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Governo libanês regista 138 ataques israelitas nas últimas 24 horas

por Lusa

O Exército israelita lançou 138 ataques aéreos no Líbano nas últimas 24 horas, sobretudo no sul do país, informou hoje o Governo libanês, enquanto o grupo xiita Hezbollah indicou ter visado a cidade de Safed, no norte de Israel.

Entre as investidas israelitas no Líbano, uma operação em Qana, no sul do país, fez pelo menos 15 mortos durante a última madrugada e dezenas de feridos, de acordo com informações da Defesa Civil libanesa.

Noutra operação, bombardeamentos israelitas hoje em várias partes da cidade de Nabatiyeh, também no sul do Líbano, deixaram pelo menos 16 mortos e 52 feridos, informaram fontes oficiais.

Em sentido contrário, o Exército israelita deu conta hoje de cerca de 90 projéteis disparados pelo Hezbollah contra Israel até às 16:00 locais (14:00 em Lisboa).

O grupo libanês apoiado pelo Irão indicou por seu lado que lançou uma salva de `rockets` contra a cidade de Safed, no norte de Israel, pela terceira vez em 24 horas.

Anteriormente, o Hezbollah disse estar envolvido em combates de proximidade e de armas automáticas com o Exército israelita no sul do Líbano, afirmando ter alvejado um dos seus tanques com um míssil guiado.

Também hoje, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) informou que um tanque israelita disparou contra a sua posição perto de Kafer Kela, no sul do país, num incidente que se junta a denúncias semelhantes anteriores.

Um carro de combate modelo Merkava, das Forças de Defesa de Israel (IDF), disparou contra a posição da FINUL, destruindo duas câmaras de vigilância e causando danos na torre, descreveu a missão internacional em comunicado, que refere a ocorrência de "disparos diretos e aparentemente deliberados" contra uma posição das tropas das Nações Unidas.

No seu relatório diário, o Conselho de Ministros libanês detalhou que os ataques de hoje elevaram para 190.698 deslocados registados nos 1.076 centros de acolhimento em vários pontos do país, especialmente nas províncias do Monte Líbano e Beirute.

Além disso, salientou que o Comité Nacional para a Coordenação das Operações de Resposta a Crises está a trabalhar com todos os ministérios relevantes para garantir abrigos adicionais em várias províncias para receber os deslocados, que, segundo as autoridades libanesas, ascendem a mais de 1,2 milhões, e que, em muitos casos, não encontram tetos disponíveis e dormem nas ruas da capital libanesa.

O relatório divulgou também dados do Ministério da Saúde Pública, que regista a morte de pelo menos 2.367 pessoas desde o início das hostilidades entre Israel e Hezbollah, em outubro de 2023, e 11.088 feridos, embora a maioria das vítimas diga respeito ao período desde 23 de setembro, altura em que as forças israelitas intensificaram os seus ataques.

O documento observou que 331.834 cidadãos sírios e 129.338 cidadãos libaneses atravessaram a fronteira para a Síria entre 23 de setembro a 16 de outubro deste ano, segundo o Secretariado Geral do Conselho Supremo de Defesa.

Nas últimas 24 horas, a Defesa Civil realizou 81 missões, sobretudo de extinção de incêndios, enquanto a Cruz Vermelha Libanesa realizou 422 operações, entre as quais se destacou a distribuição de 23.401 lotes de alimentos confecionados.

Perante esta situação, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, alertou que o seu Governo "não pode satisfazer sozinho as necessidades básicas" da população, e destacou que a ajuda humanitária prestada por vários países e organizações internacionais, bem como pelas Nações Unidas, é de "extrema importância".

As mais recentes hostilidades entre Israel e o Hezbollah começaram em 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, e durante quase um ano limitaram-se a trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa.

Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também no subúrbio de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o seu líder, Hassan Nasrallah, bem como outros altos quadros do grupo armado libanês apoiado pelo Irão.

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