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Gasoduto Nord Stream com futuro incerto

por Inês Moreira Santos - RTP
Fabrizio Bensch - Reuters

A maioria dos acionistas do Nord Stream está a ponderar manter os gasodutos e reativá-los no futuro. Já a Rússia sugeriu a suspensão das infraestruturas devido à falta de planos a curto prazo para a sua recuperação ou reativação. Contudo, Moscovo considera que a decisão de desativar os gasodutos submarinos deve ser tomada por todos os interessados e responsáveis.

Fontes citadas pela Reuters afirmaram, na semana passada, que não estão previstos planos de reparação para o Nord Stream 1 e o Nord Stream 2, parcialmente destruídos desde uma “explosão inexplicável” em setembro de 2022, e por isso podiam ser desativados.

Construídos pela empresa estatal russa Gazprom, os gasodutos são projetados para fornecer 110 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano para a Alemanha, através do Mar Báltico. Embora três dos canos estejam danificados, o plano de restauração foi suspenso devido ao aumento da tensão entre a Rússia e o Ocidente, depois da invasão russa à Ucrânia.

A empresa disse, anteriormente, que as linhas afetadas podiam ser reparadas, mas fontes próximas à empresa revelaram à agência noticiosa que a Rússia duvida que as relações com os países ocidentais melhorem o suficiente para que seja necessária a reparação. Ainda de acordo com a Reuters, há acionistas interessados na conservação e reparação dos gasodutos, com o objetivo de os reativar no futuro.

"Claro que esta é uma decisão que deve ser tomada democraticamente por todos os acionistas”, afirmou o porta-voz do Kremlin, na conferência de imprensa diária.

Segundo Dmitry Peskov, o Kremlin não pretender emitir qualquer recomendação à Gazprom sobre o futuro dos gasodutos submarinos.

“Pelo que sabemos, como acionista minoritário, nenhuma decisão foi tomada, seja a favor ou contra a restauração da linha”, afirmou à Reuters um porta-voz da Eon, operadora alemã que detém ações no Nord Stream 1.

A União Europeia cortou drasticamente as importações de energia da Rússia no ano passado, após o início do conflito na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022. Atualmente, Moscovo exporta cerca de 40 milhões de metros cúbicos de gás por dia para a Europa.


C/ agências
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