O funeral de Alexei Navalny, opositor russo que morreu a 16 de fevereiro numa prisão do Ártico, deverá decorrer na próxima sexta-feira pelas 14h00 locais (11h00 em Lisboa). A informação foi avançada esta quarta-feira pela equipa de Navalny nas redes sociais.
O enterro está marcado para o mesmo dia às 16h00 (hora local) no cemitério Borisovski, no sudeste da capital, segundo indicou Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny na rede social X. Este cemitério histórico da capital russa fica a cerca de 20 quilómetros do Kremlin.
"Cheguem cedo", apelou ainda a porta-voz, dirigindo a quem se pretenda deslocar à Igreja ou ao cemitério.Navalny morreu a 16 de fevereiro numa colónia penal no Ártico onde cumpria uma sentença de 19 anos de prisão. O principal opositor do regime russo, de 47 anos, foi vítima de “síndrome de morte súbita”, segundo informaram na altura as autoridades russas.
De acordo com os seus apoiantes, a certidão de óbito indica que Navalny morreu de causas naturais. Na última semana, os aliados do dissidente russo acusaram Vladimir Putin de ter ordenado o assassinato de Alexei Navalny, evitando dessa forma uma alegada troca de prisioneiros que estaria em curso.
A acusação é refutada em toda a linha pelo Kremlin, que negou o envolvimento na morte de Navalny e indicou desconhecer qualquer acordo para a libertação de Navalny.
De recordar que o corpo do dissidente russo foi finalmente entregue à mãe no último sábado, 24 de fevereiro, mais de uma semana após a sua morte, e depois de vários apelos da família e advogados de Navalny.
Ao longo desses dias em que o corpo esteve retido pelas autoridades russas, Lyudmila Navalnaya disse ter sido alvo de chantagem por parte das autoridades russas, que terão exigido um enterro sem cerimónias públicas para o opositor russo, caso contrário poderia mesmo ser enterrado no perímetro da prisão.
Entretanto, já após a entrega do corpo do opositor russo, o círculo próximo de Navalny disse ter procurado durante vários dias um espaço para realizar uma cerimónia fúnebre pública. De acordo com uma porta-voz do opositor russo, várias funerárias e espaços contactados recusaram-se a acolher a cerimónia.