A presidente da Fundação Luso-Americana (FLAD), Rita Faden, disse esta quinta-feira que quer mais pessoas com ascendência portuguesa a assumir as suas raízes, para permitir um estudo mais amplo da comunidade nos Estados Unidos.
O mais recente estudo promovido pela FLAD, divulgado na semana passada, indica que são 1.272.040 os emigrantes portugueses e lusodescendentes nos EUA, representando 0,4% da população norte-americana.
Contudo, na apresentação do estudo em Nova Iorque, Rita Faden frisou a importância de mais pessoas manifestarem abertamente a sua herança lusitana, em declarações à Lusa.
"Nós queremos, com este estudo, que mais pessoas percebam a importância de assumirem a sua herança portuguesa, de darem a conhecer que também têm uma ascendência portuguesa. Isso também é importante, obviamente, porque queremos ver os números da comunidade crescer", disse, no Clube Harvard da cidade de Nova Iorque.
Uma das principais conclusões é que os emigrantes portugueses e lusodescendentes nos EUA têm um rendimento médio superior aos restantes residentes neste país.
A presidente da FLAD admitiu alguma surpresa com o facto de os lusodescendentes que falam português serem mais qualificados e receberem, em média, mais 22% do que os outros residentes nos Estados Unidos, facto que levará a Fundação a fazer novos estudos para perceber o motivo.
"Eu fiquei surpreendida, por um lado, com a confirmação de que o grupo que fala português tem maiores qualificações e melhores resultados. Obviamente que isso agora implica um maior estudo. É preciso um estudo adicional para perceber exatamente porquê", afirmou.
"Nós todos temos várias explicações plausíveis que podemos dar, mas é importante conhecer. Aliás, essa foi a razão que esteve na origem deste estudo: a vontade da FLAD de conhecer melhor - e dar a conhecer - a comunidade portuguesa nos Estados Unidos. Era essa a nossa intenção", acrescentou em relação ao levantamento do perfil demográfico e socioeconómico da comunidade luso-americana, referente ao período 2016-2020.
Rita Faden avalia que os dados recolhidos representam "boas notícias" para os luso-americanos, que, de uma forma geral, "são mais qualificados, têm melhores condições de vida e salários mais elevados".
"Tudo isso são boas notícias. É importante perceber que, de facto, não só aqui, como também em vários outros países, a comunidade portuguesa é uma comunidade de sucesso e que é bem integrada onde emigra e isso, obviamente, é uma grande mais-valia para os países que recebem os portugueses", advogou.
"Temos aqui várias questões muito interessantes, que merecem um maior estudo e, portanto, vamos trabalhar com os autores e eles vão apresentar-nos propostas para dar continuidade a este estudo e aprofundar alguns aspetos", concluiu.