Francisco foi líder espiritual de inestimável impacto para a humanidade, afirma - Governo timorense
O Governo timorense afirmou hoje que o Papa Francisco foi um líder espiritual de inestimável impacto para a humanidade e que durante a visita a Timor-Leste, em setembro de 2024, conquistou os corações e alma do país.
"Foi com enorme consternação e profundo pesar que Timor-Leste recebeu a notícia do falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, um líder espiritual de inestimável impacto para a humanidade, defensor incansável dos mais vulneráveis e promotor da paz, da justiça e da fraternidade entre os povos", destacou em comunicado o Governo timorense.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
O Governo de Timor-Leste recordou também Francisco pela sua "inabalável dedicação à justiça social e ao diálogo inter-religioso", mas também por sua uma "voz firme na promoção dos direitos humanos e da dignidade dos povos", e a sua visita a Díli.
"Foi muito mais do que uma simples visita. Foi um encontro profundo com um povo que muito sofreu para conquistar a sua liberdade e independência. O Santo Padre chegou a Timor-Leste e conquistou os corações e a alma de uma nação", afirmou o porta-voz do Governo e ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, citado no comunicado.
Agio Pereira disse também que Timor-Leste será "eternamente grato pelo esforço do Santo Padre" por ter visitado o país e ter "concedido aquele encontro, aquela união sagrada".
No comunicado, o Governo timorense informa também que realiza terça-feira uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para decretar luto nacional e o hastear da bandeira a meia haste por um período de sete dias.
Uma das últimas viagens feitas pelo Papa Francisco foi a Timor-Leste, durante a qual esteve reunido com o Presidente timorense com as autoridades religiosas, sociedade civil e corpo diplomático acreditado no país.
Aos timorenses pediu para continuarem a construir e a consolidar as instituições do país para que "estejam completamente aptas a servir o povo de Timor-Leste" e para que os "cidadãos se sintam efetivamente representados".
"A fé que vos iluminou e susteve no passado continue a inspirar o vosso presente e o vosso futuro", disse o Papa, lembrando que agora Timor-Leste tem um "novo horizonte, com céu limpo, mas com novos desafios a enfrentar e novos problemas a resolver".
Durante a visita, de três dias, Francisco encontrou-se com representantes religiosos e deu uma missa campal, na qual participaram cerca de 600.000 pessoas.
No último dia da visita, antes de deixar Díli, o Papa encontrou-se com a jovens.
"Não me vou esquecer mais dos vossos sorrisos", disse o Papa Francisco aos jovens timorenses, que representam cerca de 70% da população do país.
Aquela foi a segunda vez que um Papa visitou Timor-Leste, país onde 98% dos 1,3 milhões de habitantes são católicos. A primeira ocorreu em 1989 quando João Paulo II visitou o território, ainda sob ocupação indonésia.