A máquina de guerra israelita voltou a atacar Beirute na última madrugada. Em simultâneo, prosseguiu a incursão terrestre no sul do Líbano. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
A máquina de guerra israelita voltou a atacar Beirute na última madrugada. Em simultâneo, prosseguiu a incursão terrestre no sul do Líbano. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
Majid Asgaripour - WANA via Reuters
O embaixador Francisco Seixas da Costa considera que Israel se auto-excluiu da legalidade internacional.
We support the UN Secretary General @AntonioGuterres in his tireless efforts to achieve peace in all the conflicts and particularly in the Middle East.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) October 2, 2024
We deplore the unjustified attacks against him as well as the unacceptable number of casualties among UN humanitarian workers.
In @G7 Leaders’ call on the Middle East, I reiterated the EU’s condemnation of the Iranian attacks against Israel and support the right of Israel to defend itself in accordance with international humanitarian law.
— Charles Michel (@CharlesMichel) October 2, 2024
All parties must exercise restraint and de-escalate to avoid a… pic.twitter.com/1RkVEQJemv
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, qualificou de "improdutiva" a recente decisão de Israel de declarar o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como `persona non grata`.
"Medidas como estas não são produtivas para (Israel) melhorar a sua posição no mundo", avaliou Miller.
"A ONU realiza um trabalho extremamente importante em Gaza e na região. E a ONU, quando atua no seu melhor, pode desempenhar um papel importante em termos de segurança e estabilidade", acrescentou o porta-voz em declarações à imprensa.
A posição de Miller surgiu pouco depois de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, em que os Estados Unidos se destacaram como o único membro permanente do órgão a ignorar o ataque de Israel a António Guterres.
Na reunião, os embaixadores de França, Reino Unido, China e Rússia nas Nações Unidas defenderam Guterres e expressaram "apoio total" ao seu trabalho, enquanto a diplomata norte-americana não fez a menor alusão ao assunto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz num comunicado.
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
António Guterres reagiu hoje às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.
"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante a reunião de hoje do Conselho de Segurança.
Por sua vez, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, classificou hoje a decisão israelita como "política" e avaliou tratar-se de "apenas mais um ataque ao pessoal da ONU da parte do Governo de Israel", mas sem efeitos jurídicos.
Dujarric sublinhou que a ONU tradicionalmente não reconhece o conceito de `persona non grata` como aplicável ao pessoal da organização.
Quanto ao facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita ter proibido a entrada de Guterres no país, Dujarric minimizou essa ação, argumentando que cada viagem do secretário-geral é feita a convite de um país. No entanto, reconheceu que isso pode afetar uma possível visita a Gaza, visto que a entrada no enclave palestiniano requer uma autorização de Israel.
Dujarric recordou que Governos de outros países chegaram a usar a mesma expressão - `persona non grata` - no passado contra representantes da organização, mas frisou que nos seus 24 anos nas Nações Unidas nunca tinha visto uma declaração de tal calibre contra um secretário-geral, nem a utilização desse "tipo de linguagem".
O porta-voz observou que os atritos de Israel com a ONU afetam não apenas Guterres, mas também outros membros das Nações Unidas, como por exemplo Philippe Lazzarini, o alto comissário da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (URNWA), que não conseguiu entrar em Gaza e que teve recentemente a renovação do seu visto negada por Israel.
Foto: António Antunes - RTP
O ministro da Defesa admite um novo repatriamento de portugueses do Médio Oriente. Nuno Melo está na Roménia a visitar os militares destacados ao serviço da NATO.
Foto: Mohamad Torokman - Reuters
Os militares israelitas já sofreram pelo menos oito mortes nos combates no sul do Líbano. Após o inicio da ofensiva terrestre de Israel pela primeira vez ocorreram combates diretos entre forças dos dois lados.
Foto: Ahmed Jalil - EPA
Israel está a preparar uma retaliação contra o Irão que poderá ter danos financeiros significativos. Na terça-feira, o regime iraniano cumpriu a ameaça e fez o maior ataque de sempre contra território israelita. Foram lançados cerca de 200 mísseis balísticos.
Os embaixadores de França, Reino Unido, China e Rússia nas Nações Unidas (ONU) defenderam hoje António Guterres, após o secretário-geral da organizaçao ter sido declarado `persona non grata` por Israel, enquanto os Estados Unidos ignoraram o assunto.
