O governo do Brasil reiterou o seu interesse em adquirir a vacina russa contra a covid-19 e saudou os esforços conjuntos das autoridades russas e brasileiras para "esclarecer as dúvidas" sobre a Sputnik V.
"Os Ministérios (...) saúdam a disposição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira) e do Fundo Russo de Investimento Direto e Instituto Gamaleya, responsáveis pela Sputnik V, em procurar esclarecer as dúvidas remanescentes em relação à vacina, incluindo a provisão de documentação adicional solicitada, seja em novo pedido de importação ou no processo de uso de emergência em análise", indicou a nota.
"Seguirão dispostos a apoiar o diálogo em curso, sempre respeitando a autonomia da Anvisa, de modo que a Sputnik V, no momento em que o seu uso for aprovado no Brasil, venha a reforçar o programa nacional de imunização contra a covid-19", concluíram as tutelas.
Na semana passada, a Anvisa negou a importação da Sputnik V por falta de dados e falhas graves de segurança, como a presença de adenovírus em vários lotes.
O adenovírus é usado como um vetor que leva o material genético do coronavírus ao indivíduo vacinado, mas deve estar inativo, sem capacidade de se replicar e causar a doença.
As declarações da Anvisa levaram as entidades russas a acusar o órgão brasileiro de propagar "declarações incorretas e enganosas sem ter testado a vacina" e a declarar que a decisão foi "de natureza política".
No Brasil, um dos países mais afetados em todo o mundo pela pandemia, a vacinação contra a covid-19 avança a um ritmo lento e o executivo tem enfrentado vários entraves na aquisição de vacinas.