As equipas de socorro encontraram hoje na localidade texana de Beaumont os corpos de cinco pessoas, o que eleva para nove o número de vítimas mortais do furacão Rita no Estado do Texas.
A cidade de Beaumont, próxima da fronteira entre o Texas e a Luisiana, situa-se a ocidente do local por onde passou o centro do furacão, cujos ventos, de cerca de 200 quilómetros por hora, causaram danos avultados.
Segundo as autoridades, os cinco mortos - um homem, uma mulher e três crianças -, encontrados num apartamento, sucumbiram a uma intoxicação por gases de um gerador de electricidade alimentado a gasolina que utilizaram depois da passagem do furacão.
Antes, um homem de 43 anos e uma mulher de 56 tinham morrido quando uma árvore caiu sobre a caravana onde se encontravam.
Outros dois mortos tinham sido contabilizados: um homem de 79 anos atingido por uma árvore e uma outra pessoa vítima de um tornado isolado no Mississipi.
Antes de o ciclone Rita tocar terra, na madrugada de sábado, outras 25 pessoas morreram, na sexta-feira, quando, ao tentarem fugir ao furacão, o autocarro em que seguiam em direcção a Dallas se incendiou.
Mais de 515.000 habitações e estabelecimentos comerciais do sudeste do Texas continuavam hoje sem electricidade, em resultado de danos em postes, torres e cabos da rede eléctrica provocados pela passagem do ciclone.
Estima-se que, em toda essa área, haja mais de um milhão de residências e estabelecimentos comerciais sem electricidade.
As equipas de socorro chegaram hoje a algumas povoações e áreas rurais do sudeste do Texas, cujos habitantes ignoraram as ordens de evacuação e ficaram isolados, sem água potável, sem electricidade e sem combustível.
As autoridades texanas estão a controlar o regresso dos deslocados, reabrindo progressivamente as estradas, para evitar a formação de engarrafamentos como os que se formaram durante a evacuação, na semana passada.
Alguns dos sinistrados concentraram-se no estádio Ford Pavillion, com capacidade para 9.000 espectadores, em Beaumont, que até há alguns dias albergou milhares de deslocados do furacão Katrina, que destruiu a 29 de Agosto o sul do Luisiana, o Mississipi e o Alabama.
Em Nova Orleães, depois de vedados os diques, foram hoje retomados os preparativos para o regresso dos habitantes, interrompido pela passagem do ciclone Rita, menos devastador que o Katrina, que está a mobilizar a maior parte dos esforços de reconstrução.
O presidente da câmara de Nova Orleães, Ray Nagin, anunciou a intenção de reabrir gradualmente os bairros secos da cidade, começando hoje pelo bairro turístico de Vieux Carré, o bairro de negócios e o bairro residencial de Algiers.
As novas inundações causadas pelo Rita numa zona desfavorecida da cidade deverão estar solucionadas daqui a uma semana, de acordo com os militares norte-americanos.
Helicópteros do exército sobrevoaram hoje as regiões isoladas da Luisiana, duramente atingidas pelo furacão Rita, em busca de sobreviventes ou cadáveres.
O presidente George W. Bush declarou hoje que a sua administração está disposta a recorrer às reservas estratégicas de petróleo do país, para "compensar as dificuldades de aprovisionamento" de petróleo bruto na sequência dos ciclones Katrina e Rita.
O Estado da Luisiana pediu 250 mil milhões de dólares de ajuda federal para a destruição causada pelo Katrina, 40 mil milhões dos quais para financiar os trabalhos de engenharia militar nos diques de Nova Orleães, para impedir novas inundações.
Esse pacote não inclui os 31,7 mil milhões de dólares pedidos domingo pela governadora da Luisiana, Kathleen Blanco, para enfrentar as consequências do furacão Rita, que devastou zonas rurais do oeste do Estado.
Bush mostrou-se o mais presente possível durante o Rita, que atingiu a costa do Golfo do México no passado fim-de-semana, tentando corrigir a imagem negativa causada pela sua ausência durante a passagem do ciclone Katrina, a 29 de Agosto.
Pouco depois da passagem do furacão Rita, o presidente norte- americano deslocou-se a San Antonio e Austin, no Texas, e a Baton Rouge, na Luisiana.
As autoridades tinham ordenado a evacuação de cerca de três milhões de pessoas na presumível trajectória do Rita, uma decisão que explica o baixo número de mortos, mas que expôs as dificuldades em proceder a uma evacuação maciça.