Numa sessão de emergência do Conselho de Segurança, o embaixador francês, Nicolas de Rivière, não mencionou Israel, mas quis sublinhar que Guterres "tem o total apoio e confiança de França", enquanto a sua colega britânica, Barbara Woodward, também destacou o seu "apoio total e inequívoco" a Guterres e a toda a ONU pela forma como "estão a lidar com a crise".
Perante o próprio Guterres, o embaixador chinês, Fu Cong, reiterou "o apoio resoluto da China ao secretário-geral pelo seu trabalho" e opôs-se "às acusações infundadas que Israel levantou contra" o ex-primeiro-ministro português.
O embaixador russo junto da ONU, Vasily Nebenzya, foi mesmo o mais enfático na defesa do líder das Nações Unidas: a declaração israelita "é uma bofetada na cara não só da ONU, mas de todos nós", advogou.
"Apelamos a todos os membros do Conselho e à ONU para que reajam contra este ato ultrajante", instou ainda o diplomata.
Ficou a faltar uma mensagem semelhante do quinto membro permanente do Conselho de Segurança: os Estados Unidos, aliado inabalável de Israel.
A sua embaixadora norte-americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, não fez a menor alusão ao assunto e limitou-se a agradecer a Guterres pelo seu discurso de hoje perante o Conselho.
Entre os restantes países, destacou-se a mensagem da Argélia, cujo embaixador, Amar Bendjama, manifestou "a total solidariedade da Argélia e a admiração e apoio ao secretário-geral após a incrível decisão" de Israel, que "reflete um claro desdém do sistema das Nações Unidas e da comunidade internacional como um todo".
Também o Governo português instou hoje Israel a "reconsiderar a decisão" de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", que lamentou "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros lamenta profundamente a decisão do Governo de Israel de declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, `persona non grata`", escreveu o ministério tutelado por Paulo Rangel, na rede social X.
A missão de Guterres, salientou, é "indispensável para assegurar o diálogo, a paz e o multilateralismo".
"Insta-se o Governo de Israel a reconsiderar a sua decisão", apelou ainda o Governo português.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz num comunicado.
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.
António Guterres reagiu hoje às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.
"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante a reunião de hoje do Conselho de Segurança.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, reuniu-se hoje com embaixadores de países árabes em Moscovo, defendendo conjuntamente que os envolvidos nos conflitos do Médio Oriente "devem abster-se de ações provocatórias e mostrar contenção".
Depois do encontro, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, informou que na reunião, realizada a pedido dos diplomatas árabes, foi sublinhado que "todas as partes envolvidas devem abster-se de ações provocatórias e mostrar contenção".
A mesma fonte afirmou que os participantes na reunião apelaram ao fim imediato das ações de combate na zona do conflito israelo-palestiniano.
"Ao mesmo tempo, foi manifestada grande preocupação com os riscos crescentes de uma guerra de grandes proporções no Médio Oriente, com consequências devastadoras para toda a região, no contexto da resposta ao ataque do Irão com mísseis contra Israel no dia 01 de outubro", acrescentou.
Zakharova sublinhou que a Rússia está "extremamente preocupada com esta nova e perigosa escalada no Médio Oriente".
"Avisámos em numerosas ocasiões que a falta de resolução de uma série de crises nessa parte do mundo, em primeiro lugar e acima de tudo o conflito israelo-palestiniano, conduz a um novo agravamento da situação", indicou.
O Hezbollah abriu hoje as portas do seu bastião em Beirute, no grande subúrbio xiita de Dahieh, onde mostrou edifícios alegadamente civis arrasados pelos últimos bombardeamentos israelitas, num cenário ainda fumegante de desolação e abandono quase total.
Durante uma visita organizada pelo grupo armado libanês para jornalistas em Beirute, ainda se sentem os efeitos dos últimos raides aéreos israelitas, que deixaram vários edifícios reduzidos a grandes pilhas de entulho, de onde ainda se erguem colunas de fumo negro, após os clarões das explosões terem iluminado na passada madrugada os céus dos arredores da capital do Líbano.
Segundo o porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, tratava-se de edifícios civis, tal como outros atingidos há dois dias, incluindo os serviços do canal televisivo Al-Sirat, próximo do grupo xiita aliado do Irão, embora Israel reclame que os seus ataques foram dirigidos contra "alvos terroristas" do movimento armado.
