Grupo Estado Islâmico destruiu templo de Baal Shamin em Palmira

por RTP
Ruínas de Palmira, incluindo o Castelo de Fakhreddin, em outubro de 2007 Nour Fourat, Reuters

Os jihadistas usaram explosivos para reduzir a ruínas o tesouro arquitetónico que era o templo de Baal Shamin, localizado na Síria.

A Unesco condenou a destruição do templo como "um crime de guerra".

O Templo de Baal Shamin datava do século 17 a.C. e fora ampliado durante o Império Romano sob o imperador romano Adriano, em 130 AC.

Até agora o grupo extremista islâmico tinha-se limitado a derrubar e reduzir a pó várias esculturas do complexo.

A notícia foi confirmada à Agência France Presse pelo chefe do Departamento de Museus e Antiguidades daquela cidade.

"O Daesh [nome árabe do autoproclamado Estado Islâmico] colocou hoje uma grande quantidade de explosivos no templo de Baal Shamin, provocando depois a explosão que causou muitos danos no templo", afirmou Maamoun Abdulkarim.

"A área central do templo ficou destruída e as colunas que a rodeavam colapsaram", acrescentou.
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O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo sedeado no Reino Unido e que monitoriza a guerra na Síria, confirmou igualmente a destruição do templo.

Esta foi a primeira estrutura do complexo a ser totalmente destruída pelos extremistas islâmicos e há receios de que outras tenham o mesmo destino.

O autoproclamado Estado Islâmico, que controla partes da Síria e do vizinho Iraque, tomou Palmira a 21 de maio, o que provocou preocupação internacional sobre o destino do património da cidade descrita pela UNESCO como de "valor universal excecional".

Conhecida como a "pérola do deserto", Palmira, que significa a cidade das palmas, situa-se 210 quilómetros a nordeste de Damasco. Foi classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 1980.

Na semana passada, o grupo radical executou um especialista em antiguidades de Palmira. Khaled al-Assad, de 82 anos, era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade.

Os jihadistas do EI assumem-se como participantes numa 'guerra santa', proclamaram um 'califado' nos vastos territórios que controlam na Síria e no Iraque.

Ali têm vindo a destruir vários tesouros históricos, incluindo igrejas e santuários, por considerar que tais locais heréticos.

RTP com Lusa
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