O Parlamento escocês aceitou esta terça-feira a proposta de Nicola Sturgeon e a primeira-ministra escocesa ficou autorizada a solicitar ao Parlamento britânico um novo referendo sobre a independência face ao Reino Unido. Mas Londres recusa-se a iniciar negociações.
Ao abrigo da proposta de Sturgeon, a consulta teria lugar em finais de 2018 ou inícios de 2019 - quando se espera que os termos do Brexit estejam na fase final de negociação.A Escócia votou contra a independência num referendo de 2014, mas Nicola Sturgeon diz que as circunstâncias se modificaram.
Em junho de 2016 a Escócia votou contra o Brexit e Sturgeon afirma que os escoceses têm direito a pronunciar-se de novo sobre o seu destino e não ser arrastados contra-vontade para fora da União Europeia.
Contudo, a decisão parlamentar acaba por traduzir a divisão do povo escocês perante a questão. A moção apresentada pela primeira-ministra foi aprovada com 69 votos favoráveis e 59 contra no Parlamento escocês.
A independência pode não vir a servir à Escócia, já que terá de pedir a adesão à União Europeia, e Espanha, reticente em encorajar políticas independentistas devido às pretensões da Catalunha, já disse que os escoceses teriam "de ir para a fila".
Nesse caso, a Escócia ficaria sozinha na cena internacional, talvez sem a libra esterlina (a moeda britânica) e em situação económica complicada. A alternativa imediata poderia passar pela adesão à EFTA - a Associação Europeia de Livre Comércio.