Os georgianos pró-europeus voltaram a protestar esta sexta-feira em Tbilissi. É a segunda noite de manifestações na sequência da decisão do Governo, liderado pelo partido Sonho Georgiano, de adiar as negociações para a adesão à União Europeia até ao final de 2028.
Nos protestos da última madrugada, registaram-se confrontos e foram detidas mais de 40 pessoas. A polícia disparou canhões de água e utilizou gás-pimenta e gás lacrimogéneo para dispersar mos manifestantes que se aglomeraram junto ao Parlamento.
Hoje, de novo, milhares de manifestantes protestaram envergando bandeiras da Geórgia e da União Europeia, relata a agência Reuters.
A decisão de congelar as negociações sobre a adesão foi recebida com indignação generalizada no país, que tem o objetivo de adesão à UE inscrito na sua constituição.
No mês passado, as eleições legislativas na Geórgia determinaram a vitória do partido Sonho Georgiano, uma eleição envolta em críticas internacionais mas também internas.
O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze acusou Bruxelas de lhe ter dirigido "uma cascata de insultos", afirmando em comunicado que Bruxelas estava a usar uma estratégia nas negociações de adesão para "chantagear" e "organizar uma revolução na Geórgia".
"Decidimos não colocar a questão da abertura de negociações com a União Europeia na agenda até ao final de 2028. Além disso, recusamos qualquer subsídio orçamental da União Europeia até o final de 2028", clamou, por isso, o Executivo de Tbilisi.
A decisão ocorreu horas depois de Bruxelas ter solicitado a repetição das eleições parlamentares, citando "irregularidades significativas".
Perante esta tensão com o bloco dos 27, o Sonho Georgiano diz ter aprofundado os laços com Moscovo, embora venha sublinhar que “não é pró-Rússia e que está comprometido com a democracia e a integração com o Ocidente”.
Perante esta tensão com o bloco dos 27, o Sonho Georgiano diz ter aprofundado os laços com Moscovo, embora venha sublinhar que “não é pró-Rússia e que está comprometido com a democracia e a integração com o Ocidente”.
Por sua vez, a UE acusou o Governo georgiano de graves recuo democrático, com as restrições contra "agentes estrangeiros" e a diminuição de direitos da comunidade LGBT.