Governo impõe estado de emergência face a apagão que afeta mais de 90% do Chile
O governo chileno declarou o estado de emergência e impôs recolher obrigatório em grande parte do país, incluindo na capital, Santiago do Chile, depois de um apagão massivo que está a afetar 90% da população.
"O recolher obrigatório estará em vigor a partir das 10 (horas) da noite até às 6 (horas) da manhã de quarta-feira" (entre a 1h00 de hoje e as 9h00 de quinta-feira em Lisboa), disse na terça-feira a ministra do Interior.
A medida faz parte do "estado de emergência em caso de desastre" decretado pelo presidente Gabriel Boric, acrescentou Carolina Toha, em conferência de imprensa.
O apagão estende-se desde a região de Arica e Parinacota, no norte do Chile, até à região dos Lagos, no sul, anunciou o Serviço Nacional de Prevenção de Desastres (Senapred) chileno.
Esta vasta área, que alberga mais de 90% dos mais de 20 milhões de habitantes do Chile, está sem eletricidade desde as 15h16 (18h16 em Lisboa) de terça-feira, segundo o Senapred.
Consequências dalha de energia
De acordo com os meios de comunicação chilenos, o apagão deixou pessoas presas em elevadores.
Em Santiago, centenas de pessoas tiveram de ser retiradas do metro. Perante o fluxo de passageiros, o restante sistema de transportes da capital ficou saturado.
O Chile, que tem uma das melhores redes elétricas da América do Sul, está a enfrentar a pior falha de energia em 15 anos e o segundo grande apagão em menos de seis meses.
O ministro da Energia, Diego Pardow, admitiu que houve tentativas de "voltar a ligar o sistema elétrico nacional três vezes, sem sucesso" e acrescentou que será feita uma "quarta tentativa de restabelecer o fornecimento".
A ministra garantiu que os hospitais e as prisões tinham geradores de emergência. "Nas próximas horas, o sistema elétrico deverá voltar ao normal", acrescentou.