O secretário-geral da NATO sugeriu que a organização poderá abrir um escritório em Tóquio. O presidente francês, Emmanuel Macron, já se manifestou contra, afirmando que a medida será um "grande erro". A proposta de Jens Stoltenberg pretende responder ao crescente desafio colocado por China e Rússia e tensões com os aliados no extremo oriente.
Jens Stoltenberg argumentou, na semana passada, que “o que acontece na Ásia é importante para a Europa e o que acontece na Europa é importante para a Ásia e, portanto, é ainda mais importante que os aliados da NATO fortaleçam a nossa parceria com nossos aliados do Indo-Pacífico”.
O secretário-geral da NATO observou, inclusive, que houve um “pedido” para ter um gabinete de ligação da Aliança Atlântica, colocando em cima da mesa “a possibilidade de estabelecer o escritório” em Tóquio. A concretizar-se, seria o primeiro na Ásia.
França revela-se contra
Na equação NATO, Europa e nordeste da Ásia, a França já se manifestou contra a proposta e discorda com “qualquer coisa que alimente as tensões entre a Aliança e a China”.
O próprio presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu para o que seria um "grande erro": “Se pressionarmos a NATO para ampliar o espectro e a geografia, cometeremos um grande erro”.
Ao mesmo tempo, uma outra autoridade francesa, que pediu para não ser identificada, lembrou que a NATO significa “Organização do Tratado Atlântico Norte e tanto o artigo V quanto o artigo VI [dos estatutos] claramente limitam o escopo ao Atlântico Norte”.
A nordeste da Ásia
O principal porta-voz do Governo do Japão, Hirokazu Matsuno, recusou-se a comentar as declarações de Macron, alegando apenas que “várias considerações” estão em andamento dentro da Organização.
Já Pequim deixou claro o desagrado perante a existência de um escritório de ligação no Japão. “A Ásia está além do escopo geográfico do Atlântico Norte. No entanto, vimos a NATO empenhada em ir para o leste nesta região, interferindo nos assuntos regionais e incitando o confronto do bloco”, declarou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, de acordo com agência de notícias Kyodo.
Wenbin defende que o Japão deveria tomar a “decisão certa” e abster-se de fazer qualquer coisa que “prejudique a confiança mútua entre os países da região e a paz e a estabilidade na região”.
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