A máquina de guerra israelita voltou a atacar Beirute na última madrugada. Em simultâneo, prosseguiu a incursão terrestre no sul do Líbano. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
A máquina de guerra israelita voltou a atacar Beirute na última madrugada. Em simultâneo, prosseguiu a incursão terrestre no sul do Líbano. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
Wael Hamzeh - EPA
A presidente da Comissão Europeia condenou veementemente o ataque de mísseis balísticos do Irão contra Israel na noite passada. Para Ursula von der Leyen trata-se de uma "ameaça à estabilidade regional", que "agrava uma situação já volátil".
"Condeno veementemente o ataque de mísseis balísticos lançado ontem pelo Irão contra Israel. Estas ações ameaçam a estabilidade regional e agravam as tensões numa situação já de si extremamente volátil", disse Ursula von der Leyen, numa declaração divulgada pelo executivo comunitário à imprensa em Bruxelas.
"Apelo a todas as partes para que protejam a vida de civis inocentes. A União Europeia continua a apelar a um cessar-fogo na fronteira com o Líbano e em Gaza, bem como à libertação de todos os reféns detidos há quase um ano", adiantou a responsável alemã.
O Governo do Irão confirmou, entretanto, o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
Este foi o segundo ataque do Irão contra Israel desde abril.
C/Lusa
Thank you, FM @MihaiPopsoi.
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) October 2, 2024
The support and solidarity from leaders and nations around the world will never be forgotten. We know who our friends are.
The Ayatollah regime has crossed the red line – and the State of Israel will not remain silent in the face of Iran's brutal… https://t.co/8XsLdg5L18
Reuters
A crise no Médio Oriente foi um dos pontos fortes no debate da noite de terça-feira entre os dois candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos. JD Vance e Tim Walz estiveram frente-a-frente na estação televisiva CBS.
A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados defendeu hoje que Portugal é um dos poucos países onde estão reunidos "todos os elementos para uma mudança poderosa ou significativa do rumo da ação" de Israel na Palestina.
Em entrevista à agência Lusa por telefone, Francesca Albanese frisou a partir de Tunes, de onde partiu com destino a Portugal para uma série de palestras nos próximos dias sobre os conflitos no Médio Oriente, que as autoridades portuguesas podem sobretudo ajudar no reconhecimento internacional total de um Estado palestiniano, independentemente de Lisboa apenas defender a solução de dois países.
"Gostava que o problema [de Portugal] fosse apenas a falta de reconhecimento do Estado da Palestina. O problema é que isto não é uma coisa só de Portugal, que tem sido até bastante presente em comparação com outros países da Europa, os que têm tido uma posição de grande apoio em relação a Israel", sublinhou Albanese.
"O problema é que não teríamos chegado à situação catastrófica a que estamos a assistir hoje se não fosse a impunidade que foi concedida a Israel durante décadas. Muitos Estados violam o direito internacional. Israel não é o único. O que torna Israel único é o facto de ser um violador em série do direito internacional. Viola sistematicamente o direito internacional. E nada foi feito", acrescentou.
"Claro que o facto de não haver reconhecimento do Estado da Palestina é intrigante, (...) especialmente os Estados europeus que, durante anos, a única resposta que pareciam ter sobre tudo o que dizia respeito à Palestina era a solução de um Estado independente", acrescentou.
Afinal, prosseguiu a relatora da ONU, "tudo era um mantra, vazio de significado", em especial para os países que não reconhecem o direito palestiniano a tornar-se um Estado.
"Por isso, sim, estou ansiosa por perguntar também às autoridades portuguesas, do governo e do parlamento, com quem me vou encontrar, o que se passa com o reconhecimento do Estado da Palestina", acrescentou.
Sobre a vinda a Portugal, Albanese indicou ter sido convidada para dar algumas palestras em várias universidades de Lisboa e Coimbra para falar do trabalho que está a desenvolver, incidindo no mais recente relatório que apresentou na ONU, em que concluiu que Israel "cometeu atos de genocídio em Gaza, já em março deste ano".
"E estou muito feliz por ir a Portugal, porque me parece ser um dos poucos países onde estão reunidos todos os elementos para uma mudança poderosa ou significativa do rumo da ação na Palestina. E refiro-me ao governo, ao povo e a um sentido geral de compreensão do que é a injustiça. Esta é a minha perceção do exterior", referiu.
A responsável da ONU irá, durante a estada em Portugal, manter contactos oficiais com as autoridades portuguesas, cujo programa está ainda por definir.
Para já, sabe-se que, em Lisboa, no ISCTE, Francesca Albanese participará quarta-feira nas conferências de abertura conjuntas dos mestrados em Estudos Internacionais e em Ação Humanitária, ambos subordinados ao tema "Anatomia de Um Genocídio: Um Fracasso do Sistema Internacional?".
Quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, Albanese participará numa sessão voltada para a sociedade civil, intitulada "Palestina e o Direito Internacional: Entre a Esperança e o Abismo", organizada pelo Le Monde Diplomatique, cuja diretora em Portugal, Sandra Monteiro, será moderadora.
