Governo timorense cria duas reservas naturais aquáticas para recuperar a pesca

por Lusa

O Governo timorense criou duas novas reservas naturais aquáticas costeiras, uma na região de Balibó, próximo à fronteira com a Indonésia, e outra em Ataúro, a ilha em frente a Díli, nos dois casos para recuperar a pesca.

Os decretos de criação das reservas foram publicados em Jornal da República esta semana, abrangendo duas zonas, uma no suco de Batugadé, em Balibó, e outra em Ataúro, a ilha situada à frente da capital timorense e que é já um dos destinos mais procurados pelos apreciadores de mergulho.

Nos dois casos é objetivo do Governo "recuperar as pescas e outros recursos biológicos", procurando preservar os recursos de pescaria e garantia da sua "exploração e utilização de forma sustentável".

Natação, `snorkel`, mergulho e investigação científica são as únicas atividades permitidas nas duas zonas.

Segundo o decreto, a reserva de Batugadé pretende reabilitar os habitats, algo que considera essencial para a recuperação da pesca na zona, a fonte de sobrevivência para 28% dos agregados familiares da zona, contribuindo para 22% da sua economia.

É ainda crucial para a alimentação da população local e para "a sobrevivência do crocodilo de água salgada", acrescenta.

Em causa está uma zona de 112,59 hectares, com 18,95 hectares de coral, 3,49 hectares de sargaços de ervas marinhas, 0,60 hectares de mangue, 2,83 hectares de praia e 86,72 hectares de águas profundas.

"O habitat de mangue na reserva é avaliado como muito perturbado. As manchas de mangue são curtas e estreitas e são compostas de apenas 4 das 19 espécies verdadeiras em Timor-Leste", refere o texto.

Além de proibir a pesca, os decretos proíbem extração de areia e pedra, revogação de ervas marinhas, recolhimento de quaisquer recursos aquáticos e cortes de árvores de mangue.

No caso da reserva de Ataúro, o Governo refere problemas idênticos com o mangue, considerando que o recife de coral está em bom estado, mas notando que os efeitos da sobre pesca se notam nas populações de peixe da zona.

A reserva de Ataúro tem 50,85 hectares, com 31,34 de recifes de coral, 18,36 de sargaços, 0,97 de mangue e 0,187 de praia.

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