Governo confirma retirada de 20 portugueses do Líbano

por RTP
Aeroporto Rafik Hariri em Beirute, capital do Líbano Wael Hamzeh - EPA

O Governo confirmou esta sexta-feira a realização de diligências para retirar duas dezenas de cidadãos portugueses do Líbano, na sequência do acentuar da ofensiva israelita contra o movimento xiita Hezbollah.

Segundo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que se escusou a avançar detalhes sobre a retirada, por razões de segurança, trata-se da execução do plano anunciado esta semana pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em Nova Iorque.Montenegro disse na quarta-feira que o Governo português tem mecanismos prontos para retirar os portugueses que queiram sair do Líbano.

Em resposta aos jornalistas, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o primeiro-ministro afirmou que existe "um plano, uma programação para poder retirar cidadãos portugueses que possam estar lá [no Líbano], de acordo com a evolução da realidade no terreno e também de acordo com a cooperação com outros países parceiros, nomeadamente no âmbito da União Europeia".

"Nós temos estado em contacto, desde há muito tempo, com todos os portugueses que estão identificados e, portanto, de que nós temos registo que estejam naquele território, e temos mecanismos que estão prontos para poder fazer o apoio que é necessário para a sua retirada"
, reforçou.
Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

O Ministério da Saúde do Líbano disse que pelo menos 92 pessoas foram mortas e 135 ficaram feridas em ataques aéreos israelitas na quinta-feira - para além das centenas que dizem ter sido mortas desde que os ataques aumentaram no início da semana.

As forças israelitas têm vindo a realizar trocas de tiros diárias com as forças do Hezbollah no sul do Líbano há quase um ano, desde que o grupo apoiado pelo Irão lançou uma barragem de mísseis contra Israel, imediatamente após o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de outubro.

Dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira fugiram das suas casas, deixando grandes áreas desertas, e Israel declarou como um dos seus objetivos de guerra o regresso dos evacuados às suas casas.
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