Governo espanhol aprova declaração de zona gravemente afetada para Valência

por Cristina Santos - RTP
Efeitos da tempestade Dana em Paiporta, Valência. Reuters

O conselho de ministros dá assim luz verde ao que antes era conhecido como declaração de zona de catástrofe. O objetivo é canalizar ajudas de Estado destinadas a reconstruir as zonas afetadas pela DANA e dar uma "resposta imediata à tragédia", faz saber o governo espanhol.

Esta declaração vai ser aplicada também para Castela-La Mancha, Andaluzia, Catalunha e Aragão zonas que foram mais atingidas pela DANA. O governo espanhol vai ainda aprovar um decreto-lei com ajuda de emergência económica, laboral e fiscal para as pessoas afetadas. No entanto, as medidas ainda não foram especificadas.

Uma semana depois da catástrofe provocada pela tempestade Dana, a justiça espanhola abriu um inquérito sobre os incidentes, no domingo, durante a visita dos reis de Espanha, do primeiro-ministro e do presidente do governo regional de Valencia às localidades afetadas pela tempestade. A investigação centra-se na possibilidade de existência de três crimes: atentado, desordem pública e danos, contam fontes judiciais citadas por diversos meios de comunicação social espanhóis.

Em comunicado, o Tribunal de Justiça da Comunidade Valenciana explica que a investigação foi aberta na sequência de um auto da Guarda Civil.

Na visita a Paiporta, o Rei Filipe VI e Letícia foram atingidos com lama e insultados enquanto o primeiro-ministro era retirado do local, por falta de condições de segurança.

Passou uma semana desde que o céu desabou provocando mais de 200 mortos. As operações de limpeza, remoção de escombros e busca por pessoas desaparecidas continuam.

A presença de tropas da Unidade Militar de Emergências (UME), do Exército, dos bombeiros e de diversas forças policiais nas zonas mais atingidas pela DANA em Valência aumenta a cada dia, onde também há mais maquinaria pesada e outros veículos necessários para a realização dos trabalhos de busca e remoção de lama. Entre elementos da UME e militares do Exército espanhol, estão quase oito mil elementos na região, mas as autoridades admitem que este número aumente.
A GNR esteve em Valência numa missão em colaboração com a Guardia Civil espanhola para garantir a segurança e proteção das comunidades afetadas pelas cheias. Dois observadores da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro estiveram quatro dias no terreno.

A GNR garante que estas missões permitem ganhar experiência para o caso de acontecer uma situação semelhante em Portugal. A missão foi liderada pelo major João Fernandes, que admite que a situação "é por vezes caótica".
Depois da tempestade que varreu a região de Valência, o líder da oposição espanhola, Nuñez Feijóo, do PP, pediu a declaração de emergência nacional permitindo que o governo de Madrid centralize a gestão da crise e retire esse poder ao governo regional de Valência.

O chefe da Unidade Militar de Emergência (UME) rejeitou as críticas de quem considera que os militares chegaram tarde aos locais atingidos e acrescentou que até pode ter 1000 soldados à porta, mas não pode entrar se não tiver autorização para isso.

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