Todo o setor internacional está gravemente ameaçado.
"Existem atualmente 457 ONG, 250 das quais empregam pessoal nas
instalações de Genebra", afirmou Delphine Bachmann, diretora do Departamento de Economia e Emprego (DEE) da Suíça, numa
entrevista na quarta-feira à noite à estação pública suíça (RTS).
A Conselheira de Estado, Delphine Bachmann, explicou que "a queda súbita e imprevisível dos seus
rendimentos colocou-as numa situação delicada, obrigando-as a efetuar
despedimentos ou a deixar de poder pagar aos seus empregados". "Já foram anunciados despedimentos em massa afetando dezenas de pessoas", lamentou.
O projeto de lei apresentado esta quinta-feira ao Conselho Federal prevê
um apoio financeiro a fundo perdido de dez milhões de francos suíços, cerca de 10.581 milhões de euros, para permitir que as pessoas afetadas pelo despedimento recebam um salário durante três meses.
A medida é temporária mas permite "ganharmos mais tempo", salientou Delphine Bachmann.
Bachmann esclareceu que a solução proposta pelo Conselho Federal de Genebra "é uma medida pontual, mas justa, que está em conformidade com o papel do Estado".
E prosseguiu, salientando a necessidade de socorrer o setor: "Estamos perante uma situação de emergência e é nossa responsabilidade tomar medidas, por muito imperfeitas que sejam, mas necessárias para responder a esta crise”.
Organizações obrigadas a adaptar-se a novas realidades
Nathalie Fontanet, diretora do Departamento de Finanças, Recursos Humanos e Assuntos Externos, avançou que estão igualmente previstas medidas a longo prazo para ajudar as organizações internacionais a adaptarem-se às novas realidades, ouvida pelo programa Forum da Rádio Televisão Suíça, na quarta-feira à noite.
Segundo o LemanBleu, as despesas das organizações internacionais no Cantão elevam-se a quatro mil milhões de francos suíços e os EUA "estão muito à frente dos outros países em termos de apoio financeiro às
organizações internacionais, com uma quota de 25 por cento do total".
Desde a tomada de posse da nova administração nos EUA, a 20 de janeiro, que a mudança de orientação imposta pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump, teve um forte impacto no setor.
Nas últimas semanas, os EUA anunciaram a saída do Conselho dos Direitos Humanos da ONU (CDHNU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede em Genebra, além do encerramento da Agência de Ajuda para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), cujo orçamento se destinava a apoiar ONG em todo o mundo.