O ministro francês dos Negócios Estrangeiros pediu esta terça-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas após o alegado ataque com um "gás tóxico" na província de Idlib, controlada pelos rebeldes, que provocou pelo menos 58 mortos, incluindo 11 crianças. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos atribui o bombardeamento às forças do Governo sírio ou aos aliados russos.
“Perante ações tão graves que ameaçam a segurança nacional, peço a todos que assumam as suas responsabilidades. Com isto em mente, exijo que seja marcada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança”, acrescentou o ministro francês, sem especificar quais são as intenções da França com esta ação.
Para o chefe da diplomacia francesa, o uso de armas químicas constitui "uma violação inaceitável" da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas e "é mais um exemplo das barbaridades que o povo sírio tem sofrido por tantos anos”.
A França integra o grupo de membros permanentes daquele órgão da ONU. Em fevereiro último, juntou-se ao Reino Unido e aos Estados Unidos, também eles membros permanentes, para aprovar uma resolução que visava impor sanções ao Governo sírio.
"Gás tóxico"
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos denunciou um ataque aéreo com um "gás tóxico" desencadeado esta terça-feira sobre a localidade de Khan Sheikhoun, na província de Idlib, controlada pelas forças rebeldes. Há registo de pelo menos 58 vítimas mortais, entre as quais 11 crianças.
A organização não-governamental cita ainda fontes médicas no terreno que apontam para a ocorrência de um ataque com um “gás tóxico”, sendo que ainda não foi possível identificar qual é a substância em causa.
As vítimas deste ataque mostravam sinais de asfixia, vómitos e dificuldade em respirar, sintomas comuns decorrentes do contacto com agentes químicos.
Em seis anos de guerra civil, as autoridades governamentais são acusadas de vários ataques com recurso a armas de químicas. Uma investigação conjunta das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) concluiu que o Governo sírio conduziu três ataques com gás cloro. A investigação chegou à conclusão que também o Estado Islâmico recorria aos gases tóxicos, sobretudo com gás mostarda.
No entanto, Rússia e China, os outros dois membros permanentes que constituem o Conselho de Segurança, impediram a aprovação da proposta. O Presidente russo, Vladimir Putin, que apoia as forças de Assad no terreno, considerou o rascunho de resolução como “totalmente desadequado”.