Os aeroportos de Frankfurt e Munique são os mais afetados pela greve, mas também houve voos cancelados noutras cidades alemãs.
A companhia aérea pede aos passageiros com voos cancelados que não se desloquem aos aeroportos afetados, uma vez que a maioria dos balcões não terá funcionários.
A greve foi convocada pelo sindicato Verdi e deverá prolongar-se até à madrugada de quinta-feira, mas os efeitos da paralisação poderão afetar os voos da companhia aérea até ao final da semana.
Até ao momento, pelo menos 134 mil passageiros já tiveram de alterar os seus planos de viagem. A situação está a afetar ligações em vários pontos do mundo e Portugal não é exceção.
Para já foram cancelados alguns voos com ligação à capital portuguesa: quatro deles que deveriam sair do aeroporto de Lisboa com destino à Alemanha e outros cinco que viriam dos aeroportos alemães para o aeroporto Humberto Delgado.
Com esta paralisação por parte de pessoal de manutenção e operadores de reboque de aviões da Lufthansa,
há três voos da TAP e da Eurowings que faziam a ligação à Alemanha e acabaram por ser cancelados uma vez que a operação não está assegurada naqueles aeroportos.
Assim, até ao momento, a greve da Lufthansa afeta até agora apenas 12 ligações aéreas com ligação a Portugal no total.
O que está em causa?
Os cerca de 20 mil trabalhadores exigem um aumento salarial de 9,5 por cento ou de pelo menos 350 euros. A Lufthansa apresentou uma proposta de aumento de 150 euros por mês até ao final deste ano e de mais 100 euros a partir do início de 2023, acompanhada de um aumento de 2 por cento, dependendo dos resultados financeiros da empresa.
A Verdi recusou a proposta, considerando que este era um aumento salarial insuficiente para fazer face à subida da inflação. Em junho, a inflação chegou aos 8,2 por cento na Alemanha.
Diego Lambiase, um viajante ouvido pela agência Reuters, tentava viajar para Paris após ter ficado retido em Frankfurt devido ao cancelamento do seu voo. “Estamos à procura de pessoal da Lufthansa, mas quando perguntamos dizem-nos que será muito difícil encontrar alguém da Lufthansa hoje no aeroporto, por isso não sabemos o que fazer”, lamenta.
“Compreendo [a greve] porque é agora que eles [os trabalhadores] têm mais poder durante o período de férias de verão. Mas para todos os que queriam voar hoje, que estiveram à espera das suas férias por muito tempo, é duro”, disse outro viajante, Julian Grundmann, em trânsito para as ilhas Seychelles num avião de uma companhia aérea alternativa.
A companhia aérea e o sindicato voltam a reunir-se entre os dias 3 e 4 de agosto. "Se a Lufthansa for teimosa na próxima semana e não melhorar a oferta, vamos considerar outras consequências", incluindo novas greves, indicou Marvin Reschinsky, responsável da Verdi.