O Governo de Moçambique assegurou hoje aos turistas que pretendem visitar o país durante a quadra festiva que as fronteiras estão totalmente operacionais, com lugares turísticos seguros, apesar das manifestações pós-eleitorais.
Em comunicado enviado à Lusa, o executivo, através da ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, refere que as manifestações ocorrerem de "forma localizada em áreas urbanas" e que os destinos turísticos populares, incluindo parques, reservas nacionais, praias e outras regiões costeiras, "permanecem seguros, inalterados e abertos a atividades normais".
"Os aeroportos e postos de travessia terrestres estão operacionais, permitindo aos viajantes chegar aos seus destinos", garante a ministra, reconhecendo a "apreensão" de turistas já com reservas feitas face às greves e paralisações de contestação de resultados eleitorais.
"O foco continua a ser garantir a segurança de todos os visitantes e residentes e estamos a trabalhar em estreita colaboração com o setor privado da indústria do turismo e viagens e as autoridades locais para fornecer informações precisas", assegura a governante.
No mesmo documento, o Governo pede o uso das fronteiras terrestres de Ponta d`Ouro, Namaacha e Goba, todas na província de Maputo, para aliviar a sobrecarga de Ressano Garcia, a maior rodoviária do país, no quadro das festas de Natal e passagem de ano.
A ministra destacou ainda que o executivo está empenhado em garantir "medidas proativas" para assegurar a vitalidade do setor do turismo e evitar o alarmismo.
"O setor continua resiliente e pronto para receber os viajantes. Sem dúvidas, os moçambicanos valorizam profundamente as contribuições dos visitantes", acrescentou a ministra.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou a uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, a partir de quarta-feira, em "todos os bairros" de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 16:00.
"Todos os bairros em atividade forte", disse Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro, numa intervenção através da sua conta oficial na rede social Facebook, convocando este novo período de contestação de 04 a 11 de dezembro.
"Vão-se concentrar nos bairros e nas avenidas principais que atravessam os nossos bairros, - não temos necessidade de fazer grandes deslocações -, levantando os nossos cartazes", disse Venâncio Mondlane.
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição para Presidente, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.
Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.