"Estamos agora em frente ao edifício destruído do canal cultural e religioso Al-Sirat para vos confirmar que as reivindicações do inimigo sionista sobre a presença de armas ou depósitos de armas neste edifício ou noutros [...) são afirmações falsas que não têm qualquer base na verdade", declarou Afif, discursando sobre um monte de escombros, encimado por um retrato do líder histórico do Hezbollah, Hassan Nasrallah, eliminado na sexta-feira num bombardeamento israelita no seu quartel-general neste subúrbio.
A visita preparada pelo Hezbollah conduziu apenas aos lugares dos ataques supostamente ocorridos nos últimos dois dias e na passada madrugada, que deixaram marcas profundas em Dahieh, somando-se a vários outros desde que Israel intensificou nas passadas duas semanas as suas ofensivas militares contra os arredores predominantemente xiitas de Beirute.
Todos os edifícios bombardeados são "puramente civis, habitados por civis libaneses e não contêm quaisquer atividades militares", sublinhou o porta-voz do Hezbollah, trajado de negro, antes de indicar que, nos primeiros confrontos para travar as incursões terrestres das tropas israelitas no Líbano, os combatentes do movimento tinham "travado uma batalha heroica esta manhã" em Odaisseh e Maroun al-Ras, no sul do país, e infligido "perdas claras" aos militares de Telavive.
"É apenas o início do que espera as forças de ocupação", observou Mohammad Afif, ao assinalar que os homens do Hezbollah "estão totalmente preparados para o confronto, heroísmo e sacrifício" e que "as capacidades de resistência militar estão boas, especialmente de mísseis", tal como a sua estrutura de comando, apesar das importantes baixas sofridas nas últimas semanas.
A multiplicação da figura tutelar de Nasrallah e de outros "mártires" do Hezbollah acompanha a visita a Dahieh, ao longo de artérias despojadas e cobertas de escombros e vidros partidos, comércio encerrado e prédios residenciais abandonados por uma população em fuga para o centro da capital, quando Israel começou a deixar avisos nas redes sociais para os habitantes abandonarem as suas casas e a bombardear os subúrbios sul numa base quotidiana ou várias vezes ao dia ou à noite.
Esta "cidade fantasma" e quase proibida, de acesso altamente condicionado à luz verde do Hezbollah, entra em contraste total com o centro de Beirute, agora sobrelotado com milhares de novos deslocados pelo conflito.
Apenas ficaram para trás escassos residentes que se recusaram a partir, membros do movimento armado xiita e das forças de defesa do bairro, que cuidam da proteção dos bens dos ausentes. "Vamos ficar", gritam em desafio dois homens do Hezbollah, que patrulham o bairro numa `scooter`.
Mesmo as áreas dos edifícios demolidos pela aviação israelita são de acesso reservado, bem como a aproximação a veículos esmagados sob restos de tijolos e betão, numa demarcação quase sagrada de enormes cicatrizes a céu aberto, tão recentes como o fumo espesso e gases tóxicos que ainda libertam ou como as bandeiras do Hezbollah penduradas nas varandas partidas dos prédios vizinhos, ou ainda uma faixa vermelha deixada sobre as ruínas: "Isto foi feito pela América e por Israel".
Além das instalações destruídas do canal Al-Sirat, ao longo da visita, os jornalistas puderam observar os restos de um edifício declarado como em uso pela defesa civil local e outros três assinalados como de uso civil, embora já não restasse ninguém no seu interior.
Sobram ainda os prédios residenciais circundantes, de janelas arrancadas, com partes das fachadas escurecidas pelo fogo, deixando à vista o interior de apartamentos e mobílias de famílias em parte incerta, tal como lojas sem vendedores nem clientes e mesquitas sem fiéis.
Apesar da desolação hoje autorizada a observar pelo Hezbollah e das perdas sofridas em resultado dos bombardeamentos israelitas, o movimento aliado do Irão, que na terça-feira lançou um ataque aéreo com mísseis contra Israel, avisa que "os assassínios, a bestialidade e a destruição" correspondem a uma "primeira volta", segundo o seu porta-voz, para quem a guerra mal começou.
Pelo menos quatro habitantes de Gaza morreram e 15 ficaram feridos hoje num bombardeamento israelita a uma escola da Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.
A informação foi veiculada pelo hospital Al-Awda, daquele campo de refugiados da UNRWA.
"Há pouco, sob ordens do serviço de informações do Exército e do Shin Bet, a Força Aérea efetuou um ataque de precisão contra terroristas que operavam no interior de um centro de comando e controlo na zona de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza", declarou o Exército israelita em comunicado, confirmando o bombardeamento.
