Fotografia de casal gay vence concurso da World Press Photo

por Andreia Martins, RTP
Mads Niessen (World Press Photo)

O júri do World Press Photo distinguiu o trabalho do fotojornalista dinamarquês Mads Niessen. Na fotografia, um casal homossexual é captado num momento de intimidade em São Petersburgo, na Rússia, país que tem aprovado várias leis e normas consideradas anti-LGBT.

Mads Niessen foi o grande vencedor de um dos mais conceituados prémios do fotojornalismo a nível mundial. A fotografia que retrata um casal gay “Jon and Alex” arrecadou também o primeiro prémio na categoria de “Questões Contemporâneas”.A edição deste ano do concurso contou com a participação 5692 fotógrafos. O vencedor arrecada um prémio de 10 mil euros e equipamento profissional fornecido pela Canon. 

O júri justifica a escolha do dinamarquês pela estética mas também pela humanidade. Donald Weber, um dos jurados, refere que a imagem vencedora “deve causar debate não só na comunidade da fotografia, mas também numa comunidade mais ampla”. 

Michele McNally, presidente do júri e diretor de fotografia do jornal norte-americano The New York Times destaca o poder de uma imagem "poderosa em termos estéticos" e “com potencial de se tornar icónica”.  

Mads Niessen é fotógrafo do jornal dinamarquês Politiken e é representado pela Scanpix e é membro da Panos Pictures.


Controvérsia em 2013

No ano passado o vencedor tinha sido o norte-americano John Steinmeyer com uma fotografia de migrantes africanos numa fronteira com a Somália.
 
Depois da polémica em 2013, o World Press Photo introduziu uma nova regra no concurso do ano passado que obriga todos os participantes a entregarem os ficheiros das fotografias conforme o registo fotográfico nas câmaras. Uma espécie de “negativo” digital que permite evitar a sabotagem do concurso pela edição e alteração dos trabalhos fotográficos originais. 

O retoque e alteração de algumas fotografias submetidas a concurso levou à rejeição de cerca de 20 por cento das fotografias, confirma o diretor do concurso Lars Boering, em comunicado.
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