitiu a libertação de 80 reféns israelitas ou com dupla nacionalidade, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Foram igualmente libertados 25 estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade, principalmente trabalhadores agrícolas tailandeses.

As tréguas permitiram a entrada, a partir do Egito, de mais comboios de ajuda humanitária, embora ainda insuficiente, segundo a ONU.

As hostilidades recomeçaram em 01 de dezembro, e, quatro dias depois, o exército israelita enviou tanques para o sul da Faixa de Gaza, em 4 de dezembro, onde intensificou os ataques aéreos e os combates terrestres.

++ Decisões judiciais internacionais ++

No dia 26 de janeiro, o Tribunal Internacional de Justiça, a mais alta instância judicial das Nações Unidas, decidiu impor medidas provisórias a Israel no âmbito da convenção do genocídio, na sequência de um pedido da África do Sul, a que se associaram outros países: Nicarágua, Bélgica, Colômbia, Turquia, Líbia, Egito, Maldivas, México, Irlanda, Chile, Palestina e Espanha.

O procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, pediu a 20 de maio mandados de detenção para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o então líder político do Hamas, Ismail Haniyeh (entretanto morto).

Também o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, o comandante das Brigadas Al-Qassam, Mohammed Al-Masri, e o chefe do gabinete político do Hamas, tiveram mandados de detenção emitidos por suspeita de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

++ As dificuldades de entrega e distribuição de ajuda ++

Em 29 de fevereiro, 120 pessoas foram mortas por fogo israelita, segundo o Hamas, durante uma distribuição de ajuda humanitária na cidade de Gaza. Israel afirmou que o comboio tinha sido invadido por uma multidão esfomeada e que os soldados tinham "disparado com precisão sobre vários suspeitos".

Sete funcionários da organização não-governamental norte-americana World Central Kitchen foram mortos a 01 de abril num ataque em Gaza, tendo o exército israelita admitido "um erro grave".

Apesar de a quase totalidade da população de Gaza (cerca de 2,2 milhões de pessoas) depender de ajuda humanitária, a ONU, a Cruz Vermelha e outras organizações internacionais têm reclamado que Israel dificulta a entrada de camiões com alimentos e medicamentos. Em maio, as Nações Unidas indicavam que a passagem de camiões tinha caído 67% - antes da ofensiva, entravam no enclave cerca de 500 camiões por dia.

++ Tensões na região ++

Os receios de um alargamento regional aumentaram a 13 de abril, quando o Irão lançou um ataque sem precedentes com `drones` e mísseis contra o território israelita, em represália por um ataque contra o consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, atribuído a Israel.

Pelo menos 14 pessoas foram mortas neste ataque na capital síria, incluindo "dois veteranos comandantes de guerra e conselheiros militares de alto nível na Síria".

Em 19 de abril, foram ouvidas explosões no centro do Irão. Teerão minimizou a notícia sem acusar diretamente Israel, que não reivindicou a responsabilidade.

++ Operações no Sul ++

A partir de 07 de maio, o exército israelita levou a cabo o que descreveu como incursões "direcionadas" na zona leste de Rafah, após semanas de expectativa e inúmeros apelos da comunidade internacional contra essa operação. Israel assumiu então o controlo do posto fronteiriço com o Egito, vedando uma passagem crucial para a ajuda humanitária.

Na noite de 26 para 27 de maio, um ataque israelita provocou um incêndio num campo de deslocados em Rafah, que causou a morte de pelo menos 45 pessoas, segundo as autoridades de Gaza. O exército declarou ter atingido dois oficiais do Hamas.

Em julho, o exército israelita atacou cinco escolas que albergavam pessoas deslocadas durante um período de oito dias, matando várias dezenas de pessoas, segundo fontes em Gaza, incluindo o Hamas. Outras operações em 22 de julho mataram 70 pessoas, segundo o Hamas.

++ Conflitos com aliados do Hamas ++

Desde o início do conflito em Gaza, os rebeldes Huthis do Iémen lançaram quase cem ataques com `drones` e mísseis contra navios no mar Vermelho e no Golfo de Aden, perturbando o comércio marítimo global nesta área estratégica. Aliados do Irão, os rebeldes dizem estar a agir em solidariedade com os palestinianos.

