Grécia. Dezenas de terramotos continuam a abalar ilhas gregas

por RTP
Dezenas de passageiros aguardam por um ferry após vários dias de atividade sísmica intensa na ilha grega de Santorini. Foto: Nikos Christofakis - Reuters

Dezenas de sismos de magnitude até 4,9 continuam a abalar as ilhas gregas de Santorini e Amorgos, no Mar Egeu. Este elevado nível de atividade sísmica começou a 24 de janeiro. As escolas vão continuar fechadas e houve reforço de voos de forma a facilitar a saída de moradores e visitantes.

Santorini é um dos destinos turísticos mais procurados da Grécia, mas a ilha está a ser afetada por uma onda de pequenos e médios sismos nos dias, o que levou turistas, mas também habitantes, a decidirem abandonar o local nas últimas horas.

De acordo com o Instituto Geodinâmico de Atenas, registaram-se vários tremores esta segunda-feira. O mais significativo ocorreu às 9h30 (hora local), com magnitude 4,9. Este foi o sismo mais forte desde o início da atividade sísmica, há dez dias, que obrigou a declarar o estado de alerta.

Apenas duas horas depois, um sismo de 4,6 abalou a ilha. Os abalos têm-se feito sentir não só na ilha de Santorini, mas também em Amorgos, Ios, Anafes, Paros e Antiparos. Só nas últimas 48 horas registaram-se mais de 200 sismos entre Santorini e Amorgos e boa parte destes ocorreu na noite de domingo para segunda-feira.

Esta segunda-feira, os habitantes de Santorini receberam alertas nos telemóveis a avisar para o risco elevado de deslizamentos de terras e a indicar que várias praias e portos da ilha estão interditos. Outro alerta, enviado também para os habitantes de outras ilhas, notificava para a “atividade sísmica prolongada” naquela zona e instando as populações a manterem-se preparadas e seguirem instruções das autoridades.

Nos últimos dias, centenas de pessoas procuram abandonar Santorini. A companhia aérea grega Agean anunciou esta segunda-feira que vai duplicar o número de voos nos próximos dois dias e as companhias de ferries também estão a aumentar a oferta.

Até ao momento ainda não se registaram danos ou vítimas, mas já houve deslizamentos de terras.

A partir de Bruxelas, o primeiro-ministro grego pediu esta segunda-feira aos residentes de Santorini para “manterem a calma”.

“Temos de gerir um fenómeno geológico muito intenso”, admitiu Kyriakos Mitsotakis, que está na capital belga para participar numa cimeira europeia.

A Organização Grega de Planeamento e Proteção contra Terremotos aconselhou no domingo os moradores da ilha de Santorini a evitarem grandes aglomerações em espaços fechados, ficarem longe de portos próximos de penhascos.

Foram entretanto montadas tendas em locais para desporto ao ar livre e as autoridades locais designaram pontos de encontro para possíveis evacuações.

O sismólogo Gerasimos Papadopoulos escreveu no Facebook que os terremotos estão a aumentar em magnitude, designando-os como uma “sequência pré-sísmica intensa”.

A Grécia fica situada numa zona de várias falhas geológicas e é frequentemente abalada por terramotos, mas estas sequências de tremores de intensidade crescente são menos comuns.

Os especialistas indicaram que a atividade sísmica dos últimos dias não está relacionada com o vulcão de Santorini, mas sim com as referidas falhas geológicas.

Estas cinco falhas, cada uma com mais de 20 quilómetros de comprimento, podem produzir sismos de magnitude até 7,3, como o registado perto de Amorgos em 1956, que provocou um tsunami de 30 metros que matou 53 pessoas.

(com Lusa)
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