Governo angolano deverá "trabalhar o dobro" na próxima legislatura

por Lusa
foto: facebook.com

A ministra das Finanças angolana cessante, Vera Daves, disse hoje que o governo da próxima legislatura deverá "trabalhar o dobro e preocupar-se com as pessoas" para responder às expectativas, sobretudo porque as eleições foram muito renhidas.

"Temos que trabalhar o dobro e temos que estar todos alinhados com a visão do líder, o líder sozinho não consegue fazer tudo, e nós, que temos a missão de o auxiliar, temos que estar alinhados àquele que é o seu DNA, que é ouvir pessoas", disse hoje aos jornalistas.

O próximo governo, acrescentou, "deverá preocupar-se com pessoas, ouvir e atender as expectativas das pessoas".

"Se todos cerramos fileiras naquilo que é a visão do líder e se estivermos alinhados a esta visão, sem dúvida que, ao fim desses cinco anos, os resultados serão ainda melhores", salientou.

Vera Daves falava hoje aos jornalistas na Praça de República, em Luanda, onde será investido o Presidente da República de Angola reeleito, João Lourenço, na sequência das eleições de 24 de agosto.

A mais jovem ministra angolana da legislatura cessante, disse também estar "sempre em prontidão combativa" para enfrentar qualquer desafio que lhe seja confiado pelo novo governo.

"Estou sempre em prontidão combativa, seja qual for a missão que me for confiada. Se me for confiada, eu vou entregar-me a ela com mesma paixão e empenho e estaremos aqui para os grandes desafios" assinalou.

"Procuro dar tudo o que tenho para o que estou a fazer, para que quem tenha apostado em mim não se sinta defraudado e se sinta orgulhoso pela aposta", assegurou.

Sobre os atuais desafios mundiais, marcado sobretudo pela guerra na Ucrânia, Vera Daves deseja "navegar neste ambiente de forma mais tranquila possível", tendo aludido ainda à "necessária" ajuda divina.

"E que Deus nos ajude nisso, para colocarmo-nos todos alinhados àquela que é a satisfação das expectativas das pessoas", rematou.

Várias figuras, como o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, foram convidadas para assistir esta cerimónia de investidura de João Lourenço, na Praça de República, espaço adjacente ao Memorial António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola.

O Tribunal Constitucional (TC) proclamou o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) com 43,95%, tendo chumbado o recurso de contencioso eleitoral da UNITA.

Com estes resultados, o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA, que contesta os resultados e recorreu ao chumbo do TC e interpôs, na terça-feira, recurso de inconstitucionalidade, elegeu 90 deputados, quase o dobro das eleições de 2017.

Em face dos resultados eleitorais, o MPLA deve indicar igualmente dois vice-presidentes e dois secretários de mesa da Assembleia Nacional e na mesma proporção o partido UNITA.

O PRS, a FNLA) e o estreante PHA elegerem dois deputados cada.

A CASA-CE, a Aliança Patriótica Nacional (APN) e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2027 vai contar com 220 deputados.

João Lourenço, reeleito Presidente de Angola para os próximos cinco anos, toma posse na quinta-feira, 15 de setembro, e os deputados eleitos serão investidos na sexta-feira.

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