Guerra na Ucrânia. Responsável norte-coreano na Rússia para supervisionar tropas
Um responsável do exército norte-coreano chegou à Rússia para supervisionar o destacamento de tropas, que podem ser enviadas para a linha de frente com a Ucrânia, avançou hoje a agência de notícias japonesa.
O vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia, Kim Yong-bok, será responsável pela coordenação dos soldados norte-coreanos destacados na Rússia, disse uma fonte militar ucraniana à Kyodo.
Kim Yong-bok, que comandou a força de operações especiais da Coreia do Norte e acompanhou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em várias ocasiões, encabeçava uma lista russa de militares norte-coreanos de alta patente, obtida pelas autoridades ucranianas, acrescentou a mesma fonte.
Os serviços militares ucranianos indicaram que os soldados norte-coreanos começaram a chegar à região russa de Kursk na quarta-feira, embora não tenham entrado em combate.
Cerca de 900 quilómetros quadrados dessa região fronteiriça permanecem sob controlo ucraniano, de acordo com uma análise do especialista militar Oleksandr Kovalenko para o Information Resistance Group.
Na sexta-feira, a Ucrânia alertou para o iminente destacamento de soldados norte-coreanos na linha da frente, ao lado das tropas russas.
"De acordo com os nossos serviços de informação, nos dias 27 e 28 de outubro [hoje e segunda-feira], a Rússia vai utilizar os primeiros militares norte-coreanos em zonas de combate", afirmou o chefe de Estado ucraniano, na plataforma de mensagens Telegram.
Volodymyr Zelensky considerou que o iminente envio de soldados norte-coreanos para a linha da frente constitui uma "escalada óbvia" por parte da Rússia.
Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu o direito de utilizar militares de um país amigo e Pyongyang garantiu que a eventual colocação estaria em conformidade com o direito internacional.
A 18 de outubro, o Serviço de Informações da Coreia do Sul afirmou que a Coreia do Norte decidiu enviar 12 mil soldados para a frente ucraniana para apoiar a Rússia na guerra, dos quais três mil já foram destacados.
A informação foi tornada pública depois de fontes ucranianas e Zelensky terem assegurado nos últimos dias que Pyongyang ia fornecer tropas para combater na Ucrânia.