Em 19 de julho, reivindicaram a responsabilidade por um ataque com `drones` a Telavive, que matou uma pessoa. No dia seguinte, Israel bombardeou o porto estratégico de Hodeida, no Iémen, provocando um incêndio e matando seis pessoas, segundo os rebeldes.

Por outro lado, na fronteira israelo-libanesa, as trocas de tiros entre o exército israelita e o movimento islamita libanês pró-iraniano Hezbollah foram quase diárias desde outubro e intensificaram-se em julho.

Em 27 de julho, um ataque com `rockets` matou 12 jovens em Majdal Shams, uma cidade drusa nos Montes Golã sírios, em grande parte anexados por Israel. Acusado por Israel, o Hezbollah negou a responsabilidade.

No dia 30, um ataque de retaliação israelita matou o chefe militar do Hezbollah libanês, Fouad Chokr, perto de Beirute.

++ Morte do líder do Hamas ++

Em 31 de julho, o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em Teerão. O ataque foi atribuído a Israel, que não comentou.

Uma semana depois, o chefe do Hamas em Gaza e mentor dos ataques de 07 de outubro, Yahya Sinwar, foi designado como novo líder político do movimento islamita palestiniano.

++ Reconhecimento da Palestina ++

Em 28 de maio, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente o Estado da Palestina, com o objetivo, sustentaram, de avançar para a paz no Médio Oriente. A Eslovénia também reconheceu a Palestina, em 04 de junho.

A Palestina é reconhecida como um país -- neste caso, como um Estado soberano -- por 144 dos 193 países-membros da Organização das Nações Unidas, ou seja, quase três quartos dos Estados. O Governo português tem afirmado que esta é uma matéria em permanente avaliação.

A Palestina é um Estado observador não-membro da Assembleia Geral das Nações Unidas desde 2012, mas em 09 de maio, este órgão aprovou por ampla maioria uma resolução que garante novos "direitos e privilégios" à Palestina e pede ao Conselho de Segurança que reconsidere o pedido para adesão plena, como 194.º Estado-membro da ONU. Portugal votou a favor desta proposta.

 

++ Escalada no Líbano e resposta do Irão ++

Após 11 meses de trocas diárias de disparos entre tropas israelitas e o Hezbollah na fronteira israelo-libanesa, o conflito escalou, com Israel a atingir o grupo apoiado pelo Irão com uma série de ataques devastadores que desferiram um rude golpe na sua estrutura militar e expuseram falhas profundas dos serviços secretos.

Entre 17 e 18 de setembro, explosivos escondidos nos `pagers` e `walkie-talkies` do grupo mataram dezenas de pessoas e feriram milhares no Líbano, muitos dos quais membros do Hezbollah.

Israel iniciou depois uma campanha de ataques, principalmente no sul e leste do Líbano, sobre áreas residenciais onde o grupo tem uma forte presença, matando centenas e deslocando dezenas de milhares de pessoas.

Em 28 de setembro, Israel anunciou a morte de Hassan Nasrallah, que liderou o Hezbollah durante 32 anos, e que foi sucedido, de forma interina, pelo vice-líder, Naim Kassem.

Após dias de expectativa sobre qual seria a reação do Irão, Teerão lançou, na noite de 01 de outubro, cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelo assassínio do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.

As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos e Washington garantiu que vai colaborar com Telavive na resposta a Teerão, que, por seu lado, promete retaliar se for alvo de um ataque, aumentando assim os receios de uma propagação do conflito.

 

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por Lusa

Guerra no Médio Oriente. Homem tenta incendiar-se em Washington durante manifestação

Um homem, que se apresentou como jornalista, tentou incendiar-se em Washington, durante um protesto contra o apoio dos Estados Unidos a Israel e contra a guerra na Faixa de Gaza.

Quase duas horas depois do início da manifestação na capital norte-americana, no sábado, um homem ateou fogo ao braço esquerdo antes de transeuntes e a polícia conseguirem extinguir as chamas usando água e `keffiyehs`, lenços tradicionais palestinianos.

