O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou formalmente, esta quinta-feira, a demissão ao presidente Sergio Matarella. Um passo que se segue ao colapso da maioria parlamentar que sustentava o Governo.
A decisão de Draghi fora anunciada, pouco antes, no Parlamento. Isto depois de os três parceiros da coligação governamental - o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), o conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi, e a Liga de extrema-direita de Matteo Salvini - terem retirado o apoio ao primeiro-ministro, recusando-se a participar na votação de uma moção de confiança no Senado.
Em comunicado, a Presidência italiana indica que "o Governo permanecerá em funções para a gestão de assuntos correntes".Recorde-se que Sergio Mattarella havia já rejeitado, a 14 de julho, um primeiro pedido de demissão do primeiro-ministro, na sequência da saída de um dos parceiros da coligação no poder, o M5S. O presidente exortaria Draghi a procurar reconstruir a aliança no Parlamento.A convocação de eleições antecipadas em Itália afigura-se o cenário mais provável.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro pediu aos partidos um novo esforço para manter o Governo de unidade nacional. Sem sucesso.
O antigo presidente do Banco Central Europeu encabeçava desde fevereiro de 2021 uma coligação de unidade nacional com a participação de quase todas as forças políticas com representação parlamentar, à exceção do partido de extrema-direita Fratelli d`Italia, de Giorgia Meloni.
O terramoto político foi desencadeado na semana passada, quando o Movimento 5 Estrelas não votou a favor de uma moção de confiança.
Berlusconi e Salvini são favoráveis à antecipação de eleições legislativas, que poderiam realizar-se no início de outubro.
Nos últimos dias, organizações sindicais, patrões, associações de diferentes sectores e a própria Igreja Católica desdobraram-se em apelos à continuidade de Mario Draghi, face à crise económica, energética e social.
c/ agências