Gaza. Cerca de nove mil doentes aguardam retirada urgente, alerta a OMS

por Andreia Martins - RTP
Uma menina palestiniana tetraplégica e com epilepsia no centro de saúde de al-Awda, em Rafah, Gaza. Foto: Mohammed Salem - Reuters

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde indicou este sábado que há cerca de nove mil pacientes em Gaza à espera de uma retirada imediata para receberem tratamento. Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou ainda que apenas dez dos 36 hospitais de Gaza estão em funcionamento e com "capacidade mínima".

“Com apenas dez hospitais com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde. Cerca de 9.000 pacientes precisam de ser retirados com urgência para o estrangeiro para receberem serviços de saúde vitais, incluindo tratamentos para cancro, para ferimentos causados pelos bombardeamentos, diálise renal e outras doenças crónicas”, adiantou o responsável máximo da OMS na rede social X.

São mais mil pacientes do que na última atualização por parte da Organização Mundial de Saúde no início de março.

De acordo com o diretor-geral da OMS, mais de 3.400 pacientes foram retirados de Gaza nos últimos meses, incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes.

“Muitos mais precisam de ser retirados. Instamos Israel a agilizar esta retirada para que os pacientes em estado crítico possam ser tratados. Cada segundo conta”, apela ainda Tedros Adhanom Ghebeyesus através do X.



De acordo com a agência France Presse, antes do ataque de 7 de outubro, entre 50 a 100 pacientes eram transferidos todos os dias de Gaza para Jerusalém Oriental ou para a Cisjordânia, a grande maioria para receber tratamentos de cancro.

A guerra entre Israel e o Hamas prolonga-se há quase meio ano. A 7 de outubro de 2023, um ataque sem precedentes por parte do Hamas provocou mais de 1.100 mortos, sobretudo civis, segundo o balanço da AFP com base nos dados oficias das forças israelitas.

Desde então, o bombardeamento incessante do enclave palestiniano levou à morte de pelo menos 32.705 pessoas na Faixa de Gaza, em grande parte mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. Há ainda registo de 75.190 feridos.
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