Gaza. Hamas apresenta proposta de cessar-fogo, Israel fala em "exigências irrealistas"
O Hamas apresentou uma proposta de cessar-fogo em Gaza a vários mediadores e aos Estados Unidos. O documento inclui a libertação de reféns israelitas - entre os quais mulheres, crianças, idosos e doentes - em troca da libertação de entre 700 a mil prisioneiros palestinianos, incluindo 100 que estão a cumprir penas de prisão perpétua.
Neste acordo, ao qual a agência Reuters teve acesso, o Hamas refere que a data para um cessar-fogo permanente e o prazo para a saída das forças israelitas de Gaza podem ser acordados após a troca de reféns e prisioneiros.
O documento prevê ainda que todas as pessoas feitas reféns ou presas sejam libertadas numa segunda fase.
O Egito e o Catar têm sido os principais mediadores dos acordos de cessar-fogo apresentados desde o reacender do conflito, a 7 de outubro do ano passado, procurando reduzir as divergências entre Israel e o Hamas.
A crise humanitária no terreno é cada vez mais profunda, com um quarto da população na Faixa de Gaza a passar fome enquanto é constantemente exposta a ataques israelitas.
Ainda na última madrugada, segundo o Hamas, 20 pessoas morreram num ataque aéreo enquanto uma multidão aguardava a distribuição de ajuda humanitária. Israel já negou a acusação.
Acordos insistem em falhar
Segundo o grupo radical, as negociações para um cessar-fogo falharam nas últimas semanas devido à rejeição de Netanyahu das exigências do Hamas, que incluem um cessar-fogo permanente, a retirada israelita da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados no sul do enclave ao centro e ao norte e o aumento da ajuda humanitária, sem restrições.No final de fevereiro, o Hamas recebeu uma proposta resultante de negociações para tréguas em Gaza levadas a cabo em Paris. Esse documento incluía uma pausa de 40 dias em todas as operações militares e a troca de prisioneiros palestinianos por reféns israelitas numa proporção de dez para um, números que se assemelham aos da mais recente proposta do Hamas.
Na altura, o grupo extremista disse que iria estudar a propostas, mas Israel rejeitou-a prontamente, insistindo que o seu objetivo a longo prazo de pôr fim à guerra apenas terminaria com a destruição do Hamas.
Os ataques aéreos, terrestres e marítimos contra Gaza já mataram mais de 31.000 pessoas e feriram cerca de 71.500 desde outubro, de acordo com as autoridades de saúde desse enclave. O conflito alastrou-se, entretanto, a outras partes do Médio Oriente.
c/ agências