Os grandes símios, como os orangotangos, os gorilas e os chimpanzés, são os primatas não humanos mais inteligentes, à frente dos macacos e dos lémures, segundo um estudo do Centro Médico da Universidade de Duke.
"É claro que algumas espécies podem desenvolver uma maior capacidade para resolver problemas específicos", afirmou Robert Deaner, principal autor do estudo publicado na revista Evolutionary Psychology.
No entanto, acrescentou, "os resultados da investigação implicam a possibilidade de a selecção natural favorecer um tipo geral de inteligência nalgumas circunstâncias, e isso poderá ter sido crucial na evolução do ser humano".
Os psicólogos definem a inteligência como a capacidade de resolver problemas em situações imprevisíveis, o que é diferente da capacidade de certos animais de recordarem, por exemplo, onde esconderam um alimento.
Os testes de inteligência mostraram que algumas espécies obtêm melhores desempenhos do que outras, mas os cientistas têm tido dificuldade em concluir que esses resultados demonstram uma maior inteligência.
"A questão é que uma espécie pode resolver melhor um problema do que outra, não porque seja mais inteligente mas por estar melhor adaptada à situação em que o problema se apresenta", afirmou.
Foi a partir destas considerações que os cientistas submeteram os primatas a uma série de testes de medição do nível de inteligência, tendo algumas espécies obtido resultados claramente melhores do que outras.
"A investigação confirma a ideia de que há espécies mais inteligentes do que outras. Os animais mais inteligentes são os grandes símios, isto é, os orangotangos, os chimpanzés e os gorilas superam os macacos e outros prossímios (primatas inferiores)", disse o cientista.
Para Carel Van Schaik, co-autor do estudo e director do Instituto Antropológico de Zurique (Suíça), é "reconfortante" que os grandes símios tenham mostrado maior inteligência.
"Ao fim e ao cabo, em termos absolutos, os seus cérebros são maiores e revelam um comportamento sofisticado em condições naturais (Ó) astúcia, comportamento culturalmente transmitido e uso de instrumentos", assinalou.