Governo grego acusa Turquia de ser "ameaça à estabilidade" no Mediterrâneo

por Lusa
Yves Herman, Reuters

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse hoje que a Turquia é uma "ameaça à paz e à estabilidade" no Mediterrâneo, referindo-se à interferência turca no conflito da Líbia.

Durante a sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início da pandemia de covid-19, Mitsotakis chegou hoje a Israel para uma visita de dois dias, em que os dois países assinaram acordos nas áreas do turismo, agricultura e tecnologia.

Israel, Grécia e Chipre querem afirmar-se como países fulcrais no fornecimento de energia na Europa, em especial através do gasoduto Eastmed, mostrando a sua determinação em contrariar as intenções da Turquia, que acusam de cobiçar os depósitos energéticos da região.

"Estamos a procurar explorar o gás no Mediterrâneo oriental", explicou o primeiro-ministro grego, denunciando o que considera ser o "comportamento agressivo" da Turquia nessa região.

"Vemos essa atividade (da Turquia) como uma ameaça à estabilidade e à paz regional", disse Mitsotakis, referindo-se ao comportamento do Governo de Ancara na Líbia.

A Turquia apoia o Governo liderado por Fayez al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, contra as forças dissidentes do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste do país, apoiado pela Rússia, bem como pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos.

O Governo turco tem fornecido aviões de combate, mercenários e conselheiros para ajudar a causa do Governo de União Nacional líbio, permitindo que as suas tropas invertessem o equilíbrio de poder e aumentassem o sucesso militar, nas últimas semanas.

"Temos falado longamente sobre o efeito desestabilizador da Turquia no seu relacionamento com a Líbia", acrescentou hoje o chefe de Governo da Grécia.

Mitsotakis elogiou de seguida o regresso de turistas estrangeiros ao seu país, que se encontra em fase de desconfinamento das medidas de contenção para travar a pandemia de covid-19 e se quer apresentar com um dos principais destinos de férias para os israelitas.

Contudo, devido a um recente aumento de casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus em Israel, o plano de permitir que gregos e israelitas viajem entre os dois países ficou adiado, provavelmente até ao início de agosto, de acordo com as autoridades israelitas.

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