O governador de São Paulo, João Doria, afirmou na terça-feira, pela primeira vez, que pretende ser o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) à presidência do Brasil em 2022.
As eleições prévias do partido vão ocorrer em novembro deste ano.
Doria foi eleito governador, associando a sua candidatura à campanha presidencial de Bolsonaro em 2018, mas os dois afastaram-se no ano passado e tornaram-se rivais políticos declarados durante a pandemia do novo coronavirus.
Os atritos intensificaram-se quando Bolsonaro recusou comprar a Coronavac, vacina contra a covid-19 da chinesa Sinovac, negociada pelo executivo de São Paulo e produzida naquele estado.
Antigo aliado de Bolsonaro, Doria tem acusado o presidente de politizar a vacinação e "desprezar vidas" devido ao seu negacionismo em relação à gravidade da pandemia.
Além disso, Doria anunciou este mês que planeia vacinar toda a sua população adulta contra a doença até ao final de setembro deste ano, três meses antes do previsto, num movimento que contrasta com as ações do governo, que têm tido dificuldades em negociar doses de vacinas para o país.
Corrida já começou
Em causa está uma sondagem do Instituto Datafolha divulgada no mês passado, que indicou que o histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) alcançaria 41% das intenções de voto na primeira volta, contra 23% de Bolsonaro.
A sondagem apontou ainda como candidatos o ex-ministro e antigo juiz da Lava Jato Sergio Moro com 7% dos votos, o ex-candidato presidencial e antigo ministro Ciro Gomes com 6%, o apresentador de televisão Luciano Huck (4%) e o governador de São Paulo, João Doria, com 3%.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o antigo candidato à Presidência e empresário João Amoedo também figuram na suposta disputa e aparecem empatados com 2% das intenções de voto.
Já numa eventual segunda volta, Lula venceria Bolsonaro com uma ampla vantagem, com 55% dos votos contra 32% arrecadados pelo líder da extrema-direita brasileira.
Luiz Inácio Lula da Silva receberia assim a maioria dos votos dados a Doria, Ciro e Huck, enquanto o atual chefe de Estado herdaria a maior fatia dos que optaram por Moro.
Quer Lula, quer Bolsonaro, já admitiram a possibilidade de concorreram às presidenciais de 2022.