O furacão Helene, que segundo os dados mais recentes fez pelo menos 118 mortos nos Estados Unidos, tornou-se também alvo da campanha presidencial, com o republicado Donald Trump a atacar a gestão do desastre pela administração Joe Biden.
Quatro dias depois de o furacão ter atingido o nordeste da Florida, a extensão dos danos continua a ser difícil de determinar, com várias áreas a permanecerem inacessíveis e sem redes telefónicas e elétricas.
Helene atingiu a Florida na noite de quinta-feira como um "furacão extremamente perigoso" de categoria 4 numa escala de 5, depois atravessou outros estados norte-americanos enquanto perdia intensidade.
Pelo menos 118 pessoas perderam a vida e 600 pessoas continuam desaparecidas, segundo o Presidente Joe Biden, que alertou que o número de vítimas ainda pode aumentar gravemente.
Este é um dos furacões mais devastadores das últimas décadas, segundo os meios de comunicação norte-americanos.
Para Joe Biden, "não há dúvida" de que estas devastações se devem às alterações climáticas que, ao aquecerem as águas dos mares, tornam, segundo os cientistas, mais provável a rápida intensificação das tempestades e aumentam o risco de furacões mais poderosos.
A Geórgia e a Carolina do Norte, dois estados particularmente afetados por esta catástrofe natural, estão entre os sete estados cruciais que poderão influenciar as eleições presidenciais de 05 de novembro.
Donald Trump visitou Valdosta, uma cidade atingida pelo desastre na Geórgia, na segunda-feira. O candidato presidencial republicano prometeu "levar muitos mantimentos de ajuda humanitária, incluindo combustível, equipamento e água" aos necessitados.
"O estado federal não responde", criticou o ex-presidente, depois de anteriormente ter acusado o governo e as autoridades democratas da Carolina do Norte de "não ajudarem deliberadamente as pessoas nas áreas republicanas".
"Ele está a mentir", retorquiu Joe Biden. "O que me irrita (é que ele) dá a entender que não estamos a fazer tudo o que é possível (...) É falso e é irresponsável", frisou o chefe de Estado democrata.
Com o seu habitual boné vermelho, Donald Trump atacou ainda diretamente a sua rival democrata Kamala Harris, acusando-a de estar "em movimento, em campanha" antes de afirmar que não era o momento para "falar de política".
A vice-presidente, no entanto, cancelou eventos de campanha para realizar uma reunião na segunda-feira sobre o desastre e anunciou que iria para o terreno em breve.
Nos estados afetados, as equipas de resgate continuaram a trabalhar na segunda-feira para tentar encontrar sobreviventes e levar alimentos aos residentes afetados pelo desastre, por vezes isolados do mundo.
No sul dos Montes Apalaches, Helene causou inundações repentinas com danos impressionantes.
Imagens de Asheville, na Carolina do Norte, mostram bairros apagados do mapa, estradas destruídas por um rio inundado. Devido à falta de acesso rodoviário, as autoridades estão a enviar mantimentos de ajuda, água e alimentos por via aérea.
Na tarde de segunda-feira, mais de 1,7 milhões de casas e empresas continuavam sem eletricidade, segundo o `site` poweroutage.us, que monitoriza a rede elétrica nos EUA.
Donald Trump anunciou que pediu a Elon Musk, responsável da SpaceX e próximo do republicando, para implementar o seu serviço de internet por satélite Starlink na região.