Greta Thunberg detida pela polícia durante protestos na Alemanha

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Wolfgang Rattay - Reuters

A ativista climática Greta Thunberg foi detida pela polícia esta terça-feira enquanto protestava contra a demolição da vila de Luetzerath, na Alemanha, para a expansão de uma mina de carvão. A polícia disse que Thunberg e os restantes ativistas detidos serão libertados ao final do dia.

Thunberg e outros manifestantes estavam a contestar a demolição de parte do território abandonado para expandir a mina de carvão a céu aberto quando as autoridades decidiram terminar o protesto.

Seguiram-se confrontos entre os manifestantes e a polícia e várias detenções, incluindo a de Greta Thunberg.

Nas imagens é possível ver Thunberg a ser escoltada por três polícias. A jovem ativista foi depois vista dentro de um autocarro da polícia, segundo uma testemunha da Reuters.
"Vamos usar a força para levá-los à verificação de identidade, por isso, por favor, cooperem", disse um agente policial ao grupo de manifestantes, segundo a agência Reuters.

"Greta Thunberg fazia parte de um grupo de ativistas que correu em direção à margem [da mina]. No entanto, ela foi travada e nós arrastámo-la para fora da área de perigo para se identificar", disse um porta-voz da polícia de Aachen à Reuters, acrescentando que um ativista saltou para a mina e ficou ferido.

Um porta-voz da polícia regional de Aachen disse à Reuters que Greta Thunberg e os restantes ativistas detidos serão libertdos ao final do dia. "Não há razão para os manter detidos por dias. Pode demorar umas horas ou então irão embora imediatamente", disse um porta-voz da polícia.
Centenas de ativistas expulsos de Lutzerath
A ativista sueca de 20 anos iniciou na sexta-feira uma visita à vila alemã de Lutzerath, que será demolida para a expansão de uma mina de carvão.

A vila no oeste da Alemanha tornou-se um ponto de discussão sobre os esforços climáticos no país. Os ambientalistas consideram que a demolição da vila para expandi a mina de carvão resultará num aumento das emissões de gases de efeito de estufa. Por sua vez, o Governo e a empresa energética RWE argumentam que o carvão é necessário para garantir a segurança energética da Alemanha.

Durante mais de dois anos, manifestantes ocuparam Luetzerath para impedir a expansão da mina. Depois de ter sido permitido, por decisão judicial, que a RWE prosseguisse com a expansão da mina, centenas de polícias dirigiram-se à vila para retirar os manifestantes, que construíram barreiras para tentar impedir a demolição da vila.

No domingo, a polícia alemã deu por concluída a operação de despejo da localidade, tendo sido retirados mais de 300 ativistas da vila. No entanto, o porta-voz da polícia disse que duas pessoas continuavam barricadas num túnel subterrâneo.

Os ativistas que se opõem à expansão da mina de carvão acusaram a polícia de ter reprimido com violência a manifestação, que no sábado degenerou em confrontos com dezenas de polícias e manifestantes feridos.

Greta Thunberg condenou a retirada forçada de manifestantes da vila alemã, afirmando que a violência policial usada foi “ultrajante”.

“A Alemanha está realmente a envergonhar-se”, disse a ativista climática, sublinhado que a Alemanha "é um dos maiores poluidores do mundo e precisa de ser responsabilizada". "A ciência é clara: precisamos de manter o carbono no solo", disse Thunberg a jornalistas na sexta-feira.

c/agências
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