Trata-se da quarta escola a ser bombardeada por Israel nas últimas 24 horas, depois dos ataques à escola de Al-Bureij, esta manhã, e às escolas de Muscat e Rimal, que foram alvo de fogo do Exército na noite de terça-feira.
Tanto fontes palestinianas como o Exército israelita afirmaram que o alvo do bombardeamento era a escola Nuseirat para raparigas, gerida pela UNRWA, onde os militares afirmam que operavam membros do grupo islamista palestiniano Hamas.
Os projéteis israelitas atingiram uma sala de aula no rés-do-chão da escola primária, que, tal como outras escolas em Gaza, se transformou num abrigo para pessoas deslocadas - 90% dos habitantes de Gaza estão atualmente deslocados - em consequência da guerra, em curso há quase um ano.
O hospital Al-Awda indicou que, embora as vítimas do bombardeamento tenham dado entrada nas suas instalações, os feridos foram depois transferidos para o hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, "devido à gravidade do seu estado".
O Exército, como habitualmente faz quando ataca locais protegidos pelo direito humanitário internacional, como escolas ou hospitais, afirmou ter tomado medidas para evitar vítimas civis e acusou o Hamas de operar a partir de infraestruturas civis.
Além disso, as Forças Armadas israelitas atacaram o orfanato Al-Amal, junto à escola de Muscat, matando pelo menos nove pessoas, segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa.
Esta quarta-feira revelou-se um dia especialmente sangrento quando comparado com os últimos dias na Faixa de Gaza, em que ataques cada vez mais intensos das forças israelitas fizeram quase pelo menos 90 mortos no enclave palestiniano.
Israel intensificou os bombardeamentos à já duramente atingida Gaza, em simultâneo com o ataque maciço do Irão ao seu território na noite passada, quando 180 mísseis iranianos fizeram soar os alarmes em todo o país.
Desde que começou a guerra, a 07 de outubro de 2023, mais de 41.680 pessoas foram mortas e 96.600 ficaram feridas, de acordo com os mais recentes números das autoridades de saúde do território controlado pelo Hamas, considerados fidedignos pela ONU.
A relatora especial da ONU para os territórios palestinianos ocupados desdramatizou hoje o facto de Israel ter considerado o secretário-geral das Nações Unidas `persona non grata`, argumentando que António Guterres "fala verdade" e Telavive tem sistematicamente atacado o sistema internacional.
"Israel atacou a ONU, a Assembleia Geral, o Conselho dos Direitos Humanos, criticando-os por apoiarem o terrorismo e o antissemitismo, espalhando antissemitismo. Acusou o TPI [Tribunal Penal Internacional] e o seu procurador. Agrediu todo e qualquer um. E não é a primeira vez que critica o secretário-geral quando este fala a verdade", sustentou Francesca Albanese.
"Para o secretário-geral, o seu mandato será marcado por este genocídio", nos territórios palestinianos, adiantou a relatora da ONU, que se encontra em Portugal para uma visita de cariz académico de quatro dias, em que poderá encontrar-se com representantes do Governo português.
A retórica das ofensas de Israel, adiantou, "faz parte da intenção de destruir o povo palestiniano, com o que está a acontecer em Gaza".
"Este ano, a linguagem depreciativa, as calúnias, os rótulos que foram usados, os ataques, os ataques físicos que foram dirigidos à ONU por parte de Israel são seriamente sem precedentes. Pensemos na UNRWA [Agência das ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente], que fornece uma tábua de salvação para milhões de pessoas na região e é uma subsidiária da Assembleia Geral, que se transformou [para Telavive] numa espécie de manto para terroristas. E Israel destruiu ou danificou gravemente cerca de 70% das infraestruturas da agência", frisou.
Para Albanese, que falava numa conferência de imprensa em Lisboa e respondia a uma questão da agência Lusa, o secretário-geral da ONU tem sido "muito corajoso", pois "soube criticar fortemente o ataque do Hamas" a Israel, a 07 de outubro de 2023, mas que, mais tarde, criticou também o excesso de força israelita utilizada na retaliação nos territórios palestinianos.
"Agora, a situação é mais extrema. Israel está mais isolado na Assembleia Geral. Ainda é o aliado mais protegido dos Estados Unidos. Então, é difícil sair desse impasse. O facto de ter sido declarado `persona non grata` faz dois de nós nas Nações Unidas", sublinhou Albanese, que, no relatório apresentado na ONU, em março deste ano, acusou Israel de cometer um "genocídio" na Palestina.