No último dia da visita, sexta-feira, Albanese estará presente numa conferência organizada pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).
Reuters
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deixa a garantia de que Teerão vai pagar caro pelo ataque com quase 200 mísseis contra o território israelita.
Pelo menos 32 pessoas, incluindo várias mulheres e crianças, morreram e dezenas ficaram feridas em ataques israelitas no sul de Gaza, na terça-feira à noite e hoje, segundo autoridades médicas palestinianas.
O Hospital Europeu de Khan Younis recebeu os corpos das vítimas após pesados ataques aéreos israelitas e operações terrestres na cidade.
Os militares israelitas ainda não comentaram a ofensiva.
Israel continua a atacar o que diz serem alvos militantes em Gaza quase um ano depois do ataque do Hamas, a 07 de outubro, ter desencadeado a guerra naquele país, mesmo quando as atenções se viraram para o Líbano, onde Israel está a combater o Hezbollah, e para o Irão, que lançou um ataque balístico.
Militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas a 07 de outubro e fizeram cerca de 250 reféns. Cerca de 100 ainda estão em cativeiro em Gaza, um terço dos quais se acredita estar morto.
A ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 41 mil palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais, arrasou vastas áreas em Gaza e desalojou a grande maioria dos seus 2,3 milhões de habitantes.
A polícia da Dinamarca disse hoje estar a investigar duas explosões esta madrugada no norte de Copenhaga, perto da embaixada de Israel na capital dinamarquesa, nas quais não houve vítimas.
"Esta noite ocorreram duas explosões perto da embaixada israelita. Lançámos uma extensa investigação e aumentámos a presença policial na zona", disse o vice-inspetor da polícia de Copenhaga, Jakob Hansen, em conferência de imprensa.
Numa mensagem anterior na rede social X (antigo Twitter), a polícia já tinha referido as explosões e que estava a ser investigada uma possível ligação à legação diplomática israelita.
"É claro que olhámos na direção da embaixada de Israel, que fica perto, mas é muito cedo para dizer se há uma ligação", disse Hansen.
A polícia recusou comentar se houve danos materiais, o tipo de explosivos utilizados ou a força da explosão, apenas que ocorreu "de madrugada".
As forças de segurança isolaram a área e reforçaram a presença em redor da legação diplomática.
A embaixada israelita está localizada no bairro de Hellerup, a norte da capital, numa zona onde outros países como a Roménia, a Tailândia, o Irão e a Turquia também têm as suas sedes diplomáticas.
A embaixada de Portugal situa-se no centro de Copenhaga.
Por outro lado, a polícia da Suécia está a investigar alegados tiros disparados contra a legação diplomática israelita em Estocolmo, numa altura em que a área foi isolada e recolhidas as imagens das câmaras de vigilância na área.
Os agentes encontraram uma arma de fogo nas proximidades da embaixada e foi lançada uma investigação preliminar, embora até ao momento ninguém tenha sido detido, de acordo com a televisão sueca SVT.
O Governo do Irão confirmou hoje o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira à noite que o Irão "cometeu um erro grave" ao atacar o seu país e que "pagará o preço".
Na sequência do ataque iraniano, Israel solicitou na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.
A União Europeia (UE) frisou na terça-feira que os ataques do Irão contra Israel constituem "uma séria ameaça" à segurança regional, alertando que a escalada corre o risco de ficar "fora de controlo", numa condenação acompanhada por vários países europeus.
Foto: Ammar Awad - Reuters
Teerão atacou na terça-feira Israel com centenas de misseis balísticos. Foram lançados cerca de 200 misseis sobre Telavive, Haifa e Jerusalém.
Os israelitas dizem que é uma operação terrestre localizada e que terminará logo que possível.
O Governo português condenou esta terça-feira o ataque iraniano com uma vaga de mísseis em Israel. Na rede social X, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros sublinha que Teerão "deve cessar imediatamente as hostilidades".
O Governo português condena liminarmente os ataques do Irão a Israel e à sua população civil. O Irão deve cessar imediatamente as hostilidades. Só a contenção de todas as partes pode evitar uma escalada de consequências imprevisíveis.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) October 1, 2024
O Conselheiro de Segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, confirmou que foram lançados 200 mísseis do Irão sobre Israel, que foram intercetados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) com a colaboração das forças norte-americanas, mas que o ataque não causou mortos. Jake Sullivan avançou que a o presidente norte-americano, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, estão a monitorizar a situação.
Miguel Silva, futebolista do Beitar de Jerusalém, contou à RTP como viveu o ataque iraniano desta terça-feira contra Israel. O jogador português conta que a família recebeu um alerta no telemóvel e refugiou-se num bunker.
O major general Vieira Borges sublinha que este ataque foi diferente do que aconteceu em abril e que o apoio dos Estados Unidos foi decisivo para fazer a defesa anti-aérea.