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Governo da Sérvia nega ataque ilegal contra manifestantes

por Lusa
As autoridades enfrentaram os manifestantes Andrej Cukic - EPA

O governo da Sérvia negou que as forças de segurança tenham usado uma arma sónica de nível militar para atingir e dispersar manifestantes contra a corrupção e contra o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, na capital.

No domingo, Vucic pediu às autoridades judiciais que respondam à alegação de "que foram utilizados canhões sonoros durante os protestos", referiu a emissora estatal RTS.

"Estou a pedir (...) ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público que reajam, seja para processar aqueles que usaram (armas sónicas), e sabemos que não o fizeram, mas vamos verificar", disse o presidente.

"Que haja um processo, mas depois também devem processar aqueles que tornaram pública uma mentira tão notória", acrescentou o chefe de Estado.

Dirigentes da oposição e grupos de defesa dos direitos humanos sérvios alegaram que armas acústicas, amplamente proibidas, que emitem um feixe direcionado para incapacitar temporariamente as pessoas, foram utilizada durante o protesto de sábado.

Estes grupos prometeram apresentar ações no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e nos tribunais nacionais contra aqueles que ordenaram o ataque.

Mais de 100 mil pessoas juntaram-se em Belgrado, no culminar de uma série de protestos desde o acidente ocorrido na estação de Novi Sad, a 1 de novembro, que matou 15 pessoas, quando a cobertura de betão do edifício recentemente renovado se desmoronou, tem havido manifestações sucessivas no país.

Vídeos do protesto mostram pessoas de pé durante 15 minutos de silêncio pelo desastre de novembro, quando de repente foi ouvido um som sibilante que desencadeou imediatamente o pânico e uma breve debandada.

Especialistas militares dizem que aqueles que estão expostos a uma arma sónica sentem fortes dores de ouvido, desorientação e pânico. A exposição prolongada pode provocar roturas do tímpano e danos auditivos irreversíveis.

 

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