A Organização Mundial da Saúde Animal, OIE, alertou para a recente disseminação do vírus da gripe das aves tanto em animais de cativeiro como selvagens. Têm sido identificados surtos em mais de 40 países, da Europa, Ásia e África.
Desde há vários anos que tem aumentado o número de variantes deste vírus, que circula em várias populações, e em 2021 registou-se uma variabilidade genética sem precedentes de subtipos “criando uma situação difícil do ponto de vista epidemiológico”, referiu a OIE. Os subtipos atualmente em circulação à escala mundial entre as aves domésticas e de criação e as selvagens, são os H5N1, H5N3, H5N4, H5N5, H5N6 e H5N8.
A OIE apelou em comunicado todos os Estados a “intensificar os seus esforços de vigilância e a implementar medidas rigorosas de segurança biológica”, durante “o período de alto risco de outubro a abril”, quando as condições climatéricas favorecem a disseminação do vírus no hemisfério norte.
Os surtos começam habitualmente a aumentar em outubro, atingindo um pico em fevereiro e continuando a progredir até abril. Mais de 16.000 casos em explorações avícolas foram assinalados em outubro passado “o que deixa antever um risco acrescido de circulação do vírus”, alerta a OIE.
A organização apelou à notificação “dos surtos em tempo oportuno, a fim de erradicar a propagação da doença”.
A gripe das aves é “uma ameaça” à estabilidade económica, a segurança alimentar e a subsistência de inúmeras populações, sublinhou ainda a OIE, referindo que os seres humanos podem ser contagiados em caso de contacto próximo com aves infetadas.
O vírus da gripe das aves afeta “várias espécies de aves de capoeira, assim como as aves domésticas e selvagens”, sendo extremamente contagioso. O consumo da carne e dos ovos de aves contaminadas não parece ser um vetor de transmissão, contudo a “subsistência dos criadores” e as consequências de uma epidemia generalizada “no comércio internacional, a par dos riscos de transmissão entre humanos” exige cuidados acrescidos em “capoeiras, no transporte e comércio e nos mercados de animais vivos para prevenir a propagação do vírus” da gripe das aves.