Albanese, igualmente questionada pela Lusa, também desdramatizou o caso do navio com bandeira portuguesa - que entretanto pediu para retirar na sequência das diligências do Governo português - e que transporta material explosivo com destino a fabricantes de armas em Israel, Polónia e Eslováquia.
"Acho que foi muito importante retirar a bandeira [portuguesa] do navio e acho que deve atracar num qualquer porto e proibido de navegar até que sejam descarregadas as armas que tinham Israel como destino", afirmou a relatora, que se disse "satisfeita" com essa decisão do Governo português.
"Estou feliz por o governo [português] ter decidido manifestar-se, porque o princípio evocado não era exato. O direito europeu não substitui o direito internacional. O direito internacional prevalece ainda mais no momento em que, como o TIJ [Tribunal Internacional de Justiça) reconheceu de forma plausível, está a ser cometido um genocídio" em Israel, argumentou.
No entanto, insistiu, este momento deveria ser aproveitado por Portugal para se envolver mais na defesa do direito internacional, coliderando todo um processo.
"Vejo a forma como Portugal vota nas Nações Unidas, as palavras que Portugal pronuncia nas Nações Unidas. Portugal defendeu realmente a primazia do direito internacional. Mas não está sozinho. A Irlanda fez o mesmo. Mas esta é a hora de fazer o que dizem", defendeu a relatora, natural de Itália.
"É importante ter belas palavras, mas olhem para a Europa, para o que ela está a fazer. Todos concordam que deveria haver uma solução de dois Estados. Obrigado. Mas onde está o reconhecimento do Estado palestiniano? Qual é a coerência em dizer, sim, os palestinianos têm o direito à autodeterminação. Eles deveriam existir como um Estado, mas não o reconhecemos. Isso só mostra falta de coerência, falta da bússola moral que os países europeus possuem", sustentou.
Por isso, acrescentou Albanese, a situação do navio com bandeira portuguesa "não é a questão mais premente".
"A questão mais premente é o que Portugal vai fazer para garantir que não tenha quaisquer relações, financeiras, políticas, diplomáticas, com Israel que possam prejudicar os palestinianos. Significa cumprir o Tribunal Internacional de Justiça. [Se me reunir com as autoridades portuguesas] vou perguntar: o que o Governo vai fazer em relação ao reconhecimento do Estado da Palestina? O que é preciso?", frisou.
"E depois vou perguntar o que é que Portugal vai fazer pela justiça internacional e por uma verdadeira resolução do conflito, e também se Portugal está confortável, se Portugal vê e está confortável, com os padrões duplos que os Estados ocidentais carregam. É terrível que, face ao que está a acontecer na região, haja uma forma diferente de reagir ao assassínio de civis com base na sua nacionalidade ou religião. Isto está realmente a fazer-nos retroceder séculos e é inaceitável", concluiu.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o país vive "uma dura guerra contra o eixo do mal iraniano", numa declaração em que expressou condolências pela morte de oito soldados no Líbano.
"Deus guarde o seu sangue. Que a sua memória seja abençoada", afirmou o líder do executivo, numa declaração vídeo divulgada pelo seu gabinete e na qual assegurou ainda o regresso dos deslocados que vão garantir "a eternidade de Israel".
Quase dois dias depois de Israel ter anunciado a entrada das suas tropas em território libanês, oito soldados - todos na casa dos 20 anos - foram mortos, as primeiras vítimas no país vizinho desde a guerra de 2006.
De acordo com o jornal The Times of Israel, seis soldados foram mortos em combate corpo a corpo com milicianos do Hezbollah, numa cidade do sul do Líbano, enquanto outros quatro soldados ficaram feridos.
Num outro confronto, sobre o qual as forças armadas não forneceram mais pormenores, morreram dois outros militares, ficando ferido um soldado da brigada de infantaria de elite Golani. Registou-se ainda um outro ferido.
Segundo o diário israelita Haaretz, citando fontes hospitalares, cinco dos soldados feridos estão a ser tratados no hospital Beilinson, no centro do país.
Israel está a mobilizar cada vez mais soldados ao longo da fronteira com o Líbano, onde na terça-feira criou uma nova "zona militar fechada" em três locais a apenas um quilómetro da fronteira, idêntica à erguida na segunda-feira à noite, pouco antes do lançamento da operação terrestre.
Esta tarde, as Forças Armadas anunciaram a entrada da 36.ª divisão, que inclui brigadas blindadas e de infantaria, no Líbano para se juntar à ofensiva hebraica contra o Hezbollah, que deixou quase 2.000 mortos nas últimas duas semanas.
