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França travou três planos de terrorismo contra os Olímpicos e Paralímpicos de Paris

por RTP
Mohamad Salaheldin Abdelg Alsaye / Anadolu via AFP

As autoridades francesas frustraram três planos para atacar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em Paris e outras cidades que sediaram as competições. Os alvos incluíam "instituições israelitas ou representantes de Israel em Paris", revelou o procurador francês que trata dos assuntos de antiterrorismo, em entrevista à emissora France Info, esta quarta-feira.

Olivier Christen, promotor nacional de antiterrorismo de França, confirmou a existência de preparativos para, pelo menos, três conspirações contra a competição olímpica de Paris 2024.

Os planos, entretanto frustrados, incluíam manobras para atacar “instituições israelelitas ou representantes de Israel em Paris” durante a competição olímpica de 26 de julho a 11 de agosto.

A França esteve em alerta de segurança máximo desde vários meses antes das Olimpíadas e Paralimpíadas de París.

Durante os preparativos para os Jogos, o Ministro do Interior Gerald Darmanin alertou repetidamente para a possibilidade de ameaças à segurança nacional. E na lista estavam grupos extremistas islâmicos, ativistas ambientais violentos, grupos de extrema direita e ataques cibernéticos da Rússia ou de outros adversários.

Terminados os Jogos, o procurador Christen reportou que os três planos de ataques foram travados pelas autoridades.
Cinco detidos
O primeiro ataque planeado teve como alvo os eventos de futebol de Saint-Étienne, num “estabelecimentos do tipo bar, em redor do estádio Geoffroy-Guichard”, especifica o procurador antiterrorismo. Um jovem de 18 anos de origem chechena foi indiciado e colocado em prisão preventiva, em Maio.

O segundo plano de ataque consistia em atacar “instituições ou representações israelitas” em Paris durante a competição. “A própria equipa israelita não foi especificamente visada ”, sublinha, porém não deu mais detalhes.. 

Por último, “duas pessoas da Gironda planearam atacar durante o período dos Jogos Olímpicos”, aponta Olivier Christen. “Todos aqueles que planearam estes ataques foram presos”, acrescenta.

Na entrevista, o procurador acrescentou que, no total, cinco pessoas, incluindo um menor, foram presas sob suspeita de envolvimento em três conspirações terroristas contra os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris.

Os planos de ataque estavam associados ao contexto da guerra Israel-Hamas e da guerra da Rússia na Ucrânia, alegou o procurador. Os suspeitos enfrentam várias acusações relacionadas com terrorismo e permanecem em prisão preventiva, relatou Christen.

Entre as medidas preventivas, houve um aumento de buscas e prisões domiciliárias antes do início das Olimpíadas. O procurador sublinhou que, durante 2024, a polícia e outros agentes de segurança realizaram 936 buscas domiciliárias, até agora.

Em jeito de balanço, e de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa lançado também esta quarta-feira, a França também reforçou as defesas do espaço aéreo durante as Olimpíadas e Paralimpíadas, mobilizando aviões de guerra, helicópteros de ataque, aeronaves de vigilância, drones militares e policiais , entre outros, para patrulhar os céus de Paris e da cidade portuária mediterrânea de Marselha, que sediou eventos de vela e futebol.

“A Força Aérea e Espacial Francesa completou mais de 750 horas de voo em 350 missões que resultaram em 90 interceções”, embora a maioria tenham sido drones civis de turistas que desconheciam a regulamentação durante as olimpíadas, descreveu o ministério.
A maior ameaça terrorista em França continua a ser a “jihadista”

A principal ameaça continua a ser a “jihadista”, garantiu o procurador nacional para o antiterrorismo. “Isso representa aproximadamente 80 por cento dos procedimentos abertos pelo meu Ministério Público”, especificou.

“No primeiro semestre de 2024, tivemos aproximadamente três vezes mais procedimentos relacionados com disputas jihadistas do que no mesmo período de 2023”, afirmou. 

Este aumento está ligado “ao contexto geopolítico”, explicou, “com a organização do Estado Islâmico que está em processo de reconfiguração, particularmente no Afeganistão”. 

“O Daesh não desapareceu e espalha muita propaganda que tem impacto na população”, e em particular nos “menores”, rematou Christen.
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