O Governo moçambicano enviou equipas multissetoriais para as províncias de Cabo Delgado e Nampula, para dar assistência às populações afetadas pelo ciclone Chido, que causou 34 mortos desde domingo.
Numa mensagem, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, informou que o Governo decidiu "enviar equipas multissetoriais às duas províncias para apurar a situação no terreno e prestar assistência necessária às vítimas".
"Enquanto isso, as equipas do INGD (Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres), permanecem ativas e desdobradas em várias frentes dos pontos críticos, numa missão liderada pela própria presidente da instituição", detalhou Nyusi.
"Quero igualmente expressar a minha solidariedade às famílias que perderam os seus entes queridos e a todos os que foram atingidos por esta calamidade, que causou a destruição de diversas infraestruturas dentre públicas e privadas. O governo está presente e mobilizado para garantir o apoio devido neste momento difícil", garantiu o chefe de Estado.
O ciclone tropical Chido saiu do território moçambicano na terça-feira, "deslocando-se pelo interior do Zimbabué", pelo que já "não constitui perigo para Moçambique", anunciou o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
"No entanto, prevê-se ainda a ocorrência de chuvas fracas a moderadas, acompanhadas de trovoadas para alguns distritos das províncias de Manica e Tete, que fazem fronteira com o Zimbabué", lê-se no comunicado do INAM.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) reconheceu que o ciclone Chido agravou as necessidades de populações no norte de Moçambique deslocadas pelo terrorismo, com 190 mil pessoas a precisarem de "apoio urgente".
De acordo com a porta-voz da ACNUR, Eujin Byun, o ciclone, que atingiu a costa norte de Moçambique no domingo através de Cabo Delgado e Nampula "destruiu casas, desalojou milhares de pessoas e danificou gravemente" estradas e vias de comunicação, "dificultando os esforços de ajuda em áreas que já acolhem um grande número de deslocados" devido ao terrorismo.
A agência da ONU assumiu estar "profundamente preocupada com o impacto nestas comunidades vulneráveis", estando "a trabalhar em estreita colaboração com o governo de Moçambique e com os parceiros humanitários para prestar assistência imediata" às populações afetadas.
"Em algumas aldeias, muito poucas casas permanecem de pé. Anos de conflito, deslocações forçadas e dificuldades económicas deixaram as comunidades da região cada vez mais vulneráveis. Para muitas famílias deslocadas, o ciclone Chido causou novas dificuldades, destruindo o pouco que conseguiram reconstruir", alertou Byun, garantindo que o ACNUR está "a coordenar a prestação de serviços vitais de proteção aos mais vulneráveis".