O Governo português instou hoje Israel a "reconsiderar a decisão" de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", que lamentou "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros lamenta profundamente a decisão do Governo de Israel de declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, `persona non grata`", escreveu o ministério tutelado por Paulo Rangel, na rede social X.
A missão de Guterres, salientou, é "indispensável para assegurar o diálogo, a paz e o multilateralismo".
"Insta-se o Governo de Israel a reconsiderar a sua decisão", apelou ainda o Governo português.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz num comunicado.
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu hoje às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.
"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança hoje realizada na ONU.
Israel anunciou hoje a morte em combate de oito soldados no sul do Líbano, um dia depois de ter anunciado uma incursão terrestre no país vizinho.
As forças israelitas tinham anunciado anteriormente uma primeira baixa no sul do Líbano, mas acrescentou agora mais sete soldados mortos depois de ter avisado as respetivas famílias.
Os combates entre as tropas israelitas e militantes do grupo xiita libanês Hezbollah prosseguiam no sul do Líbano, disseram as duas partes em declarações separadas.
O anúncio surge numa altura em que Israel envia mais tropas e artilharia para a zona fronteiriça, segundo a agência norte-americana AP.
França reiterou o "compromisso absoluto" com a segurança de Israel, mas não esquece laços históricos com o Líbano - não com o Hezbollah. Emmanuel Macron exortou na terça-feira o movimento xiita libanês a terminar com os ataques terroristas contra Israel.
O governo admite novas missões de repatriamento de cidadãos portugueses do Médio Oriente.
Foto: Yuri Gripas - EPA
Os Estados Unidos reafirmam total apoio a Israel, depois do ataque do Irão. Joe Biden diz que tem estado em permanente contacto com as autoridades israelitas.
Foto: Amr Abdallah Dalsh - Reuters
Benjamin Netanyahu avisa que o Irão cometeu um grande erro e promete represálias. Israel foi ontem atacado por cerca de 200 mísseis iranianos. É a resposta de Teerão à morte do líder do Hezbollah.
Reuters
Nas ruas de Telavive, a população teve de procurar abrigo com o céu iluminado de mísseis iranianos. Mas o grande receio dos habitantes desta cidade são os ataques terroristas nas ruas.
O preço do barril de petróleo Brent para entrega em dezembro continuava hoje a subir no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, com uma revalorização de mais de 2,4%, devido ao aumento das tensões entre o Irão e Israel.
Às 10:30 em Lisboa, o petróleo Brent, a referência na Europa, subia 2,43% para 75,35 dólares por barril, contra 73,56 dólares na terça-feira, segundo dados da Bloomberg.
Na sessão de terça-feira, depois do ataque com mísseis balísticos do Irão contra Israel, o Brent subiu até 75,45 dólares por barril.
Entretanto, o West Texas Intermediate (WTI), a referência norte-americana, também subiu hoje e, antes da abertura oficial do mercado, atingiu 71,07 dólares por barril, mais 1,78% do que na terça-feira.
Os receios de um aumento das tensões no Médio Oriente fizeram subir o preço do crude na véspera e também os de outros ativos considerados portos seguros, como o ouro e a dívida.
No entanto, o preço do ouro está a cair 0,59% para 2.647,04 dólares por onça.
Foto: António Antunes - RTP
O ministro da Defesa, Nuno Melo, admite que pode vir a ser necessário um novo repatriamento de portugueses a viver no Líbano. O governante mostra-se preocupado com o agravamento da situação militar no Médio Oriente.
The morning after Iran’s widespread attack, there is something that should be clear to our enemies: Israel will be victorious.
— יאיר לפיד - Yair Lapid (@yairlapid) October 2, 2024
A presidente da Comissão Europeia condenou veementemente o ataque de mísseis balísticos do Irão contra Israel na noite passada. Para Ursula von der Leyen trata-se de uma "ameaça à estabilidade regional", que "agrava uma situação já volátil".
"Condeno veementemente o ataque de mísseis balísticos lançado ontem pelo Irão contra Israel. Estas ações ameaçam a estabilidade regional e agravam as tensões numa situação já de si extremamente volátil", disse Ursula von der Leyen, numa declaração divulgada pelo executivo comunitário à imprensa em Bruxelas.