"Sou jornalista", disse o homem, citado pela agência de notícias France-Presse, denunciando a desinformação em torno do conflito. A polícia disse que os "ferimentos não eram fatais".

Cerca de três mil pessoas manifestaram-se em frente à Casa Branca, a presidência dos Estados Unidos, para exigir o fim da guerra na Faixa de Gaza e do apoio norte-americano a Israel, que afirmam tornar o país cúmplice de um genocídio.

A marcha em Washington foi uma das muitas que se realizaram no sábado ou que estão previstas para hoje e segunda-feira em todos os Estados Unidos e em centenas de cidades do mundo, a propósito do primeiro aniversário do ataque do Hamas contra Israel.

As hostilidades na região do Médio Oriente eclodiram depois de o movimento islamita palestiniano Hamas ter atacado Israel, a 07 de outubro de 2023, causando cerca de 1.200 mortos e mais de 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em Nova Iorque, milhares de pessoas marcharam também em solidariedade com os palestinianos no famoso bairro de Times Square, algumas transportando fotografias de pessoas mortas pela ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza.

O ministério da Saúde do Governo do Hamas, no poder na Faixa de Gaza, anunciou no sábado um novo balanço de quase 42 mil mortos no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, há quase um ano.

A polícia de investigação dos Estados Unidos, o FBI, alertou na sexta-feira para a possibilidade de atos "contra a segurança pública" no país e pediu à população que preste atenção "à sua volta a toda a hora e comunique atividades suspeitas às autoridades".

Também no sábado, manifestantes e ativistas juntaram-se na capital do México e pediram ao Governo liderado pela nova Presidente Claudia Sheinbaum que rompa as relações diplomáticas, económicas e políticas com Israel.

A marcha, que decorreu no centro da Cidade do México, foi de solidariedade e apoio à Palestina, mas também ao Líbano, à Síria, ao Iémen, ao Irão "e aos países vítimas do neocolonialismo imperialista, criminoso e genocida pelos Estados Unidos, Israel, Inglaterra e governos da Europa", observaram os organizadores.

Até ao momento Sheinaum não se pronunciou sobre o conflito, mas o antigo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, defendeu em diversas ocasiões a manutenção de uma posição neutra.

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Momento-Chave
por RTP

Guterres pede fim do "derramamento de sangue" em Gaza e no Líbano

O secretário-geral das Nações Unidas apelou ao fim da "violência chocante" e do "derramamento de sangue" na Faixa de Gaza e no Líbano, dois dias antes do primeiro aniversário do ataque que desencadeou o conflito.

"Este dia é uma oportunidade para a comunidade internacional condenar mais uma vez em voz alta os atos abomináveis do Hamas, incluindo a tomada de reféns", disse António Guterres, num comunicado, exigindo a "libertação imediata e incondicional" dos reféns, ao mesmo tempo que apelou ao Hamas que "permitisse que o Comité Internacional da Cruz Vermelha visitasse estes reféns".

"Desde 7 de outubro, foi desencadeada uma onda de violência chocante e derramamento de sangue", disse Guterres. "É tempo de libertar os reféns (...) É tempo de silenciar as armas. É tempo de acabar com o sofrimento que tomou conta da região", acrescentou.

Esta guerra, continuou o secretário-geral da ONU, "ainda está a destruir vidas e a infligir profundo sofrimento humano aos palestinianos em Gaza e, hoje, ao povo libanês".



Guterres, declarado 'persona non grata' pelo Governo israelita, reiterou o compromisso da ONU em alcançar "uma solução duradoura para o conflito em que Israel, a Palestina e todos os outros países da região possam finalmente viver em paz, dignidade e respeito mútuo".
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por RTP

Pelo menos 33 mortos em ataques israelitas em Gaza

Pelo menos 33 pessoas morreram devido aos bombardeamentos levados a cabo pelo Exército de Israel esta madrugada na Faixa de Gaza, disse uma agência de notícias palestiniana. As autoridades médicas palestinianas disseram à Wafa que pelo menos 18 pessoas foram mortas, incluindo várias crianças, e dezenas ficaram feridas num bombardeamento israelita contra uma mesquita que albergava deslocados em Deir al-Balah, uma zona central da Faixa de Gaza.
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