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França. Coligação de esquerda propõe Lucie Castets como candidata a primeira-ministra

por Andreia Martins - RTP
Foto: Ludovic Marin - AFP

A Nova Frente Popular, coligação de esquerda que ficou em primeiro lugar nas eleições legislativas antecipadas em França, vai propor a economista Lucie Castets como primeira-ministra. Emmanuel Macron já veio esclarecer que não irá nomear um novo chefe de Governo antes do fim dos Jogos Olímpicos.

Numa declaração conjunta, os quatro partidos da coligação destacaram o papel de Lucie Castets, de 37 anos, no "combate à fraude fiscal e financeira" e confirmaram que será essa a proposta que vão levar ao presidente francês, Emmanuel Macron. 

A agência France Presse descreve Castets como uma "alta funcionária desconhecida do grande público", mas "empenhada na defesa dos serviços públicos".

Entre outras bandeiras associadas à economista está a luta contra a reforma aos 64 anos e a aposta nos serviços públicos, bem como a melhoria do poder de compra dos franceses. Atualmente, é diretora de finanças e compras do município de Paris.

Lucie Castets aceitou a designação por parte da coligação "com total humildade, mas com grande convicção", considerando-se uma candidata "credível e séria", adiantou à agência France Presse.

A Nova Frente Popular foi a força mais votada nas eleições legislativas antecipadas em França. Ficou à frente do partido apoiado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e da extrema-direita, mas não alcançou a maioria absoluta.

Na primeira resposta a esta proposta da esquerda, o presidente francês reiterou que não irá nomear um novo primeiro-ministro até ao fim dos Jogos Olímpicos, a 11 de agosto, para não "criar confusão"

"Até meados de agosto, vamos concentrar-nos nos Jogos e depois, a partir daí (...), será da minha responsabilidade nomear um primeiro-ministro ou uma primeira-ministra e confiar-lhe a tarefa de formar um governo e reunir o maior número possível de pessoas para lhe permitir agir e garantir a estabilidade", adiantou Macron em entrevista à France 2.

Emmanuel Macron insistiu ainda que a Nova Frente Popular "não tem maioria" na Assembleia Nacional e desconsiderou a proposta apresentada pela coligação.

"A questão não é um nome. A questão é que terá de surgir uma maioria na Assembleia Nacional para que um Governo francês possa aprovar reformas, aprovar o Orçamento e fazer o país avançar", afirmou Emmanuel Macron em entrevista à France 2.

Jean-Luc Mélenchon, líder da Nova Frente Nacional, apelou hoje ao presidente francês para que "não procrastine" na decisão de nomear Lucie Castets.

De momento, França é governada pelo executivo demissionário de Gabriel Attal, encarregado de gerir "assuntos correntes do Estado" até à formação e posse do novo executivo, numa altura Paris se prepara para acolher os Jogos Olímpicos de 2024, que arrancam esta sexta-feira, dia 26 de julho.
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