"Apelo a todas as partes para que protejam a vida de civis inocentes. A União Europeia continua a apelar a um cessar-fogo na fronteira com o Líbano e em Gaza, bem como à libertação de todos os reféns detidos há quase um ano", adiantou a responsável alemã.
O Governo do Irão confirmou, entretanto, o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
Este foi o segundo ataque do Irão contra Israel desde abril.
C/Lusa
Thank you, FM @MihaiPopsoi.
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) October 2, 2024
The support and solidarity from leaders and nations around the world will never be forgotten. We know who our friends are.
The Ayatollah regime has crossed the red line – and the State of Israel will not remain silent in the face of Iran's brutal… https://t.co/8XsLdg5L18
Reuters
A crise no Médio Oriente foi um dos pontos fortes no debate da noite de terça-feira entre os dois candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos. JD Vance e Tim Walz estiveram frente-a-frente na estação televisiva CBS.
A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados defendeu hoje que Portugal é um dos poucos países onde estão reunidos "todos os elementos para uma mudança poderosa ou significativa do rumo da ação" de Israel na Palestina.
Em entrevista à agência Lusa por telefone, Francesca Albanese frisou a partir de Tunes, de onde partiu com destino a Portugal para uma série de palestras nos próximos dias sobre os conflitos no Médio Oriente, que as autoridades portuguesas podem sobretudo ajudar no reconhecimento internacional total de um Estado palestiniano, independentemente de Lisboa apenas defender a solução de dois países.
"Gostava que o problema [de Portugal] fosse apenas a falta de reconhecimento do Estado da Palestina. O problema é que isto não é uma coisa só de Portugal, que tem sido até bastante presente em comparação com outros países da Europa, os que têm tido uma posição de grande apoio em relação a Israel", sublinhou Albanese.
"O problema é que não teríamos chegado à situação catastrófica a que estamos a assistir hoje se não fosse a impunidade que foi concedida a Israel durante décadas. Muitos Estados violam o direito internacional. Israel não é o único. O que torna Israel único é o facto de ser um violador em série do direito internacional. Viola sistematicamente o direito internacional. E nada foi feito", acrescentou.
"Claro que o facto de não haver reconhecimento do Estado da Palestina é intrigante, (...) especialmente os Estados europeus que, durante anos, a única resposta que pareciam ter sobre tudo o que dizia respeito à Palestina era a solução de um Estado independente", acrescentou.
Afinal, prosseguiu a relatora da ONU, "tudo era um mantra, vazio de significado", em especial para os países que não reconhecem o direito palestiniano a tornar-se um Estado.
"Por isso, sim, estou ansiosa por perguntar também às autoridades portuguesas, do governo e do parlamento, com quem me vou encontrar, o que se passa com o reconhecimento do Estado da Palestina", acrescentou.
Sobre a vinda a Portugal, Albanese indicou ter sido convidada para dar algumas palestras em várias universidades de Lisboa e Coimbra para falar do trabalho que está a desenvolver, incidindo no mais recente relatório que apresentou na ONU, em que concluiu que Israel "cometeu atos de genocídio em Gaza, já em março deste ano".
"E estou muito feliz por ir a Portugal, porque me parece ser um dos poucos países onde estão reunidos todos os elementos para uma mudança poderosa ou significativa do rumo da ação na Palestina. E refiro-me ao governo, ao povo e a um sentido geral de compreensão do que é a injustiça. Esta é a minha perceção do exterior", referiu.
A responsável da ONU irá, durante a estada em Portugal, manter contactos oficiais com as autoridades portuguesas, cujo programa está ainda por definir.
Para já, sabe-se que, em Lisboa, no ISCTE, Francesca Albanese participará quarta-feira nas conferências de abertura conjuntas dos mestrados em Estudos Internacionais e em Ação Humanitária, ambos subordinados ao tema "Anatomia de Um Genocídio: Um Fracasso do Sistema Internacional?".
Quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, Albanese participará numa sessão voltada para a sociedade civil, intitulada "Palestina e o Direito Internacional: Entre a Esperança e o Abismo", organizada pelo Le Monde Diplomatique, cuja diretora em Portugal, Sandra Monteiro, será moderadora.
No último dia da visita, sexta-feira, Albanese estará presente numa conferência organizada pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).
Reuters
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deixa a garantia de que Teerão vai pagar caro pelo ataque com quase 200 mísseis contra o território israelita.
Pelo menos 32 pessoas, incluindo várias mulheres e crianças, morreram e dezenas ficaram feridas em ataques israelitas no sul de Gaza, na terça-feira à noite e hoje, segundo autoridades médicas palestinianas.
O Hospital Europeu de Khan Younis recebeu os corpos das vítimas após pesados ataques aéreos israelitas e operações terrestres na cidade.
Os militares israelitas ainda não comentaram a ofensiva.
Israel continua a atacar o que diz serem alvos militantes em Gaza quase um ano depois do ataque do Hamas, a 07 de outubro, ter desencadeado a guerra naquele país, mesmo quando as atenções se viraram para o Líbano, onde Israel está a combater o Hezbollah, e para o Irão, que lançou um ataque balístico.
Militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas a 07 de outubro e fizeram cerca de 250 reféns. Cerca de 100 ainda estão em cativeiro em Gaza, um terço dos quais se acredita estar morto.
A ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 41 mil palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais, arrasou vastas áreas em Gaza e desalojou a grande maioria dos seus 2,3 milhões de habitantes.
A polícia da Dinamarca disse hoje estar a investigar duas explosões esta madrugada no norte de Copenhaga, perto da embaixada de Israel na capital dinamarquesa, nas quais não houve vítimas.
"Esta noite ocorreram duas explosões perto da embaixada israelita. Lançámos uma extensa investigação e aumentámos a presença policial na zona", disse o vice-inspetor da polícia de Copenhaga, Jakob Hansen, em conferência de imprensa.
Numa mensagem anterior na rede social X (antigo Twitter), a polícia já tinha referido as explosões e que estava a ser investigada uma possível ligação à legação diplomática israelita.
"É claro que olhámos na direção da embaixada de Israel, que fica perto, mas é muito cedo para dizer se há uma ligação", disse Hansen.
A polícia recusou comentar se houve danos materiais, o tipo de explosivos utilizados ou a força da explosão, apenas que ocorreu "de madrugada".
As forças de segurança isolaram a área e reforçaram a presença em redor da legação diplomática.
A embaixada israelita está localizada no bairro de Hellerup, a norte da capital, numa zona onde outros países como a Roménia, a Tailândia, o Irão e a Turquia também têm as suas sedes diplomáticas.
A embaixada de Portugal situa-se no centro de Copenhaga.
Por outro lado, a polícia da Suécia está a investigar alegados tiros disparados contra a legação diplomática israelita em Estocolmo, numa altura em que a área foi isolada e recolhidas as imagens das câmaras de vigilância na área.
Os agentes encontraram uma arma de fogo nas proximidades da embaixada e foi lançada uma investigação preliminar, embora até ao momento ninguém tenha sido detido, de acordo com a televisão sueca SVT.
O Governo do Irão confirmou hoje o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira à noite que o Irão "cometeu um erro grave" ao atacar o seu país e que "pagará o preço".
Na sequência do ataque iraniano, Israel solicitou na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.
A União Europeia (UE) frisou na terça-feira que os ataques do Irão contra Israel constituem "uma séria ameaça" à segurança regional, alertando que a escalada corre o risco de ficar "fora de controlo", numa condenação acompanhada por vários países europeus.
Foto: Ammar Awad - Reuters
Teerão atacou na terça-feira Israel com centenas de misseis balísticos. Foram lançados cerca de 200 misseis sobre Telavive, Haifa e Jerusalém.
Os israelitas dizem que é uma operação terrestre localizada e que terminará logo que possível.
O Governo português condenou esta terça-feira o ataque iraniano com uma vaga de mísseis em Israel. Na rede social X, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros sublinha que Teerão "deve cessar imediatamente as hostilidades".
O Governo português condena liminarmente os ataques do Irão a Israel e à sua população civil. O Irão deve cessar imediatamente as hostilidades. Só a contenção de todas as partes pode evitar uma escalada de consequências imprevisíveis.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) October 1, 2024
O Conselheiro de Segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, confirmou que foram lançados 200 mísseis do Irão sobre Israel, que foram intercetados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) com a colaboração das forças norte-americanas, mas que o ataque não causou mortos. Jake Sullivan avançou que a o presidente norte-americano, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, estão a monitorizar a situação.
Miguel Silva, futebolista do Beitar de Jerusalém, contou à RTP como viveu o ataque iraniano desta terça-feira contra Israel. O jogador português conta que a família recebeu um alerta no telemóvel e refugiou-se num bunker.
O major general Vieira Borges sublinha que este ataque foi diferente do que aconteceu em abril e que o apoio dos Estados Unidos foi decisivo para fazer a defesa